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06/08/2005 - 09h49

Ausência de campeões marca Mundial de atletismo de Helsinque

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ADALBERTO LEISTER FILHO
da Folha de S.Paulo

Helsinque dá largada neste sábado para um Mundial de atletismo esvaziado. A competição não terá a presença de 26,2% dos campeões olímpicos nas provas individuais em Atenas-04. Também não verá 26,2% dos campeões da última edição do Mundial, em Paris-03.

Como comparação, no Mundial de Edmonton-01 estiveram fora 19% dos campeões olímpicos em Sydney, no ano anterior.

As lesões são a principal causa das desistências. Normalmente, os atletas se preparam para chegar ao auge no fim do ciclo olímpico. O primeiro ano depois dos Jogos é ideal para a recuperação de lesões crônicas ou para passar por cirurgias antes adiadas.

As ausências são tantas que haverá provas sem os campeões olímpico ou mundial. É o caso dos 400 m com barreiras, sem a australiana Jana Pittman, ganhadora em Paris, e a grega Fani Halkia, vencedora em casa.

"Estou desapontada por não defender meu título, mas a reabilitação agora é minha prioridade número um", diz Pittman, que se recupera de dores nas costas. Halkia, com problemas no joelho, nem foi à pista neste ano.

O mau agouro também abateu os únicos competidores que subiram duas vezes ao local mais alto do pódio em provas individuais.

Kelly Holmes, 35, chegou na frente nos 800 m e nos 1.500 m na Olimpíada. Na primeira disputa, encerrou hegemonia de dois anos da moçambicana Maria Mutola.

Mas uma persistente lesão no calcanhar-de-aquiles a tirou do Mundial. "Não tenho palavras para expressar minha frustração."

Já Hicham El Guerrouj, 30, que amealhou o ouro nos 1.500 m e nos 5.000 m, alegou uma virose para não atuar. "Meus preparativos estavam indo bem até o final de junho. Infelizmente não tive sorte", queixou-se o marroquino.

Para o Brasil, os desfalques trouxeram boa notícia: o sueco Christian Olsson, 25, campeão mundial e olímpico do salto triplo, operou o pé e estará ausente na Finlândia. "Já ganhei tudo o que quis. Não quero ir a um Mundial só para participar." Sem o saltador, crescem as chances de Jadel Gregório ganhar um inédito ouro para o Brasil (até hoje, foram quatro pratas e quatro bronzes).

Outros que brilharam em Atenas chegam à Finlândia em más condições. É o caso dos maiores barreiristas da atualidade: Felix Sanchez, 27, e Xiang Liu, 21.

O dominicano, campeão olímpico dos 400 m com barreiras, ainda se recupera de lesões no tendão da perna e na panturrilha. "Ele faz tratamento com laser, e os médicos avisaram para não correr. Mas ele decide", diz Tony Campbell, agente de Sanchez.

Já o chinês, que igualou o recorde dos 110 m com barreiras em Atenas (12s91), sente de dores no joelho. "Ele não está em boa forma", admite o técnico Sun Haiping. Com lesão no pé, o americano Shawn Crawford, 27, desistiu dos 200 m, sua especialidade. Correrá só os 100 m.

Nem todas as abstenções, porém, se devem à sobrecarga de treinamento. A sul-africana Hestrie Cloete, 26, campeã mundial e vice olímpica no salto em altura, engravidou. Já o polonês Robert Korseniowski, 37, tricampeão mundial e olímpico na marcha de 50 km, encerrou a carreira.

Não bastasse isso, o Mundial ainda não verá a atuação de Asafa Powell, 22, novo recordista dos 100 m. O jamaicano sente a virilha. "A lesão não é séria, mas temos que ter precaução para não agravá-la", declarou à reportagem Paul Doyle, agente do atleta.

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