Publicidade
Publicidade
17/02/2005
-
09h00
EDUARDO ARRUDA
RICARDO PERRONE
da Folha de S.Paulo
Órgãos de combate a irregularidades financeiras do Reino Unido, Rússia, Geórgia e Ilhas Virgens Britânicas entraram na investigação sobre a suspeita de lavagem de dinheiro que recai sobre a MSI, parceira corintiana.
Eles foram acionados pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), ligado ao Ministério da Fazenda.
Há cerca de 20 dias, o órgão, que funciona como uma agência de inteligência para questões financeiras, acionou instituições semelhantes nos quatro países.
Pediu para receber informações sobre operações financeiras envolvendo Kia Joorabchian, presidente da MSI, e os magnatas russos Boris Berezovski e Roman Abramovich, além de Badri Patakatsishvili, da Geórgia.
Uma das metas é saber se houve operações financeiras entre eles, já que autoridades brasileiras, como o Ministério Público, suspeitam que Kia participe de um esquema de lavagem de dinheiro com esses empresários.
Badri e Berezovski já fizeram negócios com Kia, que já admitiu amizade com eles. Segundo declarações dadas pelo presidente corintiano, Alberto Dualib, e negadas depois, eles teriam participação na MSI.
"Normalmente nós buscamos indícios de irregularidades em operações financeiras para repassá-las ao Banco Central e ao Ministério Público. Nesse caso, saíram tantas notícias que o Banco Central nos procurou primeiro", afirmou Antônio Gustavo Rodrigues, presidente do Coaf.
Além de transações, como transferências bancárias, que liguem Kia a outros suspeitos de lavagem de dinheiro, existe uma busca para identificar outros crimes pelas pessoas que supostamente estão envolvidas com a MSI.
"Se há lavagem de dinheiro, algum crime ocorreu antes. Precisamos saber o caminho do dinheiro gerado nesses crimes, se eles ocorreram", disse Rodrigues.
Segundo ele, pedidos a outros países costumam ser respondidos em um mês. Neste caso, a resposta pode demorar mais. A maior preocupação é com as Ilhas Virgens Britânicas, paraíso fiscal que costuma preservar a identidade dos investidores que lá negociam.
Dos quatro países que receberam o pedido brasileiro, Ilhas Virgens e Geórgia não fazem parte do Gafi, um grupo de 31 nações que coordena as ações de combate à lavagem de dinheiro. Recentemente, a Rússia o integrou.
A expectativa do Coaf é que as informações mais detalhadas venham do Reino Unido. Algumas das principais dúvidas das autoridades brasileiras podem ser respondidas pelos britânicos, como se Abramovich e Berezoski estão envolvidos com Kia. Ambos criaram raízes na Inglaterra.
Dos britânicos podem ainda vir detalhes sobre as operações envolvendo o Chelsea, time de Abramovich. O Ministério Público de São Paulo trabalha com a possibilidade de o Corinthians ser uma ponte para o time inglês, ajudando na lavagem de dinheiro.
Procurada pela Folha para se manifestar sobre o assunto, a MSI respondeu, por meio de sua assessoria de imprensa, que a empresa "realizou todas as operações financeiras de acordo com a legislação brasileira e com as leis internacionais".
"A MSI está aberta a investigações sobre todas as suas movimentações financeiras e se coloca à disposição das autoridades do país para prestar os esclarecimentos que se façam necessários", completa a nota.
Em entrevista dada na semana passada à radio Jovem Pan, Kia declarou que as notícias sobre supostas irregularidades de sua companhia afastam outros estrangeiros interessados em investir no futebol brasileiro.
Ele busca investidores para a MSI. Até agora trouxe apenas a Devetia, com sede nas Ilhas Virgens Britânicas.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a MSI
Leia o que já foi publicado sobre Kia Joorabchian
Governo aciona 4 países para rastrear Kia Joorabchian e amigos
Publicidade
RICARDO PERRONE
da Folha de S.Paulo
Órgãos de combate a irregularidades financeiras do Reino Unido, Rússia, Geórgia e Ilhas Virgens Britânicas entraram na investigação sobre a suspeita de lavagem de dinheiro que recai sobre a MSI, parceira corintiana.
