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05/11/2005
-
09h09
LUÍS FERRARI
MÁRVIO DOS ANJOS
da Folha de S.Paulo
O Juventude é o primeiro time do Brasil a ser punido pela Justiça Desportiva por atos de cunho racista de seus torcedores.
Ontem, a 4ª Comissão Disciplinar do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) condenou o clube de Caxias do Sul à perda de dois mandos de campo e multa no valor de R$ 200 mil.
A decisão, proferida após cerca de uma hora de julgamento no Rio, ainda não é definitiva.
O clube foi enquadrado no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que impõe perda de até três mandos de campo e multa entre R$ 50 mil e R$ 500 mil a quem "deixa de tomar providências para prevenir desordens em sua praça de desporto".
O árbitro Alício Pena Júnior registrou na súmula do jogo contra o Internacional, em 22 de outubro, que parte dos torcedores do Juventude imitava macacos sempre que o volante adversário Tinga, que é negro, tocava na bola.
Após o caso chegar ao tribunal, o jogador ofendido afirmou que não desejava comentá-lo.
Já Walter Dal Zotto, presidente do Juventude, declarou que foi uma ação isolada, que cessou assim que o sistema de som do estádio Alfredo Jaconi apelou para que os torcedores não discriminassem os jogadores rivais.
A conduta que levou à punição do clube gaúcho é idêntica à verificada em alguns campeonatos nacionais da Europa. A multa, entretanto, é mais pesada que as impostas na Espanha, onde o problema têm sido mais freqüente.
No primeiro semestre deste ano, o lateral-esquerdo Roberto Carlos, titular da seleção brasileira e do Real Madrid, foi alvo de apupos similares quando jogava por seu clube pelo Campeonato Espanhol em duas ocasiões.
Na primeira, a Federação Espanhola multou o Atlético de Madrid no equivalente a R$ 2.100. Na segunda, o La Coruña (R$ 2.400).
A própria entidade que comanda o futebol espanhol já foi alvo de multa por racismo. No final do ano passado, a Fifa impôs a ela o pagamento de cerca de US$ 87 mil (quantia em torno de R$ 238 mil, pela cotação da moeda norte-americana na época).
A punição, que aconteceu em razão de manifestações da torcida espanhola contra a seleção inglesa, foi considerada branda pelos britânicos. Após a divulgação da pena --da qual os espanhóis não recorreram--, Richard Carbon, secretário de Esporte da Inglaterra, afirmou que a Fifa perdera a chance de evitar tais incidentes.
Assim como a Fifa, a Uefa também aplica altas multas para coibir discriminação racial em suas competições. Só no mês de setembro, a entidade que comanda o futebol na Europa puniu o Sparta Praga, da República Tcheca, em 32 mil euros (cerca de R$ 85 mil) e o romeno Steua em R$ 56 mil.
Especial
Leia cobertura completa sobre o Campeonato Brasileiro
Brasil tem 1ª condenação por racismo de torcedores
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MÁRVIO DOS ANJOS
da Folha de S.Paulo
O Juventude é o primeiro time do Brasil a ser punido pela Justiça Desportiva por atos de cunho racista de seus torcedores.
Ontem, a 4ª Comissão Disciplinar do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) condenou o clube de Caxias do Sul à perda de dois mandos de campo e multa no valor de R$ 200 mil.
A decisão, proferida após cerca de uma hora de julgamento no Rio, ainda não é definitiva.
O clube foi enquadrado no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que impõe perda de até três mandos de campo e multa entre R$ 50 mil e R$ 500 mil a quem "deixa de tomar providências para prevenir desordens em sua praça de desporto".
O árbitro Alício Pena Júnior registrou na súmula do jogo contra o Internacional, em 22 de outubro, que parte dos torcedores do Juventude imitava macacos sempre que o volante adversário Tinga, que é negro, tocava na bola.
Após o caso chegar ao tribunal, o jogador ofendido afirmou que não desejava comentá-lo.
Já Walter Dal Zotto, presidente do Juventude, declarou que foi uma ação isolada, que cessou assim que o sistema de som do estádio Alfredo Jaconi apelou para que os torcedores não discriminassem os jogadores rivais.
A conduta que levou à punição do clube gaúcho é idêntica à verificada em alguns campeonatos nacionais da Europa. A multa, entretanto, é mais pesada que as impostas na Espanha, onde o problema têm sido mais freqüente.
No primeiro semestre deste ano, o lateral-esquerdo Roberto Carlos, titular da seleção brasileira e do Real Madrid, foi alvo de apupos similares quando jogava por seu clube pelo Campeonato Espanhol em duas ocasiões.
Na primeira, a Federação Espanhola multou o Atlético de Madrid no equivalente a R$ 2.100. Na segunda, o La Coruña (R$ 2.400).
A própria entidade que comanda o futebol espanhol já foi alvo de multa por racismo. No final do ano passado, a Fifa impôs a ela o pagamento de cerca de US$ 87 mil (quantia em torno de R$ 238 mil, pela cotação da moeda norte-americana na época).
A punição, que aconteceu em razão de manifestações da torcida espanhola contra a seleção inglesa, foi considerada branda pelos britânicos. Após a divulgação da pena --da qual os espanhóis não recorreram--, Richard Carbon, secretário de Esporte da Inglaterra, afirmou que a Fifa perdera a chance de evitar tais incidentes.
Assim como a Fifa, a Uefa também aplica altas multas para coibir discriminação racial em suas competições. Só no mês de setembro, a entidade que comanda o futebol na Europa puniu o Sparta Praga, da República Tcheca, em 32 mil euros (cerca de R$ 85 mil) e o romeno Steua em R$ 56 mil.
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