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06/05/2005
-
09h00
EDUARDO ARRUDA
da Folha de S.Paulo
De um lado está Daniel Passarella. Do outro, o grupo de jogadores do Corinthians, o grosso da diretoria do clube e a Gaviões da Fiel, principal torcida corintiana.
No meio da queda-de-braço, Kia Joorabchian, presidente da MSI, que é quem dará o veredicto final sobre a permanência ou não do técnico no Parque São Jorge.
Após a derrota para o Figueirense, na quarta-feira, que eliminou o time da Copa do Brasil, os corintianos racharam de vez.
A reportagem apurou que os atletas perderam a confiança no chefe e querem a sua degola. O próprio técnico argentino já confidenciou a pessoas próximas que detectou o "motim" dos comandados.
Ele acredita que faltou vontade aos atletas na quarta-feira. O grupo não perdoa o fato de o treinador ter afastado Fábio Costa dois dias antes do duelo contra os catarinenses. Os líderes, como o zagueiro Betão, avaliam que o episódio abalou emocionalmente o elenco.
O goleiro transita bem em todas as "panelas". Com o banimento dele, muitos jogadores, como Roger, passaram a acreditar que poderiam ter o mesmo destino.
A gota d'água para o racha foi a saída de Roger e Betão da equipe titular que enfrentou o Figueirense. Os dois jogadores só ficaram sabendo que estavam fora do time no dia da partida ao serem relacionados para treinar com os reservas em Florianópolis.
A cúpula corintiana pressiona Kia desde a véspera do jogo com o Figueirense pela demissão do argentino. Ontem, o vice de futebol, Andrés Sanchez, criticou o técnico publicamente.
"Não vamos analisar apenas pelo jogo contra o Figueirense, apesar dos equívocos cometidos [o afastamento de Fábio Costa e a não escalação de Roger]. Mas estamos analisando o que ele tem feito internamente. E já tinha problemas. Alguma coisa tem de ser feita", disse o dirigente, negando que a decisão final sobre o futuro de Passarella seja de Kia.
"Quem decide sou eu, o Angioni, o Dualib e o Kia. É tudo em comum acordo", afirmou.
Mas não é bem assim. O chefe da MSI tem a última palavra nas decisões da parceria. Até a noite de ontem, ele não havia chegado a uma conclusão sobre o técnico.
O iraniano acha que Passarella faz um bom trabalho, mas se equivocou ao banir Fábio Costa. O chefe da MSI também está receoso por ter de trocar de novo o técnico em um período de dois meses, embora saiba que teria problemas em bancá-lo sozinho.
Há ainda uma pesada multa no contrato de Passarella, que vence fevereiro de 2006. Ele recebe R$ 335 mil mensais em carteira e é o funcionário mais caro da MSI.
A Gaviões da Fiel promete se reunir com os dirigentes nesta sexta-feira. Querem a saída de Passarella e explicações sobre a crise do time.
"Ele está se mostrando radical demais", disse Wellington Rocha, presidente da torcida.
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Apesar da pressão, MSI reluta em demitir Daniel Passarella
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da Folha de S.Paulo
De um lado está Daniel Passarella. Do outro, o grupo de jogadores do Corinthians, o grosso da diretoria do clube e a Gaviões da Fiel, principal torcida corintiana.
No meio da queda-de-braço, Kia Joorabchian, presidente da MSI, que é quem dará o veredicto final sobre a permanência ou não do técnico no Parque São Jorge.
Após a derrota para o Figueirense, na quarta-feira, que eliminou o time da Copa do Brasil, os corintianos racharam de vez.
A reportagem apurou que os atletas perderam a confiança no chefe e querem a sua degola. O próprio técnico argentino já confidenciou a pessoas próximas que detectou o "motim" dos comandados.
Ele acredita que faltou vontade aos atletas na quarta-feira. O grupo não perdoa o fato de o treinador ter afastado Fábio Costa dois dias antes do duelo contra os catarinenses. Os líderes, como o zagueiro Betão, avaliam que o episódio abalou emocionalmente o elenco.
O goleiro transita bem em todas as "panelas". Com o banimento dele, muitos jogadores, como Roger, passaram a acreditar que poderiam ter o mesmo destino.
A gota d'água para o racha foi a saída de Roger e Betão da equipe titular que enfrentou o Figueirense. Os dois jogadores só ficaram sabendo que estavam fora do time no dia da partida ao serem relacionados para treinar com os reservas em Florianópolis.
A cúpula corintiana pressiona Kia desde a véspera do jogo com o Figueirense pela demissão do argentino. Ontem, o vice de futebol, Andrés Sanchez, criticou o técnico publicamente.
"Não vamos analisar apenas pelo jogo contra o Figueirense, apesar dos equívocos cometidos [o afastamento de Fábio Costa e a não escalação de Roger]. Mas estamos analisando o que ele tem feito internamente. E já tinha problemas. Alguma coisa tem de ser feita", disse o dirigente, negando que a decisão final sobre o futuro de Passarella seja de Kia.
"Quem decide sou eu, o Angioni, o Dualib e o Kia. É tudo em comum acordo", afirmou.
Mas não é bem assim. O chefe da MSI tem a última palavra nas decisões da parceria. Até a noite de ontem, ele não havia chegado a uma conclusão sobre o técnico.
O iraniano acha que Passarella faz um bom trabalho, mas se equivocou ao banir Fábio Costa. O chefe da MSI também está receoso por ter de trocar de novo o técnico em um período de dois meses, embora saiba que teria problemas em bancá-lo sozinho.
Há ainda uma pesada multa no contrato de Passarella, que vence fevereiro de 2006. Ele recebe R$ 335 mil mensais em carteira e é o funcionário mais caro da MSI.
A Gaviões da Fiel promete se reunir com os dirigentes nesta sexta-feira. Querem a saída de Passarella e explicações sobre a crise do time.
"Ele está se mostrando radical demais", disse Wellington Rocha, presidente da torcida.
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