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17/09/2004
-
01h01
FERNANDO ITOKAZU*
da Folha de S.Paulo, em Atenas
Endinheirado, o Brasil comemora o fato de ter feito sua melhor preparação para uma edição da Paraolimpíada e planeja ficar entre os 20 melhores do mundo.
A força para catapultar o país, no entanto, está nas mãos dos mesmos atletas que tiveram a responsabilidade em Sydney-2000.
Houve um crescimento da delegação --de 64 atletas na Austrália para 98 na Grécia--, mas as grandes estrelas são as mesmas.
Dos seis atletas brasileiros que são recordistas mundiais, apenas um vai disputar a Paraolimpíada pela primeira vez --mesmo assim, com status de veterana. Sônia Gouveia tem 46 anos e compete no lançamento de dardo.
A corredora cega Ádria Santos, 30, por exemplo, já acumula quatro Jogos em seu currículo.
Com o advento da Lei Piva, que destina parte da arrecadação das loterias da Caixa Econômica Federal para a entidade, o Comitê Paraolímpico Brasileiro vive uma situação bem mais confortável do que há quatro anos.
Só no ano passado, o CPB engordou seus cofres com cerca de R$ 10 milhões, e a previsão é de aumento em 2004.
O comitê, que foi questionado pelo Tribunal de Contas da União sobre como gastava a verba pública, ainda conta com o patrocínio da Caixa e da Visa.
Em Sydney, o Brasil terminou a Paraolimpíada na 24ª colocação, com 22 medalhas (seis de ouro, dez de prata e seis de bronze). Especificamente em 2000, recebeu investimento de R$ 5,3 milhões, divididos da seguinte forma: R$ 4 milhões do Instituto Nacional do Desenvolvimento do Desporto, R$ 1 milhão do Banco do Brasil e R$ 300 mil da Embratel.
A mudança estrutural econômica não acontece apenas a nível interno. Pela primeira vez na história, os países não terão que pagar taxa para participar.
Em Sydney-2000, o valor era de US$ 400 por membro da delegação. Segundo o CPI (Comitê Paraolímpico Internacional), a medida contribui para o acesso de mais países à competição. Neste ano serão 143 nações participantes, contra 123 nos Jogos australianos. Eram esperados 146, mas Mianmar, Vanuatu e Papua Nova Guiné desistiram. A cerimônia de abertura é nesta sexta, às 14h30.
O Brasil inicia sua primeira campanha paraolímpica pós-Lei Piva na madrugada de sábado.
Os primeiros a competir são os atletas do basquete em cadeira de rodas, às 3h. Os brasileiros, que só estiveram em Moscou-80 e Seul-88, sem passar da primeira fase, estréiam contra os atuais campeões mundiais e paraolímpicos: os canadenses.
Outro esporte coletivo a estrear é o futebol de 5 (para cegos), no qual o Brasil, bicampeão mundial, joga contra a Coréia do Sul.
Mas a primeira medalha pode vir dos tatames. E de um exemplo de renovação. Karla Cardoso e Tatiane Silva (cegas) representam o país na primeira vez que o judô feminino participa dos Jogos.
Karla, 22, que também disputa torneios com atletas sem deficiência --chegou a lutar com a olímpica Daniela Polzin--, foi campeã no Mundial do ano passado.
"Não me considero favorita, todas as minhas adversárias são bem fortes", afirmou ela, que tenta trazer a primeira medalha do judô feminino, paraolímpico ou olímpico, da história do país. "Isso não me preocupa. Ao contrário, só me estimula", declarou.
*O jornalista Fernando Itokazu viaja a convite do Comitê Paraolímpico Brasileiro
Especial
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"Rico", Brasil usa veteranos para se superar na Paraolimpíada de Atenas
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da Folha de S.Paulo, em Atenas
Endinheirado, o Brasil comemora o fato de ter feito sua melhor preparação para uma edição da Paraolimpíada e planeja ficar entre os 20 melhores do mundo.
A força para catapultar o país, no entanto, está nas mãos dos mesmos atletas que tiveram a responsabilidade em Sydney-2000.
Houve um crescimento da delegação --de 64 atletas na Austrália para 98 na Grécia--, mas as grandes estrelas são as mesmas.
Dos seis atletas brasileiros que são recordistas mundiais, apenas um vai disputar a Paraolimpíada pela primeira vez --mesmo assim, com status de veterana. Sônia Gouveia tem 46 anos e compete no lançamento de dardo.
A corredora cega Ádria Santos, 30, por exemplo, já acumula quatro Jogos em seu currículo.
Com o advento da Lei Piva, que destina parte da arrecadação das loterias da Caixa Econômica Federal para a entidade, o Comitê Paraolímpico Brasileiro vive uma situação bem mais confortável do que há quatro anos.
Só no ano passado, o CPB engordou seus cofres com cerca de R$ 10 milhões, e a previsão é de aumento em 2004.
O comitê, que foi questionado pelo Tribunal de Contas da União sobre como gastava a verba pública, ainda conta com o patrocínio da Caixa e da Visa.
Em Sydney, o Brasil terminou a Paraolimpíada na 24ª colocação, com 22 medalhas (seis de ouro, dez de prata e seis de bronze). Especificamente em 2000, recebeu investimento de R$ 5,3 milhões, divididos da seguinte forma: R$ 4 milhões do Instituto Nacional do Desenvolvimento do Desporto, R$ 1 milhão do Banco do Brasil e R$ 300 mil da Embratel.
A mudança estrutural econômica não acontece apenas a nível interno. Pela primeira vez na história, os países não terão que pagar taxa para participar.
Em Sydney-2000, o valor era de US$ 400 por membro da delegação. Segundo o CPI (Comitê Paraolímpico Internacional), a medida contribui para o acesso de mais países à competição. Neste ano serão 143 nações participantes, contra 123 nos Jogos australianos. Eram esperados 146, mas Mianmar, Vanuatu e Papua Nova Guiné desistiram. A cerimônia de abertura é nesta sexta, às 14h30.
O Brasil inicia sua primeira campanha paraolímpica pós-Lei Piva na madrugada de sábado.
Os primeiros a competir são os atletas do basquete em cadeira de rodas, às 3h. Os brasileiros, que só estiveram em Moscou-80 e Seul-88, sem passar da primeira fase, estréiam contra os atuais campeões mundiais e paraolímpicos: os canadenses.
Outro esporte coletivo a estrear é o futebol de 5 (para cegos), no qual o Brasil, bicampeão mundial, joga contra a Coréia do Sul.
Mas a primeira medalha pode vir dos tatames. E de um exemplo de renovação. Karla Cardoso e Tatiane Silva (cegas) representam o país na primeira vez que o judô feminino participa dos Jogos.
Karla, 22, que também disputa torneios com atletas sem deficiência --chegou a lutar com a olímpica Daniela Polzin--, foi campeã no Mundial do ano passado.
"Não me considero favorita, todas as minhas adversárias são bem fortes", afirmou ela, que tenta trazer a primeira medalha do judô feminino, paraolímpico ou olímpico, da história do país. "Isso não me preocupa. Ao contrário, só me estimula", declarou.
*O jornalista Fernando Itokazu viaja a convite do Comitê Paraolímpico Brasileiro
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