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01/11/2004
-
18h20
da Folha Online
O médico Paulo Forte, do São Caetano, falou à imprensa nesta segunda-feira pela primeira vez desde a morte do zagueiro Serginho, que sofreu uma parada cardiorrespiratória no jogo contra o São Paulo, na última quarta-feira, no Morumbi, pelo Campeonato Brasileiro.
Na reapresentação da equipe do ABC, Forte fez um pronunciamento onde revelou ter conhecimento de que o jogador havia apresentado "uma arritmia" leve em exames anteriores e que, por isso, foi submetido a um cateterismo, mas afirmou desconhecer que o jogador precisasse parar.
"Fizemos uma avaliação de rotina, quando todos os atletas passaram por exames médicos. No exame ergométrico, ele [Serginho] apresentou uma arritmia leve. Por causa disso, passou por uma ressonância magnética e também por um cateterismo", disse o médico.
"Não houve uma conclusão de que o Serginho devesse parar de jogar futebol. Foi uma fatalidade", acrescentou Forte.
Os jogadores chegaram na sede do clube, na cidade de São Caetano do Sul, por volta das 8h e ficaram reunidos por aproximadamente uma hora. Depois, o grupo seguiu para Mauá (Grande São Paulo), onde ficará concentrado para os 31 minutos finais da partida contra o São Paulo, na próxima quarta.
Apenas o técnico Péricles Chamusca e o atacante Euller deram entrevistas coletivas. "Todos estão sentidos muito este nomento, mas vamos tentar recuperar a alegria dentro do grupo", afirmou Chamusca.
De acordo com o atestado de óbito, a morte do jogador foi causada por edema pulmonar e hipertrofia miocárdica, decorrentes de doença congênita que causa o engrossamento das fibras do coração.
Segundo a Folha de S.Paulo revelou no sábado, a primeira bateria de exames, realizada em fevereiro, da qual participou todo o elenco do São Caetano, já detectara problemas cardíacos no jogador, entre eles uma limitação na atividade do ventrículo esquerdo, que injeta sangue na artéria aorta.
O Incor (Instituto do Coração, do Hospital das Clínicas da USP) então solicitou novos testes, entre os quais um cateterismo, que verifica a situação das artérias coronárias por meio de imagens obtidas com processamento digital, e um holter, aparelho usado por 24 horas para avaliar a atividade elétrica do coração. Ambos foram realizados em junho.
O cateterismo não apontou entupimentos nas coronárias, mas diagnosticou um enfraquecimento no músculo do coração. Já o holter apresentou sucessivas extra-sístoles (arritmias).
Com o laudo dos exames, uma equipe do Incor informou ao médico do São Caetano, Paulo Forte, que a situação clínica do zagueiro era incompatível com sua atividade profissional.
Na tarde desta segunda, o Incor convocou uma entrevista coletiva. O médico David Uip, diretor-executivo da entidade, disse que os resultados dos exames, de todo o elenco, não apenas do jogador Serginho, foram passados ao São Caetano.
Uip, no entanto, disse que o hospital não pode divulgar informações dos pacientes sem a autorização dos familiares ou autoridades.
Para apurar as diferentes versões para o caso, um dia após a morte do jogador, a Polícia Civil do Estado instaurou inquérito, que deverá demorar 30 dias para ser concluído, para apurar o caso.
De acordo com o delegado Guaracy Moreira Filho, a intenção é descobrir se houve negligência no atendimento ao atleta e, principalmente, se havia realmente indicação médica que impedisse o jogador de praticar o futebol.
Também na semana passada, o CRM-SP (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) abriu sindicância para apurar responsabilidades de médicos no episódio.
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Para médico do São Caetano, morte de Serginho "foi uma fatalidade"
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O médico Paulo Forte, do São Caetano, falou à imprensa nesta segunda-feira pela primeira vez desde a morte do zagueiro Serginho, que sofreu uma parada cardiorrespiratória no jogo contra o São Paulo, na última quarta-feira, no Morumbi, pelo Campeonato Brasileiro.
Na reapresentação da equipe do ABC, Forte fez um pronunciamento onde revelou ter conhecimento de que o jogador havia apresentado "uma arritmia" leve em exames anteriores e que, por isso, foi submetido a um cateterismo, mas afirmou desconhecer que o jogador precisasse parar.
"Fizemos uma avaliação de rotina, quando todos os atletas passaram por exames médicos. No exame ergométrico, ele [Serginho] apresentou uma arritmia leve. Por causa disso, passou por uma ressonância magnética e também por um cateterismo", disse o médico.
"Não houve uma conclusão de que o Serginho devesse parar de jogar futebol. Foi uma fatalidade", acrescentou Forte.
Os jogadores chegaram na sede do clube, na cidade de São Caetano do Sul, por volta das 8h e ficaram reunidos por aproximadamente uma hora. Depois, o grupo seguiu para Mauá (Grande São Paulo), onde ficará concentrado para os 31 minutos finais da partida contra o São Paulo, na próxima quarta.
Apenas o técnico Péricles Chamusca e o atacante Euller deram entrevistas coletivas. "Todos estão sentidos muito este nomento, mas vamos tentar recuperar a alegria dentro do grupo", afirmou Chamusca.
De acordo com o atestado de óbito, a morte do jogador foi causada por edema pulmonar e hipertrofia miocárdica, decorrentes de doença congênita que causa o engrossamento das fibras do coração.
Segundo a Folha de S.Paulo revelou no sábado, a primeira bateria de exames, realizada em fevereiro, da qual participou todo o elenco do São Caetano, já detectara problemas cardíacos no jogador, entre eles uma limitação na atividade do ventrículo esquerdo, que injeta sangue na artéria aorta.
O Incor (Instituto do Coração, do Hospital das Clínicas da USP) então solicitou novos testes, entre os quais um cateterismo, que verifica a situação das artérias coronárias por meio de imagens obtidas com processamento digital, e um holter, aparelho usado por 24 horas para avaliar a atividade elétrica do coração. Ambos foram realizados em junho.
O cateterismo não apontou entupimentos nas coronárias, mas diagnosticou um enfraquecimento no músculo do coração. Já o holter apresentou sucessivas extra-sístoles (arritmias).
Com o laudo dos exames, uma equipe do Incor informou ao médico do São Caetano, Paulo Forte, que a situação clínica do zagueiro era incompatível com sua atividade profissional.
Na tarde desta segunda, o Incor convocou uma entrevista coletiva. O médico David Uip, diretor-executivo da entidade, disse que os resultados dos exames, de todo o elenco, não apenas do jogador Serginho, foram passados ao São Caetano.
Uip, no entanto, disse que o hospital não pode divulgar informações dos pacientes sem a autorização dos familiares ou autoridades.
Para apurar as diferentes versões para o caso, um dia após a morte do jogador, a Polícia Civil do Estado instaurou inquérito, que deverá demorar 30 dias para ser concluído, para apurar o caso.
De acordo com o delegado Guaracy Moreira Filho, a intenção é descobrir se houve negligência no atendimento ao atleta e, principalmente, se havia realmente indicação médica que impedisse o jogador de praticar o futebol.
Também na semana passada, o CRM-SP (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) abriu sindicância para apurar responsabilidades de médicos no episódio.
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