Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
17/01/2005 - 09h22

Após gol na areia, atacante Romário irá para o Vasco

Publicidade

GUILHERME ROSEGUINI
da Folha de S.Paulo, em Guarujá

A despedida é iminente, mas chega com uma nova vereda: é apenas dos campos gramados que Romário pretende se afastar.

O futebol vai continuar movimentando a vida do atacante de 38 anos. O que muda é o cenário.

No domingo, após marcar o derradeiro tento na partida que opôs combinados de São Paulo e Rio no futebol de areia, ele indicou com exatidão como será seu futuro.

Prometeu que se apresenta nesta segunda-feira ao Vasco para disputar o Estadual do Rio. E não pretende ir além. "Sei que não vou jogar o Brasileiro", avisou o jogador, após a partida realizada no Guarujá (SP).

É à beira-mar que o herói da conquista do tetra em 1994 quer fincar raízes. "Existem grandes chances de eu continuar jogando na areia. Vou tentar um lugar na seleção. Quero participar de seletivas e disputar torneios na praia."

Apesar de embrionária, a idéia tem um objetivo bem definido: Romário quer estender sua vida útil e continuar sob os holofotes.

"Se eu seguir jogando na areia, a molecada que não me viu brilhar nos campos vai acompanhar meus gols de outra forma", diz.

O intento de mudar de ambiente pode até ser antecipado, já que sua situação com o Vasco não está, segundo o próprio jogador, 100% acertada. Ele diz que vai ao clube hoje "porque precisa treinar", mas crê que alguns dias serão necessários até que ajuste minúcias com os cartolas do clube.

"Quero resolver tudo sobre minha permanência até o fim de semana. Vou voltar um pouco antes porque considero importante estar em contato com o resto do grupo", relata o jogador.

Sua atuação no amistoso de domingo, espécie de prólogo da nova carreira, mostrou que a trajetória na praia deve seguir o mesmo enredo da traçada nos gramados.

Ele chegou ao torneio sob a polêmica de uma rixa verbal que travou com Pelé na semana passada.

O ex-atleta do Santos havia dito que Romário deveria parar de jogar porque estaria manchando a carreira. O revide foi áspero. "O Pelé calado é um poeta. Nem gostaria de responder, mas existem pessoas que merecem. Ele tinha que colocar um sapato na boca e não se meter na minha vida."

Na tréplica, o ex-jogador decidiu estancar a rusga e pediu perdão a Romário. Acabou atendido.

"Eu também pedi desculpas ao Pelé. Expliquei que fui mal interpretado. Agora chega de falar sobre isso, porque já é passado."

Não era, ao menos para a torcida que acompanhou o duelo. Logo no aquecimento dos elencos, a lembrança da troca de acusações rendeu as primeiras intimidações ao atacante carioca.

"Faça como o Pelé disse e pendure logo as chuteiras. Você está velho, acabado", disse um torcedor que acompanhava o jogo.

Quando o juiz deu início à partida, o coro de zombarias engrossou. As palavras, dessa vez, eram mais agressivas --"pipoqueiro" é a única que pode ser publicada.

O pior é que, na areia, Romário dava motivos para as bravatas. Errava passes, não se movimentava, e os poucos chutes que arriscou passaram muito longe do gol.

Acabou rumando para o banco de reservas. No último tempo , decidiu voltar ao campo. Os paulistas abriram vantagem de 4 a 3, mas o time do Rio conseguiu um empate nos minutos finais.

Apagado, Romário ouvia gritos de "se aposenta". Até que, a 16 segundos do fim, recebeu lançamento, virou o corpo e, em um chute rápido, surpreendeu o goleiro da seleção paulista.

Ele imediatamente se voltou para a torcida e fez sinal para que todos se calassem. Fim de jogo. 5 a 4 para o Rio. "Quantas vezes vocês não viram essa situação acontecer no campo? É o que eu sempre digo: Deus apontou um dedo para mim e disse: "Esse é o cara."

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Pelé
  • Leia o que já foi publicado sobre Romário
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página