28/03/2005 - 10h42

Pessoa evita festejar decisão inicial que tirou ouro do irlandês O'Connor

da Folha Online

O ginete brasileiro Rodrigo Pessoa evitou comemorar a decisão inicial da FEI (Federação Eqüestre Internacional), que no domingo cassou o ouro olímpico do irlandês Cian O'Connor por causa de um caso de doping em seu cavalo. A decisão favorece o brasileiro, que foi prata em Atenas-2004.

"Acho que é um pouco cedo. Tem que esperar esses 30 dias que ele tem para entrar com um recurso no CAS (Corte Arbitral do Esporte). Tenho que esperar este prazo para poder comemorar", comentou Pessoa, sobre a possibilidade de O'Connor recorrer da decisão, em entrevista ao Sportv.

Apesar de estar próximo do ouro olímpico, Pessoa reconheceu que ganhar a medalha no tapetão não tem o mesmo "gostinho" se fosse nos Jogos. "Realmente, é muito diferente. Não é do jeito que a gente gosta de ganhar, mas as regras são para rodos", afirmou o ginete brasileiro.

Mesmo assim, ele considera justo o rival perder a medalha por causa do doping. "Infelizmente, o rapaz [O'Connor] foi pego, mas tem que ser julgado e punido. Não podemos deixar essa oportunidade passar, pois é mais um ouro para o Brasil", disse Pessoa.

Se o ouro for confirmado para Pessoa, o Brasil somará sua quinta insígnia dourada em Atenas-2004, o que eleva o país da 18ª para a 16ª posição no quadro de medalhas dos Jogos, superando Noruega e Holanda.

Na audiência de ontem, O'Connor, que se tornou um herói nacional ao ganhar o único ouro da Irlanda em Atenas com o cavalo Waterford Crystal, não conseguiu se defender das acusações de que sua vitória se beneficiou das substâncias proibidas acusadas em testes no cavalo.

"Primeiro de tudo, estou muito grato que o bom nome de Cian foi vingado", disse o advogado de O'Connor, Andrew Coonan, após a audiência. "Mas obviamente a decisão é uma decepção pessoal para ele e para a Irlanda", disse Coonan. O'Connor não quis se pronunciar.

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