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19/07/2005 - 09h58

Grafite recua e deve desistir de acusação contra Desábato

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KLEBER TOMAZ
MÁRVIO DOS ANJOS
da Folha de S.Paulo

O atacante Grafite, do São Paulo, voltou atrás e deve desistir do caso em que acusa o zagueiro argentino Desábato, do Quilmes, de injúria qualificada por racismo.

A assessoria de imprensa de Grafite confirmou que o atacante não deve assinar a queixa-crime, que transformaria a ação cível em processo. O prazo para apresentação da queixa-crime vai até setembro --seis meses após o registro, ocorrido após o São Paulo x Quilmes, pela primeira fase da Libertadores, no Morumbi, no dia 13 de abril. Sem o documento, o inquérito será arquivado.

À época, o atacante insistia que ia levar o caso até o fim. Grafite acusava Desábato de chamá-lo de "negro de merda". O zagueiro diz, por sua vez, que só mandou o rival enfiar uma banana no "culo" e que o chamou de "cagón". O argentino chegou a ficar 36 horas preso em São Paulo e teve de pagar fiança para ser solto.

Grafite havia manifestado sua desistência domingo, em entrevista à TV Gazeta. "Não vou entrar com a queixa. Eu desisti. É uma página virada na minha vida, ele já pagou o bastante pelo que fez", disse o jogador.

Segundo sua assessoria, porém, Grafite não oficializou a decisão ao departamento jurídico do São Paulo, que o acompanha no caso.

A defesa de Desábato pretende utilizar a fita de vídeo como prova de renúncia de queixa do atacante. "O ideal seria o Grafite formalizar a renúncia de queixa de forma direta à Justiça, mas vamos utilizar a cópia da fita como prova, já que nela Grafite faz a renúncia de forma explícita", disse o criminalista Carlos Mendes.

Procurado pela reportagem, o departamento jurídico do São Paulo não retornou as ligações para comentar o assunto. A assessoria do atacante afirmou que ele tinha compromissos com emissoras de TV e não poderia contatá-lo a tempo sobre seu interesse em oficializar a renúncia.

Nem o Instituto de Criminalística nem especialistas consultados pela Folha de S. Paulo conseguiram confirmar o que foi dito por Desábato.

Foi incluído no inquérito um laudo feito por professoras de uma escola para surdos-mudos em São Paulo que apontava ofensas de Desábato em português ("negrinho"), o que a defesa do jogador negou. "Ele nem fala português, essa perícia é falsa", afirmou o advogado do zagueiro.

No mesmo programa de TV, Grafite disse que ia pedir desculpas ao lateral-direito Baiano pelo que ele sofreu no Boca Juniors após o caso. Baiano, que retornou ao Palmeiras, queixou-se de que o clima na Argentina ficou pesado após a prisão. O jogador afirmou ter saído do país por causa do crescente racismo em campo.

Logo depois do incidente, os gramados argentinos viram inúmeras manifestações ofensivas de torcedores contra Grafite, principalmente em jogos do Quilmes, como cartazes com desenhos de macaco que incluíam o nome do atacante.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o atacante Grafite
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