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21/08/2005 - 09h00

Brasil invade BAR e desafia histórico do país

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FÁBIO SEIXAS
da Folha de S.Paulo, em Istambul

Em Istambul, primeiro GP após o anúncio oficial da BAR, eles ainda usam uniformes diferentes. Gil de Ferran mora na Inglaterra, Rubens Barrichello, em Portugal. Um trabalha com a Michelin, outro, com a Bridgestone. O dirigente comunica-se com a equipe em inglês. O piloto, em italiano.

Mas se na pista são adversários, quase estranhos, fora dela falam cada vez mais sobre um futuro bem próximo. E em português.

Amigos desde a infância, Gil e Barrichello são os alicerces de uma comunidade brasileira que começa a se juntar na BAR. Além deles, a escuderia terá outros dois pilotos do país em 2006. E um quinto integrante pode chegar.

Será a maior reunião de brasileiros numa mesma equipe da F-1 desde os tempos da Copersucar, nos anos 70 e 80. O que impõe a todos um desafio extra: dono de oito títulos na categoria, o país sempre esteve limitado a sucessos individuais. No coletivo, os resultados foram fiascos retumbantes.

Além de Gil, diretor esportivo, e de Barrichello, piloto titular, a equipe inglesa terá no ano que vem o paranaense Enrique Bernoldi, piloto de testes, e o paulista Danilo Dirani, que disputa a F-3 inglesa, integra seu programa de desenvolvimento de talentos e que até o fim do ano deve andar com um F-1 pela primeira vez.

Há ainda uma chance, pequena, de o grupo crescer. Tony Kanaan, atual campeão da IRL, fará teste em 29 de setembro. Em tese, será apenas um prêmio pelo trabalho com a Honda nos EUA --a montadora tem 45% da BAR. Mas pode se tornar um treino "sério" caso Jenson Button não permaneça na equipe em 2006.

"Eu o Wilson fomos pioneiros também nisso. Fomos os primeiros dirigentes brasileiros na F-1, os primeiros a colocar brasileiros nos bastidores e a promover pilotos jovens do país. Com toda essa experiência, sei que o Gil está preparadíssimo para dirigir uma equipe. E acho que o Barrichello chega à BAR na hora certa", afirmou Emerson Fittipaldi à reportagem.

De 1975 a 1982, Emerson e seu irmão, Wilson, comandaram a Copersucar, primeira experiência coletiva do país na F-1. Além dos dois, que também atuaram no volante, a equipe teve Ingo Hoffmann, Chico Serra e Alex Dias Ribeiro como pilotos. Por quatro anos, até o projetista do time era um brasileiro, Ricardo Divila.

Não funcionou. Embora tenha corrido 103 GPs e conseguido alguns resultados razoáveis, a Copersucar fechou as portas em 1982, com os irmãos endividados.

Demorou 13 anos até que pilotos e dirigentes brasileiros voltassem a se reunir. Aconteceu em 1995, com a Forti Corse, que tinha Carlo Gancia como um dos sócios e a dupla de pilotos Roberto Moreno e Pedro Paulo Diniz.

Sem resultados e sofrendo para levantar dinheiro, a equipe deixou a F-1 ao final do ano seguinte.

Diniz também se envolveu na última aventura coletiva do país. Em 2001, ele comprou parte da Prost Grand Prix por US$ 25 milhões e contratou Luciano Burti como piloto. O time terminou o ano em último e em novembro, com dívidas de US$ 30 milhões, sofreu intervenção da Justiça francesa. Acabou.

A próxima investida começa em 12 de março de 2006. Com uma estrutura diferente, melhor que as anteriores. E buscando, também, um final diferente. Feliz.

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