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24/02/2005 - 09h48

Conselho vê voto de cabresto e cancela pleito paraolímpico

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ADALBERTO LEISTER FILHO
CRISTIANO CIPRIANO POMBO

da Folha de S.Paulo

As eleições do Comitê Paraolímpico Brasileiro foram canceladas pelo Conselho Deliberativo da entidade. A comissão se reuniu anteontem, em Brasília, e apontou irregularidades no pleito.

Vital Severino Neto, o atual presidente, disputa novo mandato contra o oposicionista José Amaury Russo, ligado à Abdem (Associação Brasileira de Desportos de Deficientes Mentais). O pleito seria na segunda-feira.

A comissão é formada por representantes das quatro entidades filiadas ao comitê: Abdem, Abradecar (associação dos cadeirantes), Ande (entidade para deficientes) e ABDC (para os cegos).

Segundo o conselho, o comitê desobedeceu a norma da Lei Pelé, não publicando três vezes, em um jornal de grande circulação, o edital de convocação das eleições.

Além disso, só divulgou as regras da disputa em janeiro, após a inscrição das chapas, cujo prazo expirou no dia 30 de dezembro.

Outra reclamação foi quanto à Comissão Eleitoral, nomeada pelo presidente. Ela é formada por Andrew Parsons, secretário-geral do CPB, Carlos Vieira, diretor financeiro da entidade, e João Menescal, que é dirigente da ABDC.

Parsons e Vieira são subordinados do presidente. Já Menescal é da entidade que projetou Vital.

A definição dos delegados que poderão votar só seria feita pouco antes da eleição. Cada entidade pode ter até oito representantes.

"Ao inscrever os delegados, eles deviam ter garantido o direito ao voto", defende Ciraldo de Oliveira, presidente da Abradecar e do Conselho Deliberativo do CPB.

O jogo político, porém, pode sofrer mudança drástica. Quatro associações tentam filiação às vésperas da eleição e querem votar.

A Associação Brasileira de Vôlei Paraolímpico e a Confederação Brasileira de Basquete em Cadeira de Rodas defendem seu direito por promoverem torneios para deficientes. O problema é que até a Confederação Brasileira de Tênis e a Federação de Vela e Motor, filiadas ao comitê olímpico, querem também vínculo com o CPB.

"Essas entidades nunca realizaram campeonatos paraolímpicos. Provavelmente estão de olho em verbas da Lei Piva", afirma Russo.

O imbróglio eleitoral está só no início. O mandato de Vital termina segunda. "Aí, assume o presidente do conselho, que convocará nova eleição", conta Paulo Beck, dirigente da Abradecar, que participou da reunião de anteontem.

Para os atletas, a indefinição é prejudicial. Clodoaldo Silva, dono de seis ouros na Paraolimpíada-04, teme a paralisia no CPB. "Até agora não sabemos de quais eventos participaremos. E o calendário internacional está andando."

Parsons se mostrou surpreso com a decisão do conselho.

"Vamos aguardar o desenrolar dos fatos. Até agora não recebi a notificação oficial", relata ele.

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