Eles foram acionados pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), ligado ao Ministério da Fazenda.
Há cerca de 20 dias, o órgão, que funciona como uma agência de inteligência para questões financeiras, acionou instituições semelhantes nos quatro países.
Pediu para receber informações sobre operações financeiras envolvendo Kia Joorabchian, presidente da MSI, e os magnatas russos Boris Berezovski e Roman Abramovich, além de Badri Patakatsishvili, da Geórgia.
Uma das metas é saber se houve operações financeiras entre eles, já que autoridades brasileiras, como o Ministério Público, suspeitam que Kia participe de um esquema de lavagem de dinheiro com esses empresários.
Badri e Berezovski já fizeram negócios com Kia, que já admitiu amizade com eles. Segundo declarações dadas pelo presidente corintiano, Alberto Dualib, e negadas depois, eles teriam participação na MSI.
"Normalmente nós buscamos indícios de irregularidades em operações financeiras para repassá-las ao Banco Central e ao Ministério Público. Nesse caso, saíram tantas notícias que o Banco Central nos procurou primeiro", afirmou Antônio Gustavo Rodrigues, presidente do Coaf.
Além de transações, como transferências bancárias, que liguem Kia a outros suspeitos de lavagem de dinheiro, existe uma busca para identificar outros crimes pelas pessoas que supostamente estão envolvidas com a MSI.
"Se há lavagem de dinheiro, algum crime ocorreu antes. Precisamos saber o caminho do dinheiro gerado nesses crimes, se eles ocorreram", disse Rodrigues.
Segundo ele, pedidos a outros países costumam ser respondidos em um mês. Neste caso, a resposta pode demorar mais. A maior preocupação é com as Ilhas Virgens Britânicas, paraíso fiscal que costuma preservar a identidade dos investidores que lá negociam.
Dos quatro países que receberam o pedido brasileiro, Ilhas Virgens e Geórgia não fazem parte do Gafi, um grupo de 31 nações que coordena as ações de combate à lavagem de dinheiro. Recentemente, a Rússia o integrou.
A expectativa do Coaf é que as informações mais detalhadas venham do Reino Unido. Algumas das principais dúvidas das autoridades brasileiras podem ser respondidas pelos britânicos, como se Abramovich e Berezoski estão envolvidos com Kia. Ambos criaram raízes na Inglaterra.
Dos britânicos podem ainda vir detalhes sobre as operações envolvendo o Chelsea, time de Abramovich. O Ministério Público de São Paulo trabalha com a possibilidade de o Corinthians ser uma ponte para o time inglês, ajudando na lavagem de dinheiro.
Procurada pela Folha para se manifestar sobre o assunto, a MSI respondeu, por meio de sua assessoria de imprensa, que a empresa "realizou todas as operações financeiras de acordo com a legislação brasileira e com as leis internacionais".
"A MSI está aberta a investigações sobre todas as suas movimentações financeiras e se coloca à disposição das autoridades do país para prestar os esclarecimentos que se façam necessários", completa a nota.
Em entrevista dada na semana passada à radio Jovem Pan, Kia declarou que as notícias sobre supostas irregularidades de sua companhia afastam outros estrangeiros interessados em investir no futebol brasileiro.
Ele busca investidores para a MSI. Até agora trouxe apenas a Devetia, com sede nas Ilhas Virgens Britânicas.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Guga perde processo milionário no Carf e diz que decisão é 'lamentável'
- Super Bowl tem avalanche de recordes em 2017; veja os principais
- Brady lidera maior virada da história do Super Bowl e leva Patriots à 5ª taça
- CBF quer testar uso de árbitro de vídeo no Brasileiro deste ano
- Fifa estuda usar recurso de imagem para árbitros na Copa do Mundo-18
+ Comentadas