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31/12/2005
-
11h07
da Folha de S.Paulo
A performance de Orlando Dias, 25, poderia fazer com que vivesse exclusivamente de premiações de provas. Enquanto não se arrisca de vez nas corridas de rua, continua trabalhando e conciliando os treinos.
"Aqui, pelo menos, tenho um salário fixo", diz o ainda amador, que trabalha como coletor de lixo na Eco Urbis, empresa responsável pelo serviço nas zonas sul e leste de São Paulo.
Os bons resultados garantiram ao competidor o privilégio de largar hoje no pelotão de elite.
Preparação para isso não falta. Um coletor trabalha em média oito horas, cobrindo um percurso de 21 km e acumulando cerca de 12 toneladas de lixo por dia. É pesado até para maratonistas, que cobrem distância semelhante, sem não precisar carregar nada durante essas andanças.
"O Pão de Açúcar chegou a me oferecer um salário de R$ 500 para treinar em Campinas. Disseram que poderia ganhar mais com prêmios. Mas tenho filha pequena [Rafaele] e preferi não arriscar. Aqui ganho mais. E se me machuco?", questiona ele.
Em 2005, ao menos, Dias não tem do que reclamar: calcula ter faturado R$ 10 mil em prêmios.
O corredor foi descoberto, quase por acaso, há dois anos.
"Fizeram uma prova de 5 km entre garis em São Bernardo. Estava precisando de dinheiro e resolvi correr. Venci e recebi um prêmio de R$ 1.500", lembra.
Nos dois anos seguintes, voltou a participar da disputa. Levou o tri. "Neste ano, ganhei R$ 1.200 e uma bicicleta. Dei de presente para a minha filha", conta.
Mesmo treinando só às terças e às quintas, o lixeiro-corredor já obteve resultados significativos em 2005. Foi quinto na Meia-Maratona da Praia Grande, no mês passado. Em agosto, ficou com a prata na Meia-Maratona de São Bernardo. O campeão, Aleudo dos Santos, foi pego no antidoping um mês depois.
"Vou pedir o prêmio", brinca.
Na São Paulo Classic, em novembro, chegou em sexto. À sua frente quatro quenianos e só um brasileiro, Sérgio da Silva.
Inspirada em Dias, a Eco Urbis promoveu seletiva entre os funcionários. Quinze deles, Dias incluído, terão a chance disputar a São Silvestre.
"Espero completar em 44 minutos", diz o coletor Romualdo de Oliveira, que poderia, com isso, igualar o tempo de Robert Cheruiyot na vitória no ano passado (44min43s).
Especial
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Lixeiro integra elite na corrida de São Silvestre
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A performance de Orlando Dias, 25, poderia fazer com que vivesse exclusivamente de premiações de provas. Enquanto não se arrisca de vez nas corridas de rua, continua trabalhando e conciliando os treinos.
"Aqui, pelo menos, tenho um salário fixo", diz o ainda amador, que trabalha como coletor de lixo na Eco Urbis, empresa responsável pelo serviço nas zonas sul e leste de São Paulo.
Os bons resultados garantiram ao competidor o privilégio de largar hoje no pelotão de elite.
Preparação para isso não falta. Um coletor trabalha em média oito horas, cobrindo um percurso de 21 km e acumulando cerca de 12 toneladas de lixo por dia. É pesado até para maratonistas, que cobrem distância semelhante, sem não precisar carregar nada durante essas andanças.
"O Pão de Açúcar chegou a me oferecer um salário de R$ 500 para treinar em Campinas. Disseram que poderia ganhar mais com prêmios. Mas tenho filha pequena [Rafaele] e preferi não arriscar. Aqui ganho mais. E se me machuco?", questiona ele.
Em 2005, ao menos, Dias não tem do que reclamar: calcula ter faturado R$ 10 mil em prêmios.
O corredor foi descoberto, quase por acaso, há dois anos.
"Fizeram uma prova de 5 km entre garis em São Bernardo. Estava precisando de dinheiro e resolvi correr. Venci e recebi um prêmio de R$ 1.500", lembra.
Nos dois anos seguintes, voltou a participar da disputa. Levou o tri. "Neste ano, ganhei R$ 1.200 e uma bicicleta. Dei de presente para a minha filha", conta.
Mesmo treinando só às terças e às quintas, o lixeiro-corredor já obteve resultados significativos em 2005. Foi quinto na Meia-Maratona da Praia Grande, no mês passado. Em agosto, ficou com a prata na Meia-Maratona de São Bernardo. O campeão, Aleudo dos Santos, foi pego no antidoping um mês depois.
"Vou pedir o prêmio", brinca.
Na São Paulo Classic, em novembro, chegou em sexto. À sua frente quatro quenianos e só um brasileiro, Sérgio da Silva.
Inspirada em Dias, a Eco Urbis promoveu seletiva entre os funcionários. Quinze deles, Dias incluído, terão a chance disputar a São Silvestre.
"Espero completar em 44 minutos", diz o coletor Romualdo de Oliveira, que poderia, com isso, igualar o tempo de Robert Cheruiyot na vitória no ano passado (44min43s).
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