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27/08/2004 - 05h28

Turbina fazia "ferro velho" virar ouro, relembra irmão de Torben Grael

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da Folha de S.Paulo, em Atenas

Axel não acreditou na cena. Torben, um de seus irmãos mais novos, encontrou um barco abandonado em clube de Brasília. Depois de mexer nas quinquilharias, deu seu veredicto: "Isso aqui é feito com um material de excelente qualidade. Vou reformá-lo para usar em torneios".

Um ano depois, a antiga velharia era uma embarcação campeã do mundo na classe snipe. Foi naquele momento que o primogênito do casal Dickson e Ingrid percebeu o enorme talento de Torben.

"Ali ele já mostrava toda essa habilidade em transformar os barcos em que veleja. Foi um momento muito legal."

Axel, 46, lembra hoje orgulhoso que foi o responsável pelos primeiros passos de Torben na vela.

"Ele era o proeiro do meu barco. Só que, em pouco tempo, sua habilidade apareceu. Aí trocamos de lugar, e o Torben passou a comandar a embarcação", conta.

A parceria não durou muito. Antes dos 15 anos, eles já ganharam barcos próprios. Os nomes dados às embarcações já remetiam à herança européia da família --Munin e Hugin, os corvos mensageiros de Odin, personagem da mitologia da Escandinávia.

Axel não seguiu carreira na vela ("Dois supercampeões na família já é um bom número").

Ele se refere também ao outro premiado da família, Lars, bronze em Seul-1988 e em Atlanta-1996.

"Na verdade, eu também não alcancei resultados tão proeminentes como os deles. Desde a infância eu já encarava a vela com outros olhos", diz.

Axel conta que, enquanto os irmãos discutiam em qual classe velejar, ele se qualificava na categoria "D.O.". "Significava que eu era da classe "dos outros". No que pedissem para eu velejar estava bom."

O distanciamento do esporte não o afastou dos irmãos. Pelo contrário. Sem as viagens internacionais de Torben e os compromissos políticos de Lars, licenciado do cargo de secretário de Juventude, Esporte e Lazer de São Paulo para atuar como coordenador técnico da vela em Atenas, ele arrumou tempo para tocar um projeto da família.

É Axel quem coordena o programa social Instituto Rumo Náutico, que visa assegurar com a vela caminhos de socialização, educação e formação profissional para jovens.

Durante a Olimpíada, porém, Axel arrumou tempo para desempenhar outra função: a de informante de Torben.

"Eu mandava e-mails diários contando o que estava acontecendo no Brasil, mostrando a repercussão das regatas. É uma forma de mostrar como ele é querido. Tenho certeza de que ele gostou."

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