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22/03/2006 - 11h16

Islã encolhe dentro de campo, mas vira alvo na Copa-06

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PAULO COBOS
da Folha de S.Paulo

Eles vão estar no menor número na era dos Mundiais com 32 participantes, mas não faltam xenofobia contra eles e temor pela segurança por suas presenças.

Entre os países classificados para a Copa da Alemanha, só três (Arábia Saudita, Irã e Tunísia) tem o islamismo como religião majoritária. Em outros três essa religião ultrapassa a barreira dos 10% dos seus moradores (Costa do Marfim, Gana e Togo).

Assim, entre os mais de um bilhão de habitantes do planeta representados no Mundial-06, só 114 milhões são muçulmanos. Em 1998, na França, esse número era de 201 milhões. Quatro anos depois, no primeiro Mundial da Ásia, bateu em 182 milhões.

Mas essa redução não contenta grupos de extrema direita européia. Ontem, o jornal italiano "La Reppublica" divulgou que movimentos neonazistas reunidos na Áustria fizeram planos para atacar os muçulmanos. Um dos participantes, segundo o jornal, disse que grupos de ingleses, alemães, holandeses e espanhóis estão unidos com o objetivo de "massacrar" os adeptos do islamismo.

Maior país islâmico classificado para a Copa, o Irã, que tem uma grande colônia na Alemanha, teve sua presença na competição colocada em xeque. O ex-jogador Wolfgang Overath e Daniel Cohn-Bendit, dirigente do Partido Verde alemão, pediram a exclusão iraniana. Eles fizeram isso como represália a Mahmoud Ahmadinejad, o presidente iraniano, que disse que o Holocausto não passava de "um mito".

Outro classificado, a Arábia Saudita tem um longo histórico de alianças com o Ocidente, mas por ser a terra de Osama bin Laden, crítico feroz das políticas da família real saudita, também é motivo de dor de cabeça.
A xenofobia e a preocupação alemã com segurança foram atenuados pelas eliminatórias.

A começar pelo que aconteceu com a Turquia, eliminada na repescagem européia. Vivem na Alemanha mais de 2 milhões de turcos. Mas, mesmo fora da Copa, eles podem virar alvo.

Segundo o "La Reppublica", os neonazistas reunidos na Áustria disseram que não podem "nem ver os turcos", que, segundo eles, seriam "terroristas islâmicos".

O classificatório para o Mundial derrubou outros grandes países islâmicos com problemas, como a Nigéria, onde muçulmanos e cristãos estão em choque constante, e Argélia e Marrocos, que também têm grandes colônias na Europa.

Pelo histórico recente das Copas, apesar da quase sempre preocupação excessiva com os muçulmanos, são os hooligans europeus que causam problemas.

Na França, enquanto o temido confronto entre iranianos e americanos transcorreu na mais absoluta paz, torcedores alemães espancaram um policial quase até a morte, e hooligans ingleses brigaram feio em Marselha.

E a definição dos grupos fez o alerta ficar mais forte. Vizinhos de grande rivalidade vão se enfrentar, a começar pelo choque entre os donos da casa e a Polônia.

Com tantos problemas, os organizadores da Copa vão ter que trabalhar muito para justificar o slogan da competição: "Tempo de fazer amigos".

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