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28/11/2005 - 10h50

Daiane dos Santos diz que não sabe explicar queda no Mundial

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CRISTIANO CIPRIANO POMBO
da Folha de S.Paulo, em Melbourne

Daiane dos Santos só perderia para si mesma na final do solo do Mundial de ginástica artística. E, na madrugada de domingo, perdeu.

Em cena que lembrou a da decisão na Olimpíada de Atenas, quando também era favorita, Daiane errou logo na primeira passada do "Brasileirinho", durante a execução do duplo twist carpado, que leva seu nome ("Dos Santos"), e caiu sentada no tablado do ginásio Rod Laver.

"Não sei explicar. Errei. Não precisei de injeção e não teve dor no joelho, na perna nem nada", afirmou Daiane, que tirou 8,837, sua pior nota desde 2003.

"Ela perdeu para ela mesma. Não tinha ninguém à altura dela. Era só acertar a série. Mas errou. E a Daiane nunca comete erro pequeno", disse Eliane Martins, supervisora de seleções da Confederação Brasileira de Ginástica.

Terceira atleta a se apresentar, Daiane perdeu a invencibilidade de um ano, terminou na sétima colocação e viu a americana Alicia Sacramone tirar um 9,612 para ficar com o ouro e formar o pódio com a compatriota Anastasia Liukin (9,425) e a holandesa Suzanne Harmes (9,212).

"Eu nunca errei esse movimento neste ano, nem nos treinos. Mas, na hora em que fiz a passada, senti que eu subi demais [ela chega a atingir 2,80 m no salto] e faltou velocidade para me equilibrar na aterrissagem", constatou Daiane.

Segundo ela, a derrota vai doer, assim como a da Olimpíada. "Todo dia que eu chegar para treinar, vou me lembrar disso, com certeza", disse a atleta, que usou a série no título de 2003 e alegou que, após o erro, não adiantaria tentar arriscar com o duplo twist esticado.

"O Oleg [Ostapenko, treinador da seleção] ainda perguntou se errei porque tentei cravar a passada. Eu falei que não."

Com o resultado, considerado vital para impulsionar o planejamento de dois anos da CBG, o Brasil ficou em sétimo lugar, um posto acima do que registrara no Mundial de Anaheim, em 2003. E o pior: passou um branco no feminino após um ano recheado de medalhas em etapas da Copa.

"Agora é treinar. E treinar muito. Vou trocar tudo, a música [sai 'Brasileirinho', entra 'País Tropical'], a série, só vai ficar mesmo o duplo twist carpado, que eu errei hoje", disse Daiane.

Além de sua queda e a das francesas Emilie Le Pennec e Isabelle Severino, a final do solo viu o público vaiar a nota da russa Elena Zamolodchikova, que, apesar de acertar as passadas, tirou 9,162.

Foi a terceira derrota de Daiane em torneios internacionais desde que foi alçada ao estrelato no Mundial-03 --as outras duas foram na Olimpíada e em uma etapa da Copa na Alemanha.

"Faturamos uma medalha que ninguém esperava [a de Diego no solo] e perdemos outra que era dada como certa", resumiu a técnica Georgette Vidor, tentando explicar a derrota que nenhum dos dirigentes da CBG conseguia entender e muito menos aceitar.
 

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