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25/12/2004 - 10h59

China faz arrastão global em busca de topo nos Jogos de Pequim-2008

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MARIANA LAJOLO
da Folha de S.Paulo

O plano é ambicioso: deixar os EUA para trás pela primeira vez na história e dominar os Jogos de Pequim, em 2008.

Para isso, a China decidiu invadir o mundo. O país já havia se confirmado como candidato ao posto de campeão olímpico ao terminar em segundo lugar no quadro de medalhas na Olimpíada de Atenas. Falta, no entanto, um salto de qualidade, que os chineses começam a buscar agora, fora de suas fronteiras.

O governo e o Comitê Olímpico da China já iniciaram parcerias e negociações em vários países. A idéia é importar treinadores de renome ou enviar atletas para treinar onde está a excelência mundial em cada modalidade.

A cartada mais ambiciosa até agora fez tocar o telefone do técnico da seleção campeã mundial e olímpica de vôlei. Bernardinho ficou tentado com a proposta, mas diz que não é momento de deixar o Brasil rumo ao Oriente.

Treinadora das hexacampeãs mundiais Adriana Behar e Shelda por nove anos, Letícia Pessoa é o nome cotado pelos chineses para tentar colocar suas duplas de praia no pódio em 2008.

Mas, antes mesmo de iniciar o projeto, duas parcerias já vieram ao Brasil para disputar as etapas de encerramento do Circuito Nacional, neste mês.

"Estamos em busca do melhor para nosso país. Como os Jogos de 2008 estão próximos, já é hora de começarmos a fazer acordos para concretizar isso", afirmou Yuan Weimin, presidente do comitê organizador dos Jogos.

Os resultados obtidos em Atenas ajudaram os chineses a traçar planos e vislumbrar alvos.

Tentáculo africano

Alguns de seus tentáculos se viraram até para regiões que não são potências olímpicas, como a África. Atletas da China e do Quênia se unirão em um projeto no atletismo, que prevê a criação de uma espécie de Centro de Treinamento no país africano.

Os quenianos ganham apoio financeiro e tecnológico, enquanto os chineses aproveitam o know-how do Quênia para tentar tornar real o sonho de ver novos Liu Xiang e Xing Huina nas pistas de Pequim. Os atletas surpreenderam os favoritos e conquistaram, respectivamente, ouro nos 110 m com barreiras e nos 10.000 m na edição grega dos Jogos.

A ambição chinesa também buscou alvos nas piscinas. A Austrália, dona de sete ouros nas águas de Atenas, é até agora a principal parceira do projeto Pequim-2008. O acordo inclui também troca de experiências em hipismo, tênis, ciclismo, atletismo, eventos aquáticos e antidoping, além de organização --os australianos sediaram os Jogos de 2000.

Para suplantar as 32 medalhas de ouro que obteve em Atenas --os EUA acumularam 35--, a China buscou excelência também no futebol. A Alemanha, atual vice-campeã mundial, já é o porto de 27 jogadores, chamados de "Time das Estrelas de 2008".

O grupo treinará no Bad Kissingen, da região da Baviera, sob orientação do ex-técnico da Tunísia Eckhard Krautzun. A "concentração" para a Olimpíada deve durar dois anos e inclui jogos contra equipes alemãs.

"Escolhemos o Bad Kissingen porque a Alemanha é um gigante do futebol", afirmou Nan Yong, vice-presidente da federação chinesa de futebol.

Os esforços para consolidar parcerias e a criação de um "projeto nacional" já aparecem em discurso de atletas e técnicos.

"Na China, o governo paga para as atletas competirem em outro país. Os chineses são muito profissionais, treinam seis, sete, oito horas por dia. Alguns até não se casam para não atrapalhar. Vamos seguir assim para vencer em Pequim", disse Zheng Yi Hui, técnico de vôlei de praia.

Especial
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