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30/10/2004
-
11h27
FÁBIO VICTOR
da Folha de S.Paulo
Quatro meses depois de realizar uma série de exames com o elenco do São Caetano, em fevereiro, o zagueiro Serginho voltou ao Incor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas da USP e se submeteu a investigações mais detalhadas, entre as quais um cateterismo. E foi aconselhado pelos médicos a parar de jogar.
Empregado para diagnosticar a situação das artérias coronárias, por meio de imagens obtidas com processamento digital, o cateterismo foi feito em junho porque os resultados dos exames anteriores já apontavam um problema cardíaco no atleta de 30 anos.
Um pouco antes disso, Serginho havia usado, por 24 horas, um holter, aparelho que serve como um eletrocardiograma contínuo, cuja função é detectar arritmias.
Numa linguagem simplificada, o cateterismo mostra os aspectos hemodinâmicos do coração, e o holter revela os aspectos elétricos.
Com o laudo dos exames, uma equipe do Incor informou ao médico do São Caetano, Paulo Forte, que a situação clínica do zagueiro era incompatível com sua atividade profissional.
Passaram-se outros quatro meses, e Serginho morreu após parada cardíaca no gramado do Morumbi, na última quarta à noite.
Embora vários médicos do Incor tenham analisado os exames, a Folha apurou que um núcleo composto por três profissionais se debruçou mais atentamente sobre o caso: os cardiologistas Antônio Esteves Filho, que realizou o cateterismo, Edimar Bocchi e Eduardo Argentino Sosa.
A reportagem falou com os três na sexta-feira, mas nenhum quis dar entrevista. Sosa foi o único que negou ter composto a equipe, mas admitiu que pode ter analisado os exames de Serginho.
Segundo a reportagem apurou, os médicos que examinaram o atleta estão irritados com a série de especulações sobre as causas de sua morte. Avaliam que muitos oportunistas têm dado pitaco sem conhecer o caso, e pretendem esclarecer a situação durante o processo aberto pelo Conselho Regional de Medicina de SP.
De acordo com o atestado de óbito, ao qual a Folha teve acesso, Serginho morreu de edema pulmonar e hipertrofia miocárdica (engrossamento das fibras do músculo do coração). O seu problema possivelmente tinha origem congênita.
Paulo Forte, médico do São Caetano, não foi localizado ontem. A interlocutores, ele afirmou que o Incor não entregou ao clube nenhum documento atestando a impossibilidade de Serginho jogar futebol.
Segundo a versão do médico, o hospital informou que o atleta corria riscos semelhantes aos que correm a maioria dos jogadores, mas em nenhum momento alertou que a situação fosse grave ou que ele devesse parar.
Ainda segundo interlocutores, Forte está com a mulher e dois filhos em São Caetano do Sul.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o zagueiro Serginho
Serginho fez cateterismo; Incor sugeriu que parasse
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da Folha de S.Paulo
Quatro meses depois de realizar uma série de exames com o elenco do São Caetano, em fevereiro, o zagueiro Serginho voltou ao Incor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas da USP e se submeteu a investigações mais detalhadas, entre as quais um cateterismo. E foi aconselhado pelos médicos a parar de jogar.
Empregado para diagnosticar a situação das artérias coronárias, por meio de imagens obtidas com processamento digital, o cateterismo foi feito em junho porque os resultados dos exames anteriores já apontavam um problema cardíaco no atleta de 30 anos.
Um pouco antes disso, Serginho havia usado, por 24 horas, um holter, aparelho que serve como um eletrocardiograma contínuo, cuja função é detectar arritmias.
Numa linguagem simplificada, o cateterismo mostra os aspectos hemodinâmicos do coração, e o holter revela os aspectos elétricos.
Com o laudo dos exames, uma equipe do Incor informou ao médico do São Caetano, Paulo Forte, que a situação clínica do zagueiro era incompatível com sua atividade profissional.
Passaram-se outros quatro meses, e Serginho morreu após parada cardíaca no gramado do Morumbi, na última quarta à noite.
Embora vários médicos do Incor tenham analisado os exames, a Folha apurou que um núcleo composto por três profissionais se debruçou mais atentamente sobre o caso: os cardiologistas Antônio Esteves Filho, que realizou o cateterismo, Edimar Bocchi e Eduardo Argentino Sosa.
A reportagem falou com os três na sexta-feira, mas nenhum quis dar entrevista. Sosa foi o único que negou ter composto a equipe, mas admitiu que pode ter analisado os exames de Serginho.
Segundo a reportagem apurou, os médicos que examinaram o atleta estão irritados com a série de especulações sobre as causas de sua morte. Avaliam que muitos oportunistas têm dado pitaco sem conhecer o caso, e pretendem esclarecer a situação durante o processo aberto pelo Conselho Regional de Medicina de SP.
De acordo com o atestado de óbito, ao qual a Folha teve acesso, Serginho morreu de edema pulmonar e hipertrofia miocárdica (engrossamento das fibras do músculo do coração). O seu problema possivelmente tinha origem congênita.
Paulo Forte, médico do São Caetano, não foi localizado ontem. A interlocutores, ele afirmou que o Incor não entregou ao clube nenhum documento atestando a impossibilidade de Serginho jogar futebol.
Segundo a versão do médico, o hospital informou que o atleta corria riscos semelhantes aos que correm a maioria dos jogadores, mas em nenhum momento alertou que a situação fosse grave ou que ele devesse parar.
Ainda segundo interlocutores, Forte está com a mulher e dois filhos em São Caetano do Sul.
Especial
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