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23/03/2006
-
11h00
TALES TORRAGA
da Folha de S.Paulo
A norte-americana Jamea Jackson enfrentava a compatriota Ashley Harkleroad ontem na quadra central do Torneio de Miami, na abertura da competição.
No primeiro ponto do segundo set, Jamea questionou a marcação de uma bola sua para fora. Com isso, abriu uma era: a de os jogadores contarem com um replay para sanar dúvidas de arbitragem.
Assim que Jamea solicitou a confirmação, um oficial analisou a repetição, transmitida em um telão sobre a quadra. Em close, a constatação: a bola quicou fora. Da queixa à comprovação, apenas cerca de 20 segundos de espera.
"Adorei, achei o máximo", disse Jamea, derrotada por 2 sets a 1. "É bom porque tira a pressão. Você não fica furiosa. Comprovando a marcação, você esquece e parte para a próxima. Assim, a gente se preocupa apenas em jogar tênis, não com as marcações de linha."
O Torneio de Miami é a primeira tentativa do ranking mundial do tênis de se usar a tecnologia para legitimar resultados. O sistema, chamado de "Hawk-Eye" (olho de falcão), usará oito microcâmeras ligadas a um computador.
A máquina mede a trajetória da bola com uma precisão de quatro milímetros. O "Hawk-Eye" já havia sido usado na Copa Hopman, evento misto de exibição em janeiro, na Austrália.
Em Miami, a novidade será limitada à quadra central, tanto no feminino quanto no masculino. O uso do sistema é simples. São dois pedidos (não acumulativos) por set. O tenista ganha uma solicitação extra no tie-break.
Se a primeira atleta a experimentar a idéia aprovou-a, homens que não tiveram a experiência ainda duvidam do sistema. O suíço Roger Federer, número 1 do mundo, atacou: "É uma loucura o que está acontecendo. Puro desperdício de dinheiro", disparou, dizendo que erros de arbitragens são, no fim, compensados.
O russo Marat Safin foi ainda mais incisivo. "Quem foi o gênio que teve esta idéia idiota?", falou, segundo o jornal alemão "Die Welt". "Há formas melhores de se tornar o tênis atraente."
Ambos, inscritos no Masters Series de Miami, acham que as partidas ficarão mais lentas.
Se dois dos jogadores de elite questionaram a novidade, ao menos um aplaudiu o replay instantâneo: o norte-americano Andy Roddick. "Acho ótimo. Você fica menos vulnerável a prejuízos."
Para Roddick, é pura bravata a indagação de que a partida perderá ritmo: "O gasto de tempo será de dois minutos por jogo".
O "Hawk-Eye" é considerado por dirigentes e especialistas como a mais profunda mudança na história do tênis desde a adoção do atual tie-break, em 1970.
Os conservadores estão irritados com o sistema. Os visionários seguem caminho oposto. "O tênis é cheio de protocolos e tradições. As alterações representam uma significativa mudança cultural", disse Larry Scott, presidente da WTA (entidade que controla o tênis feminino). "As pessoas gostam de ver os bastidores. Precisamos de novos ângulos."
Outra inovação pretendida será sonora: potentes microfones serão instalados em locais estratégicos, como a cadeira do árbitro.
Tudo isso, porém, será lento. Em Wimbledon, por exemplo, o "Hawk-Eye" só será usado em 2007. E isso se o sistema for aprovado em testes neste ano.
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Replay no tênis é aprovado em teste no Masters Series de Miami
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da Folha de S.Paulo
A norte-americana Jamea Jackson enfrentava a compatriota Ashley Harkleroad ontem na quadra central do Torneio de Miami, na abertura da competição.
No primeiro ponto do segundo set, Jamea questionou a marcação de uma bola sua para fora. Com isso, abriu uma era: a de os jogadores contarem com um replay para sanar dúvidas de arbitragem.
Assim que Jamea solicitou a confirmação, um oficial analisou a repetição, transmitida em um telão sobre a quadra. Em close, a constatação: a bola quicou fora. Da queixa à comprovação, apenas cerca de 20 segundos de espera.
"Adorei, achei o máximo", disse Jamea, derrotada por 2 sets a 1. "É bom porque tira a pressão. Você não fica furiosa. Comprovando a marcação, você esquece e parte para a próxima. Assim, a gente se preocupa apenas em jogar tênis, não com as marcações de linha."
O Torneio de Miami é a primeira tentativa do ranking mundial do tênis de se usar a tecnologia para legitimar resultados. O sistema, chamado de "Hawk-Eye" (olho de falcão), usará oito microcâmeras ligadas a um computador.
A máquina mede a trajetória da bola com uma precisão de quatro milímetros. O "Hawk-Eye" já havia sido usado na Copa Hopman, evento misto de exibição em janeiro, na Austrália.
Em Miami, a novidade será limitada à quadra central, tanto no feminino quanto no masculino. O uso do sistema é simples. São dois pedidos (não acumulativos) por set. O tenista ganha uma solicitação extra no tie-break.
Se a primeira atleta a experimentar a idéia aprovou-a, homens que não tiveram a experiência ainda duvidam do sistema. O suíço Roger Federer, número 1 do mundo, atacou: "É uma loucura o que está acontecendo. Puro desperdício de dinheiro", disparou, dizendo que erros de arbitragens são, no fim, compensados.
O russo Marat Safin foi ainda mais incisivo. "Quem foi o gênio que teve esta idéia idiota?", falou, segundo o jornal alemão "Die Welt". "Há formas melhores de se tornar o tênis atraente."
Ambos, inscritos no Masters Series de Miami, acham que as partidas ficarão mais lentas.
Se dois dos jogadores de elite questionaram a novidade, ao menos um aplaudiu o replay instantâneo: o norte-americano Andy Roddick. "Acho ótimo. Você fica menos vulnerável a prejuízos."
Para Roddick, é pura bravata a indagação de que a partida perderá ritmo: "O gasto de tempo será de dois minutos por jogo".
O "Hawk-Eye" é considerado por dirigentes e especialistas como a mais profunda mudança na história do tênis desde a adoção do atual tie-break, em 1970.
Os conservadores estão irritados com o sistema. Os visionários seguem caminho oposto. "O tênis é cheio de protocolos e tradições. As alterações representam uma significativa mudança cultural", disse Larry Scott, presidente da WTA (entidade que controla o tênis feminino). "As pessoas gostam de ver os bastidores. Precisamos de novos ângulos."
Outra inovação pretendida será sonora: potentes microfones serão instalados em locais estratégicos, como a cadeira do árbitro.
Tudo isso, porém, será lento. Em Wimbledon, por exemplo, o "Hawk-Eye" só será usado em 2007. E isso se o sistema for aprovado em testes neste ano.
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