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10/10/2002 - 11h16

Obra de Imre Kertesz, vencedor do Nobel, é marcada pelo Holocausto

da France Presse, em Budapeste

O escritor húngaro Imre Kertesz, premiado nesta quinta-feira com o Nobel de Literatura 2002, é um sobrevivente dos campos de extermínio nazistas cuja obra é marcada pela vivência do Holocausto.

Kertesz, 72, primeiro autor de língua húngara a receber um Nobel, foi agraciado pela Academia sueca por "uma obra que levanta a frágil experiência do indivíduo contra a bárbara arbitrariedade da História".

Na véspera, o escritor havia recebido em Berlim o prêmio Hans Sahl, do Círculo de Autores alemães, pelo conjunto de sua obra. O autor, que trabalha no Colégio de Ciências da capital alemã, contribui para a "literatura mundial com suas obras ancoradas no traumatismo da civilização ocidental", nas palavras de Inés Geipel, presidente do Círculo de Autores.

Kertesz nasceu em novembro de 1929, na cidade de Budapeste. O horror nos campos de exterminío de Auschwitz-Birkenau (Polônia) e Buchenwