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24/12/2004 - 09h40

Brasileiro-2004 consagra jogo limpo à custa de pouco drible

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EDUARDO ARRUDA
da Folha de S.Paulo

O Brasileiro-2004, que terminou no último domingo com a conquista do Santos, deixou as botinadas em segundo plano, mas o olé também.

Desde a edição de 1995, o torneio não tinha uma média de faltas inferior a 50 por partida e, desde 1995 também, os atletas não aplicavam tão pouco o lance mais imprevisível do futebol.

Neste ano, foram 49,2 infrações, em média, por confronto. E apenas 13 fintas, segundo levantamento feito pelo Datafolha.

No ano que coroou Ronaldinho e Robinho, dois especialistas no fundamento, os dribladores tiveram participação apagada no Brasileiro. Entre os cinco mais eficientes na função, quatro ficaram ausentes de suas equipes em um terço das 46 rodadas.

Os três principais, Felipe (Flamengo), Roger (Fluminense) e Dagoberto (Atlético-PR) entraram em campo 24, 33 e 30 vezes, respectivamente.
Robinho, o nono maior driblador do torneio, não atuou em dez partidas da campanha vitoriosa do Santos.

"Perdemos um pouco de criatividade com a saída de alguns jogadores para a Europa", justificou o técnico Emerson Leão, do São Paulo, que chegou a chamar os atletas de "robôs" após clássico com o Corinthians.

Com a escassez do drible e a redução das faltas, o número de cartões também sofreu queda no Nacional. Em 2004, foram distribuídos 33% menos vermelhos e 5% menos amarelos em relação ao campeonato do ano passado.
A média caiu de 5,16 para 4,90, nos amarelos, e de 0,55 para 0,37 nos vermelhos.

Contribuíram para essa diminuição o Flamengo, que quase foi rebaixado, e o campeão Santos. As duas equipes foram as que menos cometeram infrações.

O time de Vanderlei Luxemburgo, aliás, é uma exceção entre os que jogam limpo. Das cinco equipes que menos bateram no Brasileiro, só os santistas, que fizeram 21,7 faltas por jogo, se deram bem no campeonato.

"As minhas equipes jogam ofensivamente. Eu abomino o jogo violento, feio", sempre repete o técnico campeão Vanderlei Luxemburgo.

O Flamengo, equipe menos faltosa do Nacional, com 21,3 faltas, só escapou da segunda divisão na última rodada do torneio.

A situação do Vasco, o antepenúltimo no ranking das faltas cometidas, foi quase a mesma. Com média de 22,1 infrações, o time só se salvou na penúltima rodada.

Grêmio e Vitória, os dois piores times do torneio, também aliviaram com os rivais. Os baianos cometeram só 22,8 faltas por jogo, enquanto os gaúchos apenas 23.

A queda no número de faltas também pode ser atribuída às imagens de TV. O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) puniu atletas com base em teipes de jogos. Caso do são-paulino Alê, que foi suspenso por uma partida por ter chutado um atleta no duelo com o Figueirense.

"Quando o atleta sabe que está sendo observado, ele pensa duas vezes antes de fazer besteira", disse o presidente do STJD, Luiz Zveiter.

Por outro lado, quem não foi mocinho no Brasileiro acabou se dando bem. O São Paulo, campeão da indisciplina em 2003, repetiu a dose em 2004 para alcançar vaga na Libertadores-2005.

Encerrou o torneio como a segunda equipe com maior média de faltas cometidas (27,6). Foi também o segundo em cartões vermelhos (15) e o terceiro em amarelos (46).

Para frear os ânimos, a diretoria do clube estipulou multa salarial para os indisciplinados. No Palmeiras, que também vai à Libertadores em 2005, os jogadores de Estevam Soares passaram a cometer mais infrações na reta final do Brasileiro.

Especial
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