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08/12/2004 - 09h05

MSI salva Dualib, avalista de R$ 6 milhões do Corinthians

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RICARDO PERRONE
da Folha de S.Paulo

Alberto Dualib é avalista de dívidas bancárias feitas pelo Corinthians no valor de R$ 6 milhões. Para seus opositores, esse é o principal motivo para o presidente do clube ter insistido em assinar a parceria com a MSI.

Se o débito não for pago, ele terá que arcar com a dívida, mas não sozinho. Outro avalista é o vice Antonio Roque Citadini, contrário ao acordo com a empresa.

Com a parceria, os dirigentes deixam de correr esse risco, já que o grupo de Kia Joorabchian irá quitar dívidas do clube no valor de até US$ 20 milhões.

Os empréstimos foram feitos neste ano, principalmente para cobrir a folha de pagamento da equipe de futebol, que é um pouco superior a R$ 1 milhão.

"O fato de ser avalista de empréstimos pode ser a explicação para o presidente ter lutado por uma parceria que não é boa para o clube", disse o conselheiro Miguel Marques e Silva, juiz-corregedor dos presídios de São Paulo.

Pelo novo Código Civil, o dirigente pode ter que responder por todos os débitos do clube.

O presidente corintiano disse nunca ter se preocupado com o fato de avalizar essas dívidas. "Se eu sou avalista, é porque tenho patrimônio para arcar com elas. Enquanto tiver patrimônio, vou continuar sendo avalista", afirmou Dualib. Ele diz ter fechado com a MSI apenas por acreditar ser um bom negócio.

Um dirigente corintiano, que pediu para não ser identificado, afirmou que a preocupação de Dualib é se livrar dos débitos para poder dedicar seu tempo aos negócios da família. A empresa dirigida por Nelson Real Dualib, seu filho, enfrenta dificuldades. Nelson foi um dos 13 conselheiros do Cori (Conselho de Orientação) que votaram a favor do contrato com o grupo de Kia.

Uma parte do empréstimo avalizado por Dualib está comprometida com a cota a que o clube tem direito pela transmissão de seus jogos em 2005. "Pegamos no Bradesco R$ 3,5 milhões como antecipação de parte dos R$ 22 milhões que vamos receber da TV no ano que vem", disse Dualib.

Pelo acordo com o banco, assim que as cotas seriam pagas pela globo diretamente ao Bradesco.

Mas, segundo Dualib, isso não vai mais acontecer graças à MSI. "Como eles entraram no negócio, pago a dívida e fico com o dinheiro da TV", explicou o dirigente.

Os outros R$ 2,5 milhões que o presidente terá de pagar, junto com Citadini, caso o clube não tenha dinheiro, também vieram do Bradesco. "Esse dinheiro veio de uma conta garantida, que trabalha no negativo. Você tem que pagar os juros, que no nosso caso nunca passam de R$ 2,5 milhões."

Citadini não quis confirmar que também é avalista. "Só digo que não acredito que alguém do clube tenha assinado o contrato preocupado com algum empréstimo que avalizou", disse o vice.

Pegar dinheiro emprestado é uma política adotada sem constrangimentos pelo vice financeiro, Carlos Roberto Mello. Ele diz que o clube tem crédito e que a prática não traz prejuízo.

Enquanto Dualib comemora o pagamento de dívidas pela MSI, a oposição se movimenta na Justiça. Ontem, conseguiu na 3ª Vara Cível uma ordem para que o Conselho Deliberativo entregue a ata e a fita de áudio gravada na última reunião. Elas servirão como prova de que a sessão foi encerrada antes de a parceria ser votada.

Especial
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