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25/08/2004 - 01h10

Brasil tenta evitar pior campanha olímpica no vôlei de praia

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LUÍS CURRO
ROBERTO DIAS
da Folha de S.Paulo, em Atenas

O esporte nasceu nos anos 20 em Santa Monica, Califórnia, mas foi nas praias do Rio que ele ganhou impulso para se popularizar pelo mundo, isso já nos anos 80. Pois nesta terça o berço do vôlei de praia não só bateu a "nova casa" como a deixou em situação pouco confortável.

Na decisão do ouro feminino dos Jogos de Atenas, as californianas Misty May e Kerri Walsh derrotaram a dupla Adriana Behar e Shelda, radicada no Rio. Foi fácil: 2 sets a 0 (21/17 e 21/11).

O resultado faz com que o vôlei de praia brasileiro entre pressionado nesta quarta-feira na arena, às 15h, na decisão masculina. Ricardo e Emanuel precisam bater os espanhóis Bosma e Herrera para evitar a pior campanha olímpica do país na modalidade. Se ganharem, terão um ouro inédito entre os homens para festejar, mas não haverá avanço histórico --a campanha de Atenas-04 igualará a de Atlanta-96 e terá menos medalhas do que a de Sydney-00.

É pouco para quem chegou à Grécia confiante em garimpar até quatro medalhas nas areias da costa de Faliro.

A receita do tombo envolveu derrotas inesperadas em jogos de pouca importância e azar no sorteio, que empurrou as duplas brasileiras para duelos fratricidas.

É pouco, também, para quem exibe uma supremacia histórica na modalidade que encontra pouco paralelo em outro esporte.

Considere os três principais eventos do vôlei de praia: a Olimpíada, o Mundial e o Circuito, todos em suas versões masculina e feminina. Das seis listas históricas de medalhas, o Brasil lidera quatro. Só não é hegemônico entre os homens nos Jogos e no Mundial.

No feminino, o país domina as três listas, mas já começa a perder terreno. As norte-americanas May e Walsh consagraram-se, de vez, como a melhor dupla da atualidade: têm agora os títulos da Olimpíada e do Mundial. Não deram chances a Adriana Behar, 35, e Shelda, 31, que pela segunda vez seguida perderam a final olímpica --talvez a última que tenham disputado em suas carreiras, por causa da idade.

"Eu acho que eu poderia ter jogado melhor, meus levantamentos para a Shelda foram muito ruins. Para a nossa dupla, isso foi fatal", disse Adriana Behar, puxando para si a culpa.

A derrota desta terça faz com que as duplas brasileiras somem quatro pratas no vôlei de praia, média superior a uma por Olimpíada.

Em Atlanta-96, quando a modalidade passou a distribuir medalhas, o país conquistou uma medalha de ouro (Jacqueline e Sandra) e uma de prata (Mônica e Adriana Samuel).

Quatro anos depois, foram três medalhas. Entre os homens, a prata de Zé Marco e Ricardo; entre as mulheres, a prata de Adriana Behar e Shelda e o bronze de Sandra e Adriana Samuel.

Nesta quarta, Ricardo e Emanuel, atuais bicampeões do Circuito Mundial, chegam à decisão com campanha igual à de seus rivais: nenhuma derrota, três sets perdidos.

São considerados favoritos. Têm a missão de resgatar não só a imagem do vôlei de praia nacional como também a de derrubar a fama de pipocar que marca a trajetória olímpica de ambos.

Ricardo foi surpreendido na final dos últimos Jogos por uma dupla americana, e Emanuel sucumbiu nas oitavas-de-final das duas últimas edições olímpicas.

Especial
  • Arquivo: Veja o que já foi publicado sobre Ricardo e Emanuel
  • Leia mais notícias no especial dos Jogos Olímpicos-2004
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