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16/04/2005
-
09h24
LUÍS FERRARI
da Folha de S.Paulo
A prisão do zagueiro argentino Leandro Desábato por ofensas raciais contra o são-paulino Grafite no gramado do Morumbi motivou a Conmebol a levar à sua cúpula o debate sobre o racismo no futebol sul-americano.
"Após os incidentes em São Paulo, foi marcada um reunião do Comitê Executivo da Conmebol para o dia 28 de abril. Na pauta do evento está a discussão sobre o racismo", informou à "Folha de S. Paulo" o paraguaio Nestor Benítez, diretor de comunicação da entidade que rege o futebol na América do Sul.
No evento, estarão presentes, além dos dirigentes da entidade, os presidentes de todas as confederações nacionais do continente.
"Foi uma situação inédita no futebol sul-americano. A Conmebol condena todas as formas de violência no esporte, respeita e apóia a iniciativa da Fifa de combater a discriminação. É um tema grave, que merece um tratamento firme, mas prudente", declarou Benítez.
No mesmo sentido, Nicolás Leoz, presidente da entidade, depois de visitar Desábato na carceragem do 34º DP, afirmou: "Não podemos admitir o racismo no futebol".
Benítez refutou a informação de que a prisão de Desábato motivará sua expulsão automática da Taça Libertadores, conforme noticiado na quinta-feira.
Afirmou que a Conmebol só tomará atitudes contra o jogador a partir das informações da súmula da partida e do relatório do delegado do jogo. "Nenhuma providência será tomada, seja contra o zagueiro do Quilmes, seja contra o são-paulino Grafite sem o informe do árbitro", disse taxativamente o dirigente, reiterando que os documentos oficiais da vitória são-paulina por 3 a 1 ainda não chegaram à sede da entidade.
Benítez disse ainda que o argentino, que passou mais de 36 horas preso na capital paulista, só será banido da competição continental se os documentos oficiais do jogo tiverem "evidências claras" da prática de racismo.
O diretor de comunicação da Conmebol mostrou cautela ao tratar de eventuais punições. "É importante atuarmos de forma equânime. Não podemos nos arriscar a cometer uma injustiça na busca pela justiça."
Já seu chefe foi menos comedido. Leoz repetiu a informação de que a entidade aguarda os relatórios, mas já antecipou: "Não há dúvida de que ele [Desábato] será severamente punido".
Além de Leoz, os outros representantes da entidade sul-americana são Ricardo Teixeira, presidente da CBF, e Julio Grondona, que comanda a Associação Argentina de Futebol (e é vice-presidente da associação que comanda o futebol mundial).
Aliados na Fifa, eles reagiram de forma oposta ao caso Grafite.
Enquanto Teixeira havia emitido nota oficial repudiando a atitude, Grondona minimizou a questão.
"O futebol é muito passional, talvez estejam exagerando um pouco. Sair do sério no gramado não é o mesmo que fazê-lo na rua", afirmou o comandante máximo do futebol argentino, para quem "[o caso Grafite] é um feito desgraçado, que há muito tempo não ocorria entre Brasil e Argentina; para uns, é muito grave, para outros não".
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Desábato
Reunião entre dirigentes discutirá o racismo
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da Folha de S.Paulo
A prisão do zagueiro argentino Leandro Desábato por ofensas raciais contra o são-paulino Grafite no gramado do Morumbi motivou a Conmebol a levar à sua cúpula o debate sobre o racismo no futebol sul-americano.
"Após os incidentes em São Paulo, foi marcada um reunião do Comitê Executivo da Conmebol para o dia 28 de abril. Na pauta do evento está a discussão sobre o racismo", informou à "Folha de S. Paulo" o paraguaio Nestor Benítez, diretor de comunicação da entidade que rege o futebol na América do Sul.
No evento, estarão presentes, além dos dirigentes da entidade, os presidentes de todas as confederações nacionais do continente.
"Foi uma situação inédita no futebol sul-americano. A Conmebol condena todas as formas de violência no esporte, respeita e apóia a iniciativa da Fifa de combater a discriminação. É um tema grave, que merece um tratamento firme, mas prudente", declarou Benítez.
No mesmo sentido, Nicolás Leoz, presidente da entidade, depois de visitar Desábato na carceragem do 34º DP, afirmou: "Não podemos admitir o racismo no futebol".
Benítez refutou a informação de que a prisão de Desábato motivará sua expulsão automática da Taça Libertadores, conforme noticiado na quinta-feira.
Afirmou que a Conmebol só tomará atitudes contra o jogador a partir das informações da súmula da partida e do relatório do delegado do jogo. "Nenhuma providência será tomada, seja contra o zagueiro do Quilmes, seja contra o são-paulino Grafite sem o informe do árbitro", disse taxativamente o dirigente, reiterando que os documentos oficiais da vitória são-paulina por 3 a 1 ainda não chegaram à sede da entidade.
Benítez disse ainda que o argentino, que passou mais de 36 horas preso na capital paulista, só será banido da competição continental se os documentos oficiais do jogo tiverem "evidências claras" da prática de racismo.
O diretor de comunicação da Conmebol mostrou cautela ao tratar de eventuais punições. "É importante atuarmos de forma equânime. Não podemos nos arriscar a cometer uma injustiça na busca pela justiça."
Já seu chefe foi menos comedido. Leoz repetiu a informação de que a entidade aguarda os relatórios, mas já antecipou: "Não há dúvida de que ele [Desábato] será severamente punido".
Além de Leoz, os outros representantes da entidade sul-americana são Ricardo Teixeira, presidente da CBF, e Julio Grondona, que comanda a Associação Argentina de Futebol (e é vice-presidente da associação que comanda o futebol mundial).
Aliados na Fifa, eles reagiram de forma oposta ao caso Grafite.
Enquanto Teixeira havia emitido nota oficial repudiando a atitude, Grondona minimizou a questão.
"O futebol é muito passional, talvez estejam exagerando um pouco. Sair do sério no gramado não é o mesmo que fazê-lo na rua", afirmou o comandante máximo do futebol argentino, para quem "[o caso Grafite] é um feito desgraçado, que há muito tempo não ocorria entre Brasil e Argentina; para uns, é muito grave, para outros não".
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