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25/09/2005 - 10h50

Fraude em jogos atinge até Campeonato Brasileiro de 2004

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da Folha de S.Paulo

O grupo que fraudava resultados já atuava pelo menos desde outubro de 2004. Nesse período, segundo a Polícia Federal, houve manipulação em partidas do Brasileiro, Paulista e Libertadores.

"Mas, pelo que investigamos até aqui, acreditamos que o esquema seja ainda maior", afirmou Roberto Porto, promotor do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado).

Segundo a Folha apurou, mais de um jogo do Brasileiro do ano passado teria sido fraudado.

"Temos elementos para dizer que ao menos sete partidas tiveram resultados manipulados", revelou José Reinaldo Guimarães Carneiro, outro promotor do Gaeco que investiga o caso.

Ontem, a Polícia Federal cumpriu mandados de prisão contra o árbitro Edílson Pereira de Carvalho e Nagib Fayad, que se beneficiou de apostas de resultados de jogos realizadas em sites ilegais.

O empresário foi encontrado na boate Ilha da Fantasia, em São Paulo. Ambos estão detidos na sede da PF, na Lapa (zona oeste de São Paulo). Segundo as investigações, três donos de casas de bingo estariam ligados ao esquema.

Segundo despacho da juíza Antônia de Paula Farah, "a organização criminosa lucra quantia exorbitante com suas manobras fraudulentas, aproximadamente R$ 400 mil por partida". O juiz embolsaria até R$ 15 mil.

A PF divulgou que o árbitro atuou em favor do grupo de apostadores na partida em que o Vasco bateu o Figueirense por 2 a 1, jogando em São Januário. Outra partida fraudada foi a vitória do Banfield (Argentina) por 3 a 2 sobre o Alianza (Peru), pela segunda fase da Libertadores.

"É uma organização criminosa bem estruturada de venda de resultados de partidas de futebol. Os apostadores compravam, e o juiz vendia", informa o delegado Victor Hugo Rodrigues Alves, da Divisão de Operações de Inteligência Especializada da PF.

A investigação teve início há cinco meses, com a quebra do sigilo telefônico dos envolvidos.

Com base em informações colhidas --cerca de 20 mil horas de gravações--, a PF espera indiciar mais participantes. O próximo passo será a quebra do sigilo bancário do juiz e do empresário.

"As conversas deixam claro que o árbitro Edílson Pereira de Carvalho está envolvido. Há acerto de venda de resultado de partidas e ligações do vestiário, minutos antes do início dos jogos", diz Porto.

Árbitros dos quadros da Fifa, Carvalho foi acusado de ter xingado o zagueiro Sebá e o atacante Tevez de "gringos de merda" e de falsificar um diploma escolar.

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