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15/10/2005 - 10h59

Torcidas organizadas prevêem caos, e juízes acenam com greve

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PAULO GALDIERI
RODRIGO BUENO
MÁRVIO DOS ANJOS
da Folha de S.Paulo

A violência que tomou a Vila Belmiro na noite de quinta-feira não deve parar por aí. É o que dizem torcidas organizadas de equipes afetadas pela anulação das 11 partidas do Brasileiro. Não por acaso, juízes acenaram ontem, pela primeira vez, com a possibilidade de entrar em greve, o que complicaria de vez o campeonato.

Na opinião dos líderes das torcidas ouvidos pela Folha de S.Paulo, erros de arbitragem nos jogos remarcados poderão levar a novas tentativas de agressão como a que houve com o árbitro Cleber Wellington Abade. Ele marcou, nos minutos finais do segundo tempo, o pênalti que consagrou a vitória do Corinthians sobre o Santos (3 a 2).

"Não tem como segurar. Há uma liderança, mas chega um ponto que não dá", diz Marcelo Rodrigues, presidente da Camisa 12, do Internacional --equipe que mais se manifestou contra a remarcação das partidas apitadas--por Edilson Pereira de Carvalho. "Vamos até fazer um manifesto contra tudo isso no domingo."

A opinião do torcedor gaúcho ganha apoio em outros Estados. "Os torcedores do Santos se sentiram como palhaços. Tudo agora gera dúvida", diz Paulo Augusto da Cunha, presidente da cruzeirense Máfia Azul. Segundo ele, caso tivesse acontecido uma jogada polêmica no jogo Cruzeiro x Botafogo, que foi reeditado na última quarta (empate 2 a 2) as cenas vistas na Vila poderiam ter ocorrido primeiro no Mineirão. "Havia 26 mil pessoas e todos estavam muito irritados."

A tensão levou ontem o sindicato paulista dos árbitros a propor uma paralisação "se medidas enérgicas não forem adotadas no sentido de preservar a integridade dos árbitros que estão trabalhando no Brasileiro", conforme reivindica em comunicado.

Sérgio Corrêa, presidente do Safesp (Sindicato dos Árbitros de São Paulo) solicitou uma reunião na Anaf (Associação Nacional dos Árbitros de Futebol), ainda sem data definida, para deliberar sobre a realização da greve.

"A situação está muito grave. Tem gente que não tem nada a ver com essa história e está apanhando por aí. Em quase todos os jogos amadores tem acontecido, no mínimo, ameaças de agressão", afirma Corrêa.

Depois dos acontecimentos de quinta em Santos, o outro clássico paulista que foi anulado pelo STJD (São Paulo 3x2 Corinthians) passou a ser considerado como o jogo com ingredientes explosivos capazes de causar confusões generalizadas.

"Pela desinformação, pode ser até pior que o da Vila Belmiro. Poderemos ter umas 50 mil pessoas dentro do estádios e umas 60 mil do lado de fora", alerta Daniel Villar, diretor da são-paulina Tricolor Independente.

"Eu temo pelo clássico de domingo [Palmeiras x Corinthians], mas acho que o pior pode acontecer no jogo do Corinthians com o São Paulo", diz Reginaldo Pereira, diretor da Mancha Alviverde.

Fora de campo, as organizadas buscam também um meio de compensar os gastos que tiveram com os jogos que foram anulados.

O movimento de entrar na Justiça para pedir o ressarcimento do dinheiro usado para deslocamento até os estádios e compra de ingressos que havia sido iniciado pelas principais torcidas dos quatro grandes paulistas já ganhou o apoio de facções de outros estados. A Máfia Azul, a Camisa 12 e a Young Flu (Fluminense), se mostraram favoráveis à ação.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o escândalo da arbitragem
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