31/12/2005 - 10h06

28ª edição do Rali Dacar tem largada hoje em Lisboa

TATIANA CUNHA
da Folha de S.Paulo

O Rali Dacar larga hoje para sua 28ª edição pela primeira vez falando português. Com largada em Lisboa, a tradicional competição terá novidades para os competidores. Uma das principais delas é a velocidade das motos, que a partir de agora só podem chegar a 160 km/h.

O limite de velocidade foi imposto após a última edição, a mais mortífera dos últimos 19 anos, que deixou o saldo de cinco vítimas, entre elas o bicampeão Fabrizio Meoni. Ele sofreu um ataque cardíaco após bater sua moto. Outro piloto que morreu foi o espanhol José Manuel Pérez. Os outros não participavam do rali.

A medida, no entanto, não agradou a todos. "Já temos que pilotar e navegar. Agora também vamos precisar ficar atentos ao velocímetro. Isso pode tirar a atenção do piloto e ser mais perigoso do que acelerar perto dos 200 km/h", afirma o brasileiro Jean Azevedo.

Os organizadores também diminuíram a autonomia das motos de 350 km para 250 km. Com isso, os tanques de combustível delas serão menores, fazendo com que fiquem cerca de 20 kg mais leves. As motos ficarão assim mais fáceis de manobrar.

Outro benefício dessa medida é que o tempo para reabastecer será menor, mas o período destinado para fazê-lo será o mesmo. Ou seja, os pilotos terão mais tempo para descansar. "Nessas paradas, temos 15 minutos para sair da moto, descansar, tomar água e comer alguma coisa", diz Azevedo.

Outra mudança importante, que afetará a todos os participantes, é a mudança no percurso. Saindo de Lisboa pela primeira vez, o rali passará por outros seis países: Espanha, Marrocos, Mauritânia, Mali, Guiné (que não fazia parte do rali desde 96) e Senegal.

Os brasileiros, que neste ano serão oito, comemoraram a escolha do novo trajeto. "Teremos menos dunas e mais savanas. Já estamos acostumados com esse tipo de terreno no sertão do Brasil", analisa o brasileiro André Azevedo.