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Para Luiz Costa Lima,
leitor deve ter capacidade
de reflexão

da Folha Online

Jayme de Carvalho Jr./Folha Imagem
O ensaísta Luiz Costa Lima, durante a palestra "O jornal e a produção cultural", realizada na Folha
A divisão que atualmente pode ser percebida entre a produção acadêmica e o jornalismo foi o assunto principal da palestra do ensaísta Luiz Costa Lima, crítico e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e da PUC-RJ, realizada sexta-feira (19/5), no auditório da Folha.
O evento, que integra o ciclo de conferências com a participação dos autores que escrevem na seção "Brasil 501 d.C.", do caderno Mais!, teve como tema "O jornal e a produção cultural".
Para fundamentar as opiniões expostas, Costa Lima leu trechos de um de seus ensaios, "Jornalismo e difusão cultural", ainda inédito.
Segundo ele, existe separação entre jornalismo e produção acadêmica não apenas nos países menos desenvolvidos, como o Brasil, mas os reflexos dessa divisão são maiores em tais países, por razões econômicas e sócio-culturais.
"Enquanto nos países em que a indústria do livro tem peso vieram a se criar jornais dedicados à cobertura de livros, entre nós, não apenas raros periódicos mantiveram seus suplementos literários, como só há poucos anos outros procuraram atrair a colaboração de intelectuais, sem, obviamente, já se concentrarem apenas na área literária."
Outra questão abordada foi o despreparo dos alunos universitários, que, na sua opinião, vem do curso secundário. Costa Lima diz que as aulas dadas a alunos despreparados, e, por vezes, semi-alfabetizados, fazem com que o professor opte por oferecer cursos medianos, se desinteresse pelo que faz e incorpore em seu modo de dar aulas "a mediocridade que dele se apropria".
Para o professor, a presença do intelectual nos jornais brasileiros é fundamental para romper o ciclo vicioso da mediocridade em que se encontram os cursos das áreas ligadas às ciências humanas, uma vez que pode auxiliar na formação de leitores que reflitam sobre o que lêem e não se contentem com textos de menor qualidade.
"Só quando esse leitor que não se contenta com clichês deixar de ser minoria, os políticos e empresários da cultura escutarão sua demanda", afirma.
"O organismo modernista ajudou o isolacionismo nacional." Segundo ele, o movimento modernista, iniciado na primeira metade deste século faz com que só se valorizem assuntos brasileiros, tornando relativos assuntos que deveriam ser relevantes por si próprios e não pela localidade em que fossem debatidos.
Costa Lima explica que o leitor reflexivo a que se refere deve ser formado pelo intercâmbio entre universidade e jornal. Questionado se a existência do mercado inviabilizaria a formação do leitor-intérprete, Costa Lima diz que, tanto na universidade como no jornal, grande parte do público se contenta em lidar com clichês. "O que caracteriza o consumidor é ter a coisa facilitada", diz o professor.
"O porquê é mais importante do que a resposta facilitada. O leitor especializado e reflexivo é aquele que retoma o porquê criança, agora em nível adulto." Na sua opinião, não se deve entender a cultura como "decoração" ou "maquiagem".
"É preciso que o jornal não seja apenas um agente do mercado, mas leve o leitor a pensar. O jornalista pode ser um instrumento na formação de leitores que reflitam. O que nos falta, como leitores, é a motivação da pergunta."
(Adriana Resende)


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