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15/08/2005 - 10h00

Jovens alçam EUA a campanha histórica no Mundial de atletismo

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ADALBERTO LEISTER FILHO
da Folha de S.Paulo

Depois de vários escândalos de doping e campanha modesta no último Mundial de atletismo, os EUA mostraram fôlego renovado no evento de Helsinque, encerrado no domingo.

Nunca os norte-americanos faturaram tantos ouros na competição (14). Só uma vez voltaram para casa com mais medalhas do que na Finlândia. Foi em Tóquio-91, no auge de uma geração estrelada por Carl Lewis, Michael Johnson e Jackie Joyner-Kersee.

O brilho esteve apagado em Paris-03, quando o país realizou sua pior campanha em um Mundial (17 medalhas) e ainda passou pelo vexame de perder dois ouros --100 m e 200 m-- depois de revelado o doping de Kelli White.

Não bastasse isso, viu outro de seus destaques, Jerome Young, cair em desconfiança. Logo após ganhar os 400 m, foi revelado que o velocista tivera antidoping positivo encoberto pela federação dos EUA em 1999. Young acabou sendo banido do esporte em 2004.

A borracha no passado nebuloso começou a ser passada por uma turma em idade escolar.

O grupo que foi a Helsinque ostentou média de idade de 27,2 anos. Porém os que subiram ao degrau mais alto do pódio são os novatos da delegação (23,6 anos).

"É maravilhoso ser campeã", festejou a teen Allyson Felix, 19, vencedora dos 200 m, que subiu uma posição na prova em relação aos Jogos de Atenas, em 2004.

Foi a juventude que alçou os EUA ao topo do quadro de medalhas, com o dobro das comendas douradas conseguidas pela Rússia, a vice-campeã (14 a 7).

Dos medalhistas em Helsinque, apenas dois têm mais de 30 anos: Allen Johnson (110 m com barreiras), 34, e Sandra Glover (400 m com barreiras), 36. Ambos não passaram da terceira colocação.

A nova geração também não se juntou ao coro dos descontentes, que reclamaram do mau tempo, da temperatura baixa ou dos ventos fortes no estádio Olímpico.

"A chuva não fez absolutamente nenhuma diferença para mim. Poderia haver um furacão nesta noite que não mudaria nada", relatou Lauryn Williams, 21, a nova mulher mais rápida do mundo.

Sem tempo ruim, os novos nomes já almejam altos objetivos. "Quero melhorar o recorde mundial de Kevin Young", deseja Bershawn Jackson, 22, campeão dos 400 m com barreiras, referindo-se à marca de 46s78 de seu compatriota, que já dura 13 anos.

Ser o melhor de todos os tempos também é a meta do principal nome da delegação premiada na Finlândia. Justin Gatlin, 23, venceu os 100 m e os 200 m no Mundial, feito semelhante ao obtido por Maurice Greene em Sevilha-99. "Já pus meu nome nos registros históricos", diz Gatlin, detentor do ouro olímpico dos 100 m.

"Posso ser campeão do mundo novamente. Posso ganhar a Olimpíada de novo. Mas ainda não senti o gosto de ser o recordista", completou ele, cujo maior objetivo agora é superar a marca de 9s77, em poder de Asafa Powell.
 

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