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30/12/2005 - 10h35

Febre de provas de rua ofusca São Silvestre

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ADALBERTO LEISTER FILHO
TALES TORRAGA
da Folha de S.Paulo

Mais tradicional prova de rua do Brasil, a São Silvestre começa a ser ofuscada pelo fenômeno da proliferação de corridas pelo país.

A disputa, que terá amanhã sua 81ª edição às 15h15 (feminina) e às 17h (masculina), já não monopoliza a atenção dos atletas, não é a única a atrair estrangeiros nem é o maior evento de rua do país.

Restrita a 15 mil corredores há quatro anos, a São Silvestre perde em número de participantes para eventos mais recentes. É o caso da Maratona de Revezamento, também em São Paulo. Em sua 13ª edição, em setembro deste ano, o evento reuniu 20 mil atletas.

Caso mais surpreendente ocorreu na primeira edição da Nike 10K, em novembro, que também pôs para correr 20 mil praticantes. As concorrentes poderiam ser ainda maiores. "As corridas só não crescem mais pela falta de espaço. A Prefeitura de São Paulo não cede vias mais largas, como as marginais [Pinheiros e Tietê]", diz Renato José Elias, diretor da JJS Eventos, uma das maiores promotoras de provas ao lado da Corpore, da Yescom e da Gayotto.

O cardápio variado também faz com que a direção da São Silvestre seja questionada, apesar de as vagas acabarem um mês antes.

"O preço da inscrição [R$ 55] é abusivo e não justifica a má qualidade dos brindes oferecidos", reclama Luiz Bernabeu, técnico da equipe VO2. O preço médio das provas concorrentes é de R$ 30.

Opções à São Silvestre não faltam. Segundo a federação paulista, as provas de rua reuniam 16,5 mil abnegados em 2001. Neste ano, já foram 500 mil praticantes.

As corridas, antes restritas a 11 eventos anuais, tiveram aumento de quase 1.500%.

"O fenômeno cresceu tanto que muita gente quer fazer", diz Armando Santos, diretor-executivo da Corpore, que nasceu em 82 e é a mais antiga das maiores organizadoras.

Só a Corpore tem cerca de 7.000 associados e deve expandir seus tentáculos para outros Estados -estuda organizar prova no RS.

Expansão que chegou à JJS. Fundada em 1996, a empresa dirigida por José João da Silva, campeão da São Silvestre em 80 e 85, realiza oito provas, cinco em outros Estados: RJ, MG, PE, PR e RS.

A Yescom, que promove a Maratona de São Paulo, também faz eventos em MG, RJ, PE e DF. Mesma estratégia é seguida pela Gayotto, empresa que fez nove corridas neste ano e cujo destaque é a Maratona de Revezamento.

Mais provas atraem estrangeiros. A Fila mantém núcleo para testar quenianos no Brasil antes de seguirem para eventos mais importantes na Europa ou nos EUA. Alguns lucram com a iniciativa, como Lawrence Kiprotich, bi na Volta da Pampulha (MG).

A oferta de eventos também beneficiou os nacionais. Campeã da maratona do Pan-03, Márcia Narloch desistiu da prova no Mundial de Helsinque, em agosto, para correr a Meia-Maratona do Rio -faturou R$ 3.500 pelo bronze.

"Um corredor, se fizer uma boa temporada, recebe uns R$ 150 mil por ano no país", conta Narloch.

Franck Caldeira é outro expoente da geração caça-níquel. Em 2004, venceu duas provas em menos de 24 horas: uma de 10 km em Brasília, sábado, e a Maratona de São Paulo, no dia seguinte.
 

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