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20/01/2006 - 10h13

Valdemir Pereira, o Sertão, luta por título vago dos penas da FIB

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EDUARDO OHATA
da Folha de S.Paulo, nos Estados Unidos

Valdemir Pereira, o Sertão, 31, fará a Bahia igualar São Paulo em número de campeões e de cinturões caso ganhe o título vago dos penas da Federação Internacional de Boxe. A luta contra Fahproakob Rakkiatgym, da Tailândia, acontece na madrugada de sábado em Mashantucket (EUA).

Com o cinturão na mão, Sertão e Popó, outro baiano, somariam quatro títulos e igualariam os paulistas em número de campeões. Ambos iniciaram a carreira com o mesmo treinador, Luís Carlos Dórea, em Salvador. Eder Jofre e Miguel de Oliveira, ambos de São Paulo, também dividem quatro cinturões entre si.

Mas, no amadorismo, a Bahia vem dominando desde 2001, com quatro títulos nacionais conquistados --perdeu apenas em 2002.

"A situação financeira na Bahia não está tão boa quanto em São Paulo, por isso o baiano tem mais raça do que o paulista. Ele quer dar algo de bom para suas famílias", diz o lutador, ao ecoar a teoria de que regiões mais carentes fornecem melhor qualidade de mão-de-obra para o boxe.

"O Popó pode voltar a ser campeão. É bem possível que tenhamos dois campeões mundiais baianos ao mesmo tempo", analisa ele, que ganhou apelido de Sertão por, religiosamente, ir "filar" aos domingos carne de sertão na casa de um amigo, quando ainda morava em Cruz das Almas (BA).

O manager de Sertão, Servílio de Oliveira, discorda da noção de que São Paulo deixou de ser o principal pólo do país. "A carreira do Sertão aconteceu em São Paulo, e o Popó passou muito tempo no amadorismo por lá também. É lá que está o dinheiro", justifica.

"Se não fosse uma proposta do Servílio para ficar em São Paulo, voltaria para a Bahia para capinar a roça com enxada, vender farinha ou picolé na rua", diz Sertão.

Eder Jofre, reconhecido como um dos melhores lutadores da história, festeja o fato de um brasileiro disputar um título em uma categoria na qual já foi campeão.

"Não conheço o Sertão. Mas é surpresa boa ter mais um brasileiro no ranking, como campeão. Acho que, depois do Popó, todos dizem lá 'oxente, bichinho, também vou ser campeão'", brinca.

Desde que Popó ganhou um cinturão, Sertão é o brasileiro com as melhores chances de voltar a envergar um título. Ele tenta a comenda destituída de Juan Manuel Márquez (México), um dos melhores pugilistas da atualidade.

Para Sertão, pegar o tailandês em vez do mexicano é vantajoso por dois motivos. Primeiro, evita um favorecimento ao campeão, que muitos acreditam existir, da parte dos jurados. Em segundo, porque o currículo de Rakkiatgym não tem a mesma qualidade do ostentado por Márquez.

Em sua única disputa de cinturão --entre os supergalos, uma categoria abaixo--, o tailandês foi fulminado em um assalto pelo filipino Manny Pacquiao. "Não me importo de não enfrentar um campeão. Depois que ganhar o título, outros campeões, e até ele mesmo [Márquez], vão querer me enfrentar", explica Sertão.

O evento está a cargo do promotor de Sertão, Arthur Pelullo, que tem Popó sob contrato. Acredita-se que o lutador "da casa" sempre tem a vantagem. "Isso é benéfico, me dá confiança de que seremos campeões", concorda Servílio.
 

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