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31/12/2005 - 10h42

São Silvestre angolana leva astros das ruas de São Paulo

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da Folha de S.Paulo

A organização da São Silvestre tentou trazer Paul Tergat, maior nome da história da disputa, para participar da 81ª edição da tradicional corrida em São Paulo.

O pentacampeão da prova paulistana (1995, 1996, 1998, 1999 e 2000) declinou do convite, mas estará em ação hoje. Ele disputa a São Silvestre de Luanda (Angola).

"O Brasil fez o convite, mas o Paul Tergat tinha já outro compromisso. Ele viaja a Angola também para participar de evento da ONU [Organização das Nações Unidas], da qual é embaixador [contra a fome]", disse à Folha Federico Rosa, agente do atleta.

Inspirada em sua similar brasileira, a São Silvestre angolana atraiu mais atletas de renome.

"Fizemos convite para todas as federações de atletismo, que indicaram seus representantes. Pagamos tudo: passagem, hotel e alimentação. Infelizmente a de seu país não nos respondeu", lamentou Abel Isaac Canguia, secretário-geral da federação angolana.

Nem todas as entidades ignoraram a convocação. Além de Tergat, o Quênia enviou outra estrela para a disputa: Margaret Okayo.

Campeã da São Silvestre nacional em 2003, Okayo também tem no currículo triunfos em duas das maiores maratonas: Nova York (2001 e 2003) e Londres (2004).

Da Etiópia, outra potência das ruas, foi enviado Tariko Bekele, 18, irmão mais jovem do recordista mundial dos 5.000 m e 10.000 m, Kenenisa Bekele, 23. "Convidamos Kenenisa, mas infelizmente ele tinha outros compromissos agendados", declara Canguia.

Segundo Jos Hermens, empresário do etíope, o fundista está treinando para o início da temporada de cross country (corrida na terra ou na grama), em janeiro.

A localização ajuda a trazer destaques. Boa parte deles nasceu e treina na África. Porém, o fator determinante, para os organizadores, é a premiação oferecida.

Mesmo sendo um país com alguns dos piores indicadores socio-econômicos --possui a segunda maior mortalidade infantil do planeta (260 por mil)--, a competição distribui premiação digna de Primeiro Mundo.

Com mais de dez patrocinadores, incluindo bancos e empresas petrolíferas, a prova africana oferece US$ 107 mil (cerca de R$ 250 mil) aos atletas --o campeão leva US$ 10 mil. A prova em São Paulo tem premiação total de pouco menos da metade: R$ 110 mil.

Além disso, há pagamento de cachê, idéia abandonada em São Paulo. "O Carlos [Teixeira, presidente da federação local] foi à Europa acertar os valores com o agente do Tergat. Pagamos US$ 40 mil pela vinda dele e de outros dois atletas", declara Canguia.

Apesar do bom nível, a prova não foi oficializada pela Iaaf (entidade que comanda o atletismo).

"Nossa meta é satisfazer as condições da federação para tornar a prova oficial a partir do ano que vem. Também vamos definir um novo percurso", diz o dirigente.

Surgida em 1955 --comemora 50 anos da competição e 30 da independência do país neste ano--, a São Silvestre angolana, ao contrário da brasileira, foi interrompida, em 1961 e 1978.

A fase internacional chegou em 1965. Desde então, assim como no Brasil, os estrangeiros dominam a competição. Neste ano, são de novo os favoritos. Longe de ser fator de reclamação, é de regozijo.

"A vinda de atletas de fora só dignifica a nossa São Silvestre", afirma Mota Gomes, coordenador de marketing da prova.

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