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09/12/2004
-
14h39
da Folha Online
Em novo depoimento ao delegado Guaracy Moreira Filho, titular do 34º Distrito Policial, que está conduzindo as investigações em relação à morte do zagueiro Serginho, ex-São Caetano, o cardiologista Edimar Bocchi, do Incor, sustentou o que havia dito em seu primeiro depoimento e disse que alertou o médico do clube, Paulo Forte, de que o atleta deveria ser afastado por risco de morte.
O depoimento deve reforçar a acusação ao presidente do São Caetano, Nairo de Souza, e ao médico do clube, Paulo Forte, por homicídio doloso (com intenção de matar) por dolo eventual . A pena para esse tipo de crime é de seis a 20 anos de prisão.
Bocchi foi ouvido mais uma vez a pedido do promotor Rogério Leão Zagallo para esclarecer o que foi afirmado em uma nota pública conjunta com Forte divulgada no dia 30 de novembro.
No comunicado, assinado por ambos, a morte de Serginho foi classificada como "fatalidade". A nota também dizia que a doença que matou o jogador, miocardiopatia hipertrófica (ao lado de edema pulmonar, segundo o laudo do Serviço de Verificação de Óbitos), não havia sido detectada nos exames realizados em fevereiro no Incor.
"Basicamente, Bocchi confirmou o depoimento anterior dele, de que o jogador deveria ter sido afastado das práticas esportivas, porque, caso continuasse jogando, correria riscos de vida, e de que o médico do São Caetano [Paulo Forte] havia sido alertado", disse Zagallo, em entrevista à rádio Jovem Pan.
No prontuário de Serginho, após exames realizados em fevereiro no Incor, Edimar Bocchi foi enfático ao escrever "tenha sorte, pois a chance de óbito é grande" caso o jogador continuasse atuando. No depoimento de 19 de novembro, Bocchi também declarou ter alertado Forte quatro vezes sobre o risco de morte a que o atleta estava sujeito se jogasse.
"O que importa é que hoje ele confirmou que o médico do São Caetano havia sido alertado dos riscos que o jogador corria. Houve uma certa ingenuidade dele, talvez pressionado pelo São Caetano, ao assinar a nota", completou Zagallo.
O próprio Bocchi já havia admitido à Folha ontem que talvez "tenha havido ingenuidade no momento de redigir o comunicado".
"A fatalidade foi o fato de o jogador ter morrido de miocardiopatia hipertrófica, não de ele ter morrido em razão da atividade física. A morte não foi uma fatalidade. Sua causa sim", declarou.
No campo esportivo, o São Caetano já sofreu uma punição. Na madrugada de terça-feira, o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) tirou 24 pontos do time no Campeonato Brasileiro por ter escalado Serginho em quatro jogos de maneira irregular --conforme o artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva.
O presidente do time do ABC, Nairo Ferreira de Souza, foi suspenso por 720 dias por omitir a informação de que o jogador tinha uma recomendação para se afastar da prática esportiva profissional sob risco de morte.
O médico Paulo Forte teve uma punição mais dura: pelo mesmo motivo, ele não poderá exercer nenhuma atividade na área esportiva durante quatro anos. Além disso, o clube também terá de pagar multa de R$ 50 mil.
O São Caetano vai recorrer das punições e deverá ser julgado novamente na próxima semana.
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Em novo depoimento ao delegado Guaracy Moreira Filho, titular do 34º Distrito Policial, que está conduzindo as investigações em relação à morte do zagueiro Serginho, ex-São Caetano, o cardiologista Edimar Bocchi, do Incor, sustentou o que havia dito em seu primeiro depoimento e disse que alertou o médico do clube, Paulo Forte, de que o atleta deveria ser afastado por risco de morte.
O depoimento deve reforçar a acusação ao presidente do São Caetano, Nairo de Souza, e ao médico do clube, Paulo Forte, por homicídio doloso (com intenção de matar) por dolo eventual . A pena para esse tipo de crime é de seis a 20 anos de prisão.
Bocchi foi ouvido mais uma vez a pedido do promotor Rogério Leão Zagallo para esclarecer o que foi afirmado em uma nota pública conjunta com Forte divulgada no dia 30 de novembro.
No comunicado, assinado por ambos, a morte de Serginho foi classificada como "fatalidade". A nota também dizia que a doença que matou o jogador, miocardiopatia hipertrófica (ao lado de edema pulmonar, segundo o laudo do Serviço de Verificação de Óbitos), não havia sido detectada nos exames realizados em fevereiro no Incor.
"Basicamente, Bocchi confirmou o depoimento anterior dele, de que o jogador deveria ter sido afastado das práticas esportivas, porque, caso continuasse jogando, correria riscos de vida, e de que o médico do São Caetano [Paulo Forte] havia sido alertado", disse Zagallo, em entrevista à rádio Jovem Pan.
No prontuário de Serginho, após exames realizados em fevereiro no Incor, Edimar Bocchi foi enfático ao escrever "tenha sorte, pois a chance de óbito é grande" caso o jogador continuasse atuando. No depoimento de 19 de novembro, Bocchi também declarou ter alertado Forte quatro vezes sobre o risco de morte a que o atleta estava sujeito se jogasse.
"O que importa é que hoje ele confirmou que o médico do São Caetano havia sido alertado dos riscos que o jogador corria. Houve uma certa ingenuidade dele, talvez pressionado pelo São Caetano, ao assinar a nota", completou Zagallo.
O próprio Bocchi já havia admitido à Folha ontem que talvez "tenha havido ingenuidade no momento de redigir o comunicado".
"A fatalidade foi o fato de o jogador ter morrido de miocardiopatia hipertrófica, não de ele ter morrido em razão da atividade física. A morte não foi uma fatalidade. Sua causa sim", declarou.
No campo esportivo, o São Caetano já sofreu uma punição. Na madrugada de terça-feira, o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) tirou 24 pontos do time no Campeonato Brasileiro por ter escalado Serginho em quatro jogos de maneira irregular --conforme o artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva.
O presidente do time do ABC, Nairo Ferreira de Souza, foi suspenso por 720 dias por omitir a informação de que o jogador tinha uma recomendação para se afastar da prática esportiva profissional sob risco de morte.
O médico Paulo Forte teve uma punição mais dura: pelo mesmo motivo, ele não poderá exercer nenhuma atividade na área esportiva durante quatro anos. Além disso, o clube também terá de pagar multa de R$ 50 mil.
O São Caetano vai recorrer das punições e deverá ser julgado novamente na próxima semana.
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