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30/11/2004
-
18h49
da Folha Online
O cardiologista Edimar Alcides Bocchi, do Incor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas da USP, que recomendou o afastamento do zagueiro Serginho, do São Caetano, em fevereiro deste ano, devido a problemas cardíacos, afirmou nesta terça-feira que a morte do jogador "foi fruto de uma fatalidade".
Em um comunicado assinado conjuntamente com Paulo Donizeti Forte, médico do clube do ABC, Bocchi anunciou nesta terça-feira que os exames realizados pelo atleta em fevereiro não revelaram doença hipertrófica do coração, causa da morte de Serginho de acordo com o laudo do Serviço de Verificação de Óbitos.
Segundo o comunicado, Serginho "apresentava exame físico normal" e "eletrocardiograma compatível com coração de atleta". Dois ecocardiogramas, exame específico para detecção de hipertrofia, e exames adicionais como uma ressonância magnética também comprovariam que não havia hipertrofia do músculo cardíaco, de acordo com o que sustentaram os dois médicos.
Para Bocchi, os resultados dos exames de fevereiro nem mesmo apontavam para o possível desenvolvimento da hipertrofia, que acabou levando à morte do atleta.
Caso as afirmações de Bocchi e Forte sejam comprovadas, tanto o São Caetano como o próprio Forte e o presidente do time, Nairo Ferreira de Souza, podem ser beneficiados.
Na segunda-feira, a polícia civil concluiu o inquérito sobre o caso e responsabilizou Nairo e Forte pela morte do zagueiro, no dia 27 de outubro, após parada cardiorrespiratória em jogo contra o São paulo, no Morumbi.
Segundo o delegado Guaracy Moreira Filho, titular do 34º Distrito Policial, Nairo e Forte foram indiciados por homicídio doloso (com intenção de matar) por dolo eventual. A pena para esse tipo de crime é de seis a 20 anos de prisão.
O inquérito será encaminhado ao Ministério Público da 5ª Vara do Juri. Em depoimento à polícia, Nairo e Forte negaram terem sido avisados que Serginho estava inapto para o esporte.
De acordo com o advogado do médico do São Caetano, Cid Carvalhaes, cópias do laudo do Incor em que não é apontada a hipertrofia já foram encaminhadas ao delegado de polícia que cuida do caso.
Perda de pontos
Também na segunda-feira, Murilo Kieling, procurador do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), surpreendeu ao denunciar com mais rigor do que o previsto o clube paulista.
No documento, Kieling diz que o São Caetano teria que perder todos os pontos dos jogos que o atleta jogou no torneio desde 11 de fevereiro, e não apenas 24 pontos, como aventado anteriormente.
Se os auditores aceitarem a denúncia do procurador, o São Caetano, que contou com o zagueiro em 27 partidas do Brasileiro-04, terá retirados 162 pontos e será rebaixado à Série B.
O presidente do clube e o médico também poderão ser punidos, segundo Kieling --Nairo com dois anos de suspensão, e Forte por até quatro anos.
O julgamento será sexta na Comissão Disciplinar. No dia 9, o processo será apreciado pelos auditores do STJD, última instância da Justiça Desportiva.
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Médico do Incor diz que morte de Serginho foi fatalidade e pode mudar caso
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O cardiologista Edimar Alcides Bocchi, do Incor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas da USP, que recomendou o afastamento do zagueiro Serginho, do São Caetano, em fevereiro deste ano, devido a problemas cardíacos, afirmou nesta terça-feira que a morte do jogador "foi fruto de uma fatalidade".
Em um comunicado assinado conjuntamente com Paulo Donizeti Forte, médico do clube do ABC, Bocchi anunciou nesta terça-feira que os exames realizados pelo atleta em fevereiro não revelaram doença hipertrófica do coração, causa da morte de Serginho de acordo com o laudo do Serviço de Verificação de Óbitos.
Segundo o comunicado, Serginho "apresentava exame físico normal" e "eletrocardiograma compatível com coração de atleta". Dois ecocardiogramas, exame específico para detecção de hipertrofia, e exames adicionais como uma ressonância magnética também comprovariam que não havia hipertrofia do músculo cardíaco, de acordo com o que sustentaram os dois médicos.
Para Bocchi, os resultados dos exames de fevereiro nem mesmo apontavam para o possível desenvolvimento da hipertrofia, que acabou levando à morte do atleta.
Caso as afirmações de Bocchi e Forte sejam comprovadas, tanto o São Caetano como o próprio Forte e o presidente do time, Nairo Ferreira de Souza, podem ser beneficiados.
Na segunda-feira, a polícia civil concluiu o inquérito sobre o caso e responsabilizou Nairo e Forte pela morte do zagueiro, no dia 27 de outubro, após parada cardiorrespiratória em jogo contra o São paulo, no Morumbi.
Segundo o delegado Guaracy Moreira Filho, titular do 34º Distrito Policial, Nairo e Forte foram indiciados por homicídio doloso (com intenção de matar) por dolo eventual. A pena para esse tipo de crime é de seis a 20 anos de prisão.
O inquérito será encaminhado ao Ministério Público da 5ª Vara do Juri. Em depoimento à polícia, Nairo e Forte negaram terem sido avisados que Serginho estava inapto para o esporte.
De acordo com o advogado do médico do São Caetano, Cid Carvalhaes, cópias do laudo do Incor em que não é apontada a hipertrofia já foram encaminhadas ao delegado de polícia que cuida do caso.
Perda de pontos
Também na segunda-feira, Murilo Kieling, procurador do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), surpreendeu ao denunciar com mais rigor do que o previsto o clube paulista.
No documento, Kieling diz que o São Caetano teria que perder todos os pontos dos jogos que o atleta jogou no torneio desde 11 de fevereiro, e não apenas 24 pontos, como aventado anteriormente.
Se os auditores aceitarem a denúncia do procurador, o São Caetano, que contou com o zagueiro em 27 partidas do Brasileiro-04, terá retirados 162 pontos e será rebaixado à Série B.
O presidente do clube e o médico também poderão ser punidos, segundo Kieling --Nairo com dois anos de suspensão, e Forte por até quatro anos.
O julgamento será sexta na Comissão Disciplinar. No dia 9, o processo será apreciado pelos auditores do STJD, última instância da Justiça Desportiva.
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