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29/06/2005
-
09h49
FÁBIO VICTOR
PAULO COBOS
da Folha de S.Paulo, em Frankfurt
Começa a se apagar no tempo a imagem do jogador brasileiro que, ao se transferir para o exterior, não aprendia a língua do novo país e, de quebra, desaprendia o português. Não que a figura não exista mais, mas a debandada de craques para a Europa, cada vez maior e com atletas cada vez mais jovens, transformou a seleção brasileira num centro de idiomas.
Uma passagem pela zona mista, área reservada para entrevistas de atletas em torneios da Fifa, é suficiente para perceber que são várias as línguas dos brasileiros. Muitos atletas falam com fluência dois idiomas, sem contar o português. É o caso de Emerson (italiano e alemão), Ronaldinho (espanhol e francês), Kaká (italiano e inglês) e Edu (inglês e espanhol).
Ronaldo, dispensado da Copa das Confederações, é desenvolto em espanhol e italiano e fala um pouco de holandês e de inglês.
São minoria os que se resumem à língua materna. Zé Roberto, há sete anos no futebol alemão, deita e rola no idioma de Goethe. Quando Beckenbauer visitou a concentração da seleção, foi o atleta que mais conversou com o "Kaiser". Em alemão.
Juninho Pernambucano, há quatro anos no Lyon, fala francês quase como um nativo.
"É muito importante ter essa chance, vir para a Europa, conhecer outras culturas. Para mim, está sendo ótima a experiência", diz Emerson, para quem os desbravadores foram os principais responsáveis por essa mudança. "Os que vieram primeiro ajudaram a mudar a idéia do europeu de que o brasileiro era preguiçoso, não era profissional. Hoje estamos provando o contrário, que o brasileiro pode jogar em qualquer lugar do mundo."
Juninho Pernambucano observa que a questão idiomática é apenas parte da evolução do profissional do futebol. "O jogador pensa hoje muito diferente, ele abriu os olhos. Sabe que sua carreira passa muito rápido, então se preocupa mais com sua cultura e seu futuro."
Na avaliação do assessor de imprensa da Confederação Brasileira de Futebol, Rodrigo Paiva, a tendência tem facilitado a vida da mídia estrangeira na cobertura da seleção. "A presença desses veículos cresceu porque eles viram que, além de serem bem recebidos, podem entrevistar os atletas em suas línguas."
Carlos Alberto Parreira se adequa bem aos novos tempos. Fluente em inglês, o técnico tem feito questão de responder as perguntas que lhe são dirigidas no idioma e de traduzir ele próprio para o português, abrindo mão do intérprete oferecido pela Fifa.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a seleção brasileira
Leia cobertura completa sobre a Copa das Confederações
Européia, seleção brasileira dá aula de idiomas
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PAULO COBOS
da Folha de S.Paulo, em Frankfurt
Começa a se apagar no tempo a imagem do jogador brasileiro que, ao se transferir para o exterior, não aprendia a língua do novo país e, de quebra, desaprendia o português. Não que a figura não exista mais, mas a debandada de craques para a Europa, cada vez maior e com atletas cada vez mais jovens, transformou a seleção brasileira num centro de idiomas.
Uma passagem pela zona mista, área reservada para entrevistas de atletas em torneios da Fifa, é suficiente para perceber que são várias as línguas dos brasileiros. Muitos atletas falam com fluência dois idiomas, sem contar o português. É o caso de Emerson (italiano e alemão), Ronaldinho (espanhol e francês), Kaká (italiano e inglês) e Edu (inglês e espanhol).
Ronaldo, dispensado da Copa das Confederações, é desenvolto em espanhol e italiano e fala um pouco de holandês e de inglês.
São minoria os que se resumem à língua materna. Zé Roberto, há sete anos no futebol alemão, deita e rola no idioma de Goethe. Quando Beckenbauer visitou a concentração da seleção, foi o atleta que mais conversou com o "Kaiser". Em alemão.
Juninho Pernambucano, há quatro anos no Lyon, fala francês quase como um nativo.
"É muito importante ter essa chance, vir para a Europa, conhecer outras culturas. Para mim, está sendo ótima a experiência", diz Emerson, para quem os desbravadores foram os principais responsáveis por essa mudança. "Os que vieram primeiro ajudaram a mudar a idéia do europeu de que o brasileiro era preguiçoso, não era profissional. Hoje estamos provando o contrário, que o brasileiro pode jogar em qualquer lugar do mundo."
Juninho Pernambucano observa que a questão idiomática é apenas parte da evolução do profissional do futebol. "O jogador pensa hoje muito diferente, ele abriu os olhos. Sabe que sua carreira passa muito rápido, então se preocupa mais com sua cultura e seu futuro."
Na avaliação do assessor de imprensa da Confederação Brasileira de Futebol, Rodrigo Paiva, a tendência tem facilitado a vida da mídia estrangeira na cobertura da seleção. "A presença desses veículos cresceu porque eles viram que, além de serem bem recebidos, podem entrevistar os atletas em suas línguas."
Carlos Alberto Parreira se adequa bem aos novos tempos. Fluente em inglês, o técnico tem feito questão de responder as perguntas que lhe são dirigidas no idioma e de traduzir ele próprio para o português, abrindo mão do intérprete oferecido pela Fifa.
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