Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
12/12/2005 - 09h43

"Faxina" põe árbitros paulistas na berlinda

Publicidade

KLEBER TOMAZ
da Folha de S.Paulo

Quase um quinto dos árbitros e assistentes paulistas está sob suspeita e corre o risco de tomar o mesmo caminho de Edilson Pereira de Carvalho e Paulo José Danelon, que foram expulsos da FPF após o escândalo da arbitragem.

Até a última quinta-feira, a conduta fora de campo de 76 dos 385 juízes e auxiliares da Federação Paulista de Futebol foi considerada irregular pela Comissão de Arbitragem e agora é investigada pela Corregedoria da entidade.

Dentre os problemas detectados estão: dívidas na esfera cível, ordens de despejo por não pagamento de aluguel ou condomínio, agressão física, casos de estelionato e suspeitas de diplomas falsos.

Os processos, que envolvem desde árbitros da primeira divisão do Campeonato Paulista até os que entraram no quadro neste ano, serão analisados pelo corregedor Bento da Cunha, delegado de polícia aposentado e ex-membro do Tribunal de Justiça Desportiva do Estado de São Paulo.

O prazo final para a decisão sobre o futuro dos suspeitos vai até o dia 26 deste mês, quando haverá a homologação do registro dos árbitros e assistentes que trabalharão na temporada de 2006.

Segundo o corregedor, na semana passada, 30 juízes e auxiliares seriam excluídos do quadro da FPF por não se enquadrarem no perfil condizente e desejado --é solicitado atestado de antecedentes criminais e de protesto.

"Até 40% de todos casos serão considerados irregulares", antecipou Cunha, que só revelará os nomes dos expulsos no fim do ano.

Dentre os potenciais excluídos estão casos como o de um juiz que teve 26 cheques sem fundo devolvidos por bancos. "Isso é puro estelionato. Para mim é de difícil solução", afirmou Cunha, que citou mais duas outras situações pertinentes: a de suspeita de documento escolar falsificado e de briga com vítima ferida com gravidade.

"Tem um cara com diploma de conclusão do segundo grau de um curso supletivo feito numa escola que não existe. Foi fechada por ser irregular", disse o corregedor.

"Além deste caso, há outro complicado: o de um juiz que responde a processo porque brigou com uma pessoa e a cegou. Imagina se esse árbitro um dia briga com um jogador e a imprensa descobre que ele foi autorizado por nós a apitar mesmo tendo antecedentes na polícia", indagou.

Mas há aqueles também que poderão receber o aval para continuar trabalhando mesmo após as investigações. Segundo o corregedor, 20 casos devem ser liberados.

"O trabalho é investigativo. Não vamos prejudicar quem só teve algum problema de débito de condomínio e busca regularizar isso", disse Cunha, que pretende utilizar seis ex-investigadores de polícia na operação que visa acompanhar a vida extra-campo dos juízes e auxiliares. O objetivo é moralizar a arbitragem paulista.

"O Edilson e o Danelon [manipularam resultados de jogos para favorecer quadrilha que apostava em sites de futebol] mancharam a federação paulista. Eles tinha dívidas fora de campo, jogavam em bingos e isso contribuiu para que fossem cooptados", disse Cunha.

Para Sérgio Corrêa, presidente do Sindicato de Árbitros do Estado de São Paulo, o número de suspeitos é preocupante. "O normal seria 5% e não 20%", lamentou.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Edilson Pereira de Carvalho
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página