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19/12/2004 - 11h10

Robert Scheidt repassa apoio financeiro para outras atletas

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ADALBERTO LEISTER FILHO
da Folha de S.Paulo

A falta de patrocinador, principal problema enfrentado pelos atletas brasileiros, não afeta Robert Scheidt, 31, bicampeão olímpico na laser.

Em iniciativa inédita, ele abriu mão do apoio do Bingo Augusta e o cedeu para Isabel Ficker, 21, e Laura Zanni, 22, dupla de velejadoras da classe 470.

"Os bingos foram fechados um mês antes de meu contrato com o Augusta ser encerrado. Como estava próximo do Mundial da Turquia, aceitei proposta da Medley [fabricante de medicamentos]", conta o competidor, que conquistou seu sétimo título mundial há sete meses, em Bodrum.

Em agosto, nos Jogos de Atenas, Scheidt recuperou a hegemonia olímpica na laser. Ele havia sido medalha de ouro em Atlanta-96, mas perdeu o título para o britânico Ben Ainslie em Sydney-00.

Quando as casas de jogos reiniciaram suas atividades, graças a liminares da Justiça, os donos do Bingo Augusta voltaram a procurar o velejador, que sugeriu encaminhar o apoio para as atletas.

"Eles fizeram uma proposta para retornar, mas o espaço que era deles já havia sido coberto. Por isso sugeri que patrocinassem a Isabel e a Laura", afirma Scheidt.

O brasileiro, escolhido no mês passado pela Isaf (Federação Internacional de Vela) como o melhor iatista de 2004, é um dos poucos competidores no Brasil que pode se dar ao luxo de abrir mão de um patrocinador.

Várias empresas lutam para associar sua marca à trajetória vencedora de Scheidt. Ele é o único atleta olímpico do país a contar com o apoio de duas estatais, o Banco do Brasil e a Petrobras. Também é patrocinado por Medley, Varig e Volvo Car Brasil.

Para Laura e Isabel, a ajuda no início da carreira é bem-vinda. As duas atingiram um feito em 2003: foram as primeiras brasileiras a subir ao lugar mais alto do pódio em um Mundial feminino de vela.

Na disputa da classe 420, que não é olímpica, em Haylands Islands, na Inglaterra, a dupla paulista desbancou as favoritas européias e ficou com o título. No ano anterior, haviam obtido o bronze no Mundial de Tavira (Portugal).

As conquistas fizeram da dupla a maior aposta da vela feminina do país para a Olimpíada de 2008.

No começo do ano, Isabel investiu US$ 12 mil para comprar um barco de 470. Novata na categoria, a dupla ficou com o vice-campeonato do Pré-Olímpico de Búzios (RJ), em março, que definiu o time nacional para a Olimpíada.

"Nosso objetivo é competir nos Jogos de Pequim. Qualquer classificação antes disso teria sido prematura. Ainda estávamos conhecendo a classe", comenta Isabel.

A investida das duas na 470 já motivou reviravoltas na classe. Adriana Kostiw, que representou o país em Atenas ao lado de Fernanda Oliveira, preferiu mudar para a laser radial, que entrou no programa olímpico de 2008.

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