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10/12/2005 - 09h00

São Paulo se rende ao esquema 3-5-2 no Mundial de Clubes

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TONI ASSIS
da Folha de S.Paulo

Se você não puder com seu inimigo, junte-se a ele. Pela primeira vez na história do Mundial de Clubes um time brasileiro vai utilizar das armas do oponente para tentar triunfar no Japão.

O São Paulo vai se render ao esquema 3-5-2, oriundo do futebol europeu, para buscar superar os inimigos estrangeiros e retomar o sucesso brasileiro na disputa internacional --o Corinthians foi o último time do país a sagrar-se campeão do mundo, no Mundial de Clubes da Fifa, em 2000, que foi disputado no Rio e em São Paulo.

Na história dos Mundiais entre clubes, iniciada em 1960, Santos, duas vezes (1962 e 1963), Flamengo (1981), Grêmio (1983), o próprio São Paulo (bi em 1992 e 1993) e o Corinthians (2000) triunfaram sem usar o 3-5-2.

Todas essas equipes nacionais que foram campeãs sempre apostaram em defesas armadas com quatro homens, variando o esquema só no meio ou no ataque.

Adepto confesso do tradicional 4-4-2, o técnico Paulo Autuori se rendeu à eficiência do esquema com três zagueiros, que imperou e deu resultados na Libertadores, para tentar abreviar o caminho para o tricampeonato.

"Na minha concepção, um time com dois meias tem muito mais alternativas de chegar na defesa do adversário. Tem mais variação de jogadas. Mas não tenho vaidade nenhuma em admitir que o esquema com três zagueiros é a melhor solução para o time no momento", diz o treinador.

"Mas isso não quer dizer que a equipe não possa mudar para o 4-4-2 durante os jogos", ressalva.

Autuori baseou o esquema tático da conquista da Libertadores mantendo a estratégia usada pelo seu antecessor, Emerson Leão, outro adepto do 4-4-2, mas que foi obrigado a se render à trinca de zaga no São Paulo depois de avaliar que a equipe atuava melhor dessa maneira.

E, de fato, foi utilizando o esquema com líbero --que na versão são-paulina desempenha apenas a parte defensiva, sem arriscar subidas ao ataque, como deveria fazer-- que o São Paulo superou seus oponentes na Libertadores.

Dos 14 jogos disputados, dez deles tiveram o time do Morumbi com um trio de zagueiros em campo. As exceções ocorreram nos dois jogos contra o Palmeiras, pelas oitavas-de-final --quando o volante Renan entrou para fazer marcação em Marcinho, mas na prática completava o trio defensivo--, na goleada de 4 a 0 sobre o Tigres, no Morumbi, na etapa seguinte, e em um empate fora de casa diante do Quilmes, ainda pela primeira fase.

Entre os jogadores, a preferência pelo sistema com três zagueiros contamina a maioria do elenco, que enxerga na estratégia mais proteção para a defesa sem comprometer tanto o ataque.

"O São Paulo é um time que tem ótimo aproveitamento em número de gols e também é equilibrado na defesa", gaba-se o técnico Paulo Autuori. Sua equipe é dona de uma artilharia com 169 gols anotados em 2005 --média de 2,2 tentos por confronto.

E, em contrapartida, dos 77 jogos que a equipe fez nesta temporada, somente em oito oportunidades o clube não conseguiu vazar a defesa adversária.

Mas, apesar de montar o São Paulo com três zagueiros, Autuori usou a versatilidade do elenco para compor a sua delegação no Mundial do Japão.

O técnico são-paulino levou apenas quatro especialistas na zaga para os dois jogos de Tóquio: Fabão, Lugano, Edcarlos e Alex --este último viajou sob a ameaça de corte por lesão, mas acabou mantido após não sentir dores durante o primeiro treino do time em solo japonês.

No caso de uma emergência para montar o setor defensivo, as opções são-paulinas são o reserva Renan ou o recuo dos volantes Mineiro ou Josué para a entrada de Denílson no meio.

"Minha escolha foi feita na vivência internacional de cada um, mas também na versatilidade dos atletas", concluiu Autuori.

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