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Brasil pretendia "guerra branca" com o Eixo

da Folha Online


Vania Delpoio /Folha Imagem
Ricardo Seitenfus no debate
A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial foi motivada mais por questões comerciais e econômicas do que por outras políticas e ideológicas. Essa foi a principal conclusão do evento promovido quinta-feira (1º/6), às 19h30, pela Folha e pela PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) para o relançamento de "A Entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial", livro de Ricardo Seitenfus, professor titular da Universidade Federal de Santa Maria (RS) e professor convidado do Instituto de Altos Estudos da América Latina da Universidade de Paris 3.
Para o debate sobre a obra, baseada principalmente em sete anos de pesquisa de documentos diplomáticos sobre o Brasil da Alemanha, Itália e EUA, foram convidados Maria Aparecida de Aquino, professora doutora do departamento de história da USP, o general reformado Alacyr Francisco Werner, veterano da FEB, que foi chefe do Estado-Maior das Forças Armadas no governo João Figueiredo, e o representante do Itamaraty em São Paulo, o embaixador Renato Prado Guimarães. A mediação do evento foi feita pelo jornalista Ricardo Bonalume Neto, colaborador da Folha.
Para a conclusão pró economia, e anti ideologia, foram apontados fatos descritos no livro de Seitenfus. A professora Maria Aparecida levantou um fato, para ela, até então desconhecido: as fortes relações comerciais entre Brasil e Alemanha de meados para final da década de 30. "Em pouco tempo, a Alemanha passou a ser mais importante na economia nacional que os EUA", disse.
Em termos de exportações e importações, isso ameaçava profundamente o poderio norte-americano e a idéia de pan-americanismo, o que levaria, posteriormente, os EUA a cederem à várias exigências do Brasil para que o país abandonasse suas relações com a nação germânica.
Por outro lado, o envolvimento na guerra, e a barganha de vantagens hora com os Aliados, hora com o Eixo, trazia para o governo de Getúlio Vargas, na época presidente do país, a possibilidade de ultrapassar seu maior rival comercial local, a Argentina. A preocupação com o país fronteiriço era tão grande, para um Brasil fornecedor de "perfumaria e sobremesa", segundo o general Werner, que, em relato do militar, quando o Brasil efetivamente necessitou enviar tropas a Europa, foram mobilizadas forças no Nordeste, com o recrutamento quase imediato de 6.000 homens, para não "abalar o eixo militar no sul, fronteira com a Argentina", nas palavras do general reformado.
Para acrescentar dados ao debate, o embaixador Renato Prado Guimarães apresentou trechos de uma monografia apresentada na manhã do dia do evento, no Instituto Rio Branco, exatamente sobre a entrada do Brasil na Segunda Guerra. A conclusão do trabalho é de que, com a guerra, o Brasil conseguiu modernizar seu parque industrial e ganhou efetivamente todos os benefícios pedidos aos EUA e aos aliados. "Só gostaria de perguntar ao realizador do trabalho porque ele não cita o que foi cedido aos EUA em troca, incondicionalmente", pontuou Guimarães.
Mas, no final das contas, que levou o Brasil a "pegar em armas" se as intenções nacionais eram puramente comerciais? A explicação vem do professor Seitenfus, lembrando os vários navios brasileiros afundados por submarinos alemães e italianos e a consequente pressão popular. "O Brasil entra contrariado na guerra. Mas, como havia ameaçado Mussolini, o país não teria uma guerra branca, como queria, mas uma guerra vermelha", concluiu o professor.


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