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08/11/2005 - 09h50

Com palestras, esportistas chegam a embolsar até R$ 500 mil por ano

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da Folha de S.Paulo

Receitas para superar adversidades, atingir metas e unir equipes podem render muito mais do que bons resultados no esporte.

Com o prestígio que conseguiram em campos, quadras, pistas ou mares, atletas e técnicos causam frisson no mercado das palestras de motivação e chegam a embolsar até R$ 500 mil por ano.

Só ontem, em São Paulo, três treinadores ministraram disputadas conferências. Dois deles já são experientes. Bernardinho, do vôlei masculino, e Carlos Alberto Parreira, da seleção de futebol, deslindaram biografias de sucesso --o primeiro ganhou o ouro em Atenas-2004 e o segundo a Copa-1994-- para mais de 3.500 executivos. Cada um cobra mais de R$ 30 mil por apresentação.

"Esse mercado segue um modelo bastante utilizado nos Estados Unidos. Lá eles sabem da importância e experiência que um profissional da área de esporte pode trazer para empresários de outros setores", diz Parreira.

A tarde também marcou uma estréia. Horas depois de chefiar o Palmeiras na derrota por 4 a 0 para o Altético-PR, Leão conversou pela primeira vez para um grande público sobre técnicas para se montar um time vencedor.

Cerca de 500 interessados pagaram ingresso de R$ 450 para ouvir causos do técnico, que abordou desde os tempos de atleta até as passagens como comandante por Santos e São Paulo.

"Eu já tinha feito isso, mas em proporções bem menores. Gostei bastante da experiência."

O treinador palmeirense engorda uma lista que não pára de crescer. A demanda absorveu desde jogadores aposentados, como o basqueteiro Oscar, a atletas em plena atividade, como o maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima e o velejador Robert Scheidt.

"Aquelas palestras motivacionais com frases feitas ficaram muito repetitivas. Os esportistas trouxeram sangue novo para o mercado. Eles têm trajetórias de sucesso mais visíveis. Fica fácil cativar o público", explica Camila Lutterbach, coordenadora de eventos da Câmara Americana de Comércio, instituição que organiza conferências do gênero.

Há quem trace um paralelo entre o cotidiano de competidores e o dos empresários para explicar o "boom" dos novos palestrantes.

"Pesquisas mostram que três anos é o tempo que um presidente fica numa organização. Isso não é muito diferente do futebol, onde os técnicos caem constantemente. E por que? Porque se não apresentar resultados, tchau", afirma Sandro Magaldi, organizador do encontro que reuniu Parreira e Bernardinho ontem.

Mas a busca por atletas vai além do conteúdo do discursos. A possibilidade de contato com ídolos após as palestras também é fator preponderante na escolha.

"Às vezes perco mais tempo dando autógrafos e tirando fotos do que com a palestra em si", conta Oscar. O ex-jogador de basquete é um dos pioneiros no setor --começou há 10 anos. Hoje, chega a conferenciar mais de 80 vezes por ano. O custo das sessões varia entre R$ 10 e R$ 20 mil.

O teor da apresentação também pode mudar de acordo com o gosto do cliente. Lars Grael, velejador que conquistou duas medalhas olímpicas e voltou a competir após perder parte da perna em acidente, agendou 19 palestras para empresários em 2005.

Antes de encarar o público, costuma requisitar um resumo da situação atual da empresa e adapta suas palavras aos obstáculos que os funcionários precisam superar.

Seu sucesso impulsionou a chegada do irmão, Torben, ao mercado. Em abril, o brasileiro mais premiado em Jogos --soma cinco medalhas na vela-- falou em inglês para banqueiros. Tanto ele como Lars cobram entre R$ 20 e R$ 35 mil por conferência.

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