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29/08/2004 - 06h22

Dona de casa, 42 anos, brilha em Atenas e fala em Pequim

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da Folha de S.Paulo, em Atenas

A canoísta alemã Birgit Fischer, 42, tinha decidido se aposentar três anos atrás. Achava que, depois de cinco Olimpíadas e dez medalhas, não estaria mais competitiva. Que, divorciada, era hora de cuidar das duas filhas adolescentes. Porém voltou atrás. Viajou para Atenas, conquistou mais um ouro e uma prata. Tornou-se a segunda maior medalhista da história olímpica, com 12 pódios.

O feito lhe motivou. Não descarta ir aos Jogos de Pequim-2008. Poderia assim tornar-se a recordista em medalhas de ouro.

O sucesso em Atenas, por pouco, não foi maior. Nos metros finais da prova K2 500 m (duas mulheres por canoa), no sábado, foi ultrapassada pela dupla húngara formada por Katalin Kovacs, 28, e Natasa Janics, 22.

Fischer (que competiu ao lado de Carolin Leonhardt) perdeu a chance de amealhar sua nona medalha de ouro, feito só atingido entre as mulheres por Larissa Latynina (URSS) na ginástica artística.

Mas não reclama. Ela deixa a Olimpíada com uma vitória na K4 500 m e empatada em número de ouros com a nadadora americana Jenny Thompson na história (oito cada uma). Em todos as edições dos Jogos que disputou (Moscou-80, Seul-88, Barcelona-92, Atlanta-96, Sydney-2000 e Atenas-2004), a canoísta voltou para casa com medalha. A alemã foi a primeira atleta a ganhar dois ouros num intervalo de 24 anos.

"Não estou desapontada. Aos 42 anos, o que mais você pode esperar?", disse Fischer. Ela lembra que não teve tempo para se preparar de maneira adequada. "Treinei 303 dias e ganhei um ouro e uma prata. Nunca esperei resultado tão bom, já estava feliz só de poder estar aqui."

Parte de suas medalhas foi conquistada quando ela competia pela antiga Alemanha Oriental --que fazia parte do bloco que boicotou os Jogos de Los Angeles-84. Em seu portfólio, registra ainda 27 títulos mundiais.
Ela obteve seu primeiro ouro com 18 anos, em sua estréia olímpica.

"Sempre fico feliz quando ganho uma medalha. Você nunca sabe se será sua última, então, ela tem um valor especial", afirmou ontem, sorridente. Fischer quis transmitir que compete pelo ouro, mas não acha ruim a prata. "É extremamente motivador."

Sobre a aposentaria, relembra que já mudou de idéia. "Não sei se vou estar lá, na próxima Olimpíada. A última vez eu disse para mim mesma que, com certeza, era a última vez. Agora eu digo: quem sabe?", deixou no ar. "Não quero assustar ninguém. Vou ver o que acontece no próximo ano e só então tomar uma decisão."

"Há três anos, eu tinha decidido não competir mais. Mas começaram a chegar pedidos de entrevistas e de fotos. Pensei que, se ainda tinham interesse em mim, talvez eu devesse voltar", disse ela, que começou a atuar aos oito anos, por influência dos pais. "Não há estresse. É como um vício. Eu ficaria na água o tempo todo."

No sábado, disse que entrou na canoa e a única coisa que conseguiu pensar foi: "Isso é minha vida. Vamos lá de novo".

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Birgit Fischer
  • Leia mais notícias no especial dos Jogos Olímpicos-2004
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