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02/10/2005 - 08h07

Clubes divergem sobre anulação de partidas do Brasileiro

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EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
TONI ASSIS
RODRIGO MATTOS
da Folha de S.Paulo

Quem pode sair no lucro quer. Quem corre o risco de perder o que já conseguiu é contra. Essa é a divisão nos clubes da Série A sobre a possível repetição dos 11 jogos apitados por Edilson Pereira de Carvalho, que participou de esquema de armação de resultados de jogos do Brasileiro.

Equipes que tem alguma chance de sair de todo o imbróglio causado pela interferência do ex-árbitro em jogos do Nacional com ganho na tabela de classificação tem em seus técnicos, dirigentes e jogadores defensores da anulação.

Já as vozes que se levantam como favoráveis à ponderação caso a caso em vez de refazer todas as 11 partidas concentram-se nos times que mais têm a perder do que lucrar com a possível determinação de fazer novas partidas.

Entre os favoráveis está o Corinthians, que pode sair, involuntariamente, como o grande beneficiado pelo escândalo, pois, caso seus jogos arbitrados por Carvalho sejam anulados, terá nova chance de enfrentar Santos e São Paulo --em ambos os confrontos o time havia sido derrotado.

Em caso de triunfos em novos duelos, o clube poderia se isolar na liderança da competição, com até seis pontos de diferença sobre o vice-líder.

"Se for comprovada má-fé do árbitro tem que haver [anulação dos jogos]. Só quero que nenhum time seja prejudicado", diz o meia Roger. "Não vou falar sobre interesses, até porque a guerra de interesses é muito grande. O que me deixa chateado é saber que fomos prejudicados nessas duas partidas", completou o jogador.

No melhor dos cenários --com vitórias do clube e derrotas dos outros postulantes ao primeiro lugar--, o Corinthians iria para o topo da classificação com uma folgada vantagem de oito pontos sobre o vice-líder, o próprio clube do Rio Grande do Sul.

Para isso, no entanto, teria que vencer Santos e São Paulo, o que não faz há muito tempo. Desde 2001 os corintianos não vencem o clube do litoral. O tabu contra os são-paulinos começou em 2003.

O clube do Morumbi, aliás, se posicionou a favor da repetição de partidas em que houve interferência do árbitro. Mas diz que sua vitória contra os corintianos por 3 a 2 não teve o dedo de Carvalho.

Para o técnico do clube do Morumbi, Paulo Autuori, disputar novamente esses confrontos vai "tirar a verdade" do campeonato e castigar as equipes que estão brigando pelo topo do Brasileiro.

"O problema não são os dois jogos em si (Ponte Preta e Corinthians), mas o desgaste que toda essa operação envolve. É uma concentração a mais que precisamos ter", afirmou o treinador.

"O Juventude seria o beneficiado, mas o Figueirense venceu com méritos. Para que repetir esse jogo? Olha, contra a Ponte Preta (derrota de 1 a 0) não tenho do que reclamar", declarou o são-paulino, que citou que a repetição das partidas fará com que o clube altere o planejamento para o Mundial de Clubes, que será realizado em dezembro.

Os santistas também chiam sobre um novo confronto com o Corinthians. Segundo o diretor de futebol do clube, Francisco Lopes, a repetição da partida, vencida pelo Santos por 4 a 2, seria como colocar o "inocente na cadeia".

"Nós é que fomos prejudicados", disse, baseado em declarações de Carvalho de que negociou a partida com apostadores tendo o Corinthians como o vencedor.

No Palmeiras, que não teve partidas apitadas por Carvalho, o técnico Emerson Leão defende a repetição, com ressalvas.

"Acho que as partidas em que houver comprovação [de irregularidades] tem que ser feitas de novo", argumenta.

O técnico Renato Gaúcho, do Vasco, que venceu uma partida (Figueirense) e perdeu outra (Botafogo) apitada por Carvalho, diz não ver problema em disputar novos duelos. "Os fatos precisam ser apurados para o campeonato não perder totalmente a credibilidade. Mas acredito que os jogadores não perderam."

Especial
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