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19/11/2004 - 15h42

Presidente e médico do São Caetano serão indiciados por homicídio

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da Folha Online

O delegado Guaracy Moreira Filho, titular do 34º Distrito Policial, que fica no bairro do Morumbi, em São Paulo, responsável pelas investigações no caso da morte do zagueiro Serginho, no dia 27 de outubro, vai indiciar o presidente do clube do ABC, Nairo Ferreira de Souza, e o médico do clube, Paulo Forte, por homicídio culposo (sem intenção) ou doloso (quando há intenção).

Segundo o delegado, os dirigentes sabiam que o jogador, que sofreu uma parada cardiorrespiratória no jogo contra o São Paulo, pelo Campeonato Brasileiro, não tinha condições de jogar futebol.

"Pela análise dos laudos e pelo o que foi dito pelas testemunhas, eles sabiam do perigo [que corria Serginho]. Por isso, serão indiciados por homicídio", disse Guaracy Moreira Filho, em entrevista à TV Globo.

"Ficou claro [quando Serginho caiu no gramado do estádio do Morumbi] que eles sabiam que havia algum problema com o jogador", completou o delegado.

A polícia já ouviu aproximadamente 50 pessoas sobre o caso --Nairo Ferreira e Paulo Forte, que já foram ouvidos, deverão prestar novo depoimento. O delegado espera concluir o inquérito nos próximos dez dias.

Quando encerrar as investigações, Moreira Filho fará um relatório sobre suas conclusões e o entregará ao Ministério Público.

De acordo com atestado de óbito, a morte do jogador foi causada por edema pulmonar e hipertrofia miocárdica, decorrentes de doença congênita que causa o engrossamento das fibras do coração.

Em fevereiro passado, exames realizados no Incor (Instituto do Coração, do Hospital das Clínicas da USP), do qual participou todo o elenco do São Caetano, já detectaram problemas cardíacos no jogador, entre eles uma limitação na atividade do ventrículo esquerdo, que injeta sangue na artéria aorta.

O Incor então solicitou novos testes, entre os quais um cateterismo, que verifica a situação das artérias coronárias por meio de imagens obtidas com processamento digital, e um holter, aparelho usado por 24 horas para avaliar a atividade elétrica do coração. Ambos foram realizados em junho.

O cateterismo não apontou entupimentos nas coronárias, mas diagnosticou um enfraquecimento no músculo do coração. Já o holter apresentou sucessivas extra-sístoles (arritmias).

Com o laudo dos exames, uma equipe do Incor informou ao médico do São Caetano, Paulo Forte, que a situação clínica do zagueiro era incompatível com sua atividade profissional.

O advogado do São Caetano, Luiz Fernando Pacheco, no entanto, disse que o clube jamais recebeu a informação de que Serginho devesse parar de jogar. "O São Caetano jamais teve conhecimento de que o jogador estivesse inapto", disse Pacheco, em entrevista à rádio Jovem Pan.

Nesta sexta-feira, o Incor divulgou um comunicado no qual reitera que todos os resultados da avaliação cardiológica de Serginho foram informados integralmente ao atleta e ao clube, conforme atestam documentos relativos ao caso, reunidos no prontuário médico do jogador, já encaminhado às instâncias pertinentes, por meio do Núcleo Especializado de Direito do Hospital das Clínicas.

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