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27/08/2004 - 01h40

Seleção feminina de futebol deixará de existir ao desembarcar no Brasil

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FÁBIO SEIXAS
ROBERTO DIAS
da Folha de S.Paulo, em Atenas

O choro na saída da seleção feminina de futebol, que perdeu a decisão da medalha de ouro para os EUA, do estádio não era o mesmo do pódio. O primeiro, foi dolorido, com um quê de raiva. O segundo, de tristeza, pela desintegração do grupo a partir de agora.

A seleção feminina deixa de existir a partir do dia 2, quando aterrissar no Brasil. Só voltará a se reunir, não se sabe com que técnico ou jogadoras, em 2007, para a disputa do Mundial da China.

"Nós formamos uma família durante esses quase seis meses de preparação. Fizemos tudo juntas, perdemos juntas, ganhamos juntas, crescemos juntas. Uma chegou a ir na casa da outra", contou Formiga, coroa de folha de oliveira na cabeça, à saída do Karaiskaki. "Com certeza vamos nos ligar, vamos nos encontrar."

"Vai ser complicado a gente deixar esse convívio de uma hora para outra. Mas um dia a gente se encontra de novo em outra seleção brasileira", disse Pretinha.

Algumas, com idade para isso, se apresentarão já em setembro para os treinos para o Mundial sub-19. É o caso de Cristiane e da reserva Daiane. "Depois da Olimpíada, vou continuar trabalhando. Em setembro me apresento para o Mundial sub-19. Minha mãe não acredita que vou passar mais tempo longe", afirmou Cristiane, co-artilheira do torneio, com cinco gols.

Ela, como outras 11 companheiras, também partirá atrás de um clube para atuar. Começando da goleira, a geração de prata do futebol feminino conhece de perto o problema do desemprego.

"Eu estava jogando na Espanha, mas tive que me apresentar na seleção e perdi o contrato. Espero ter alguma proposta da Espanha. Meu contrato era até o mês retrasado, mas, como vim para a seleção, eles me mandaram embora. Estou mais ou menos certa com o Rayo Vallecano, mas vamos ver", disse Andréia.

"Estou aberta pra contratos. Espero que depois da Olimpíada, todas aqui se arranjem, inclusive eu", completou a meia Daniela.

São poucas as que sabem exatamente onde estarão nas próximas semanas. Marta se reapresentará ao Umea, da Suécia, e terá a companhia de Elaine, contratada durante os amistosos de preparação do Brasil por aquele país. Outra que seguirá para o futebol sueco é Formiga, que assinou com o Malmö durante a disputa dos Jogos.

Em março, pouco antes do início dos treinos, Rosana assinou com o SV Neulengbach, da Áustria. Ainda não jogou por lá. "Vai ser legal. Mas seria melhor ainda saber que as outras aqui também acertaram com outros clubes."

Apesar de também não saber --ou não dizer-- para onde vai, Renê Simões defende a manutenção de seu plano à frente da seleção feminina. "O Brasil tem um futuro muito brilhante se continuar colocando um projeto em ação", disse. O que deve acontecer segundo Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB. "O futebol feminino vai ser outro. O Ricardo Teixeira (presidente da CBF) disse que vai ter uma nova estrutura, uma nova visão."

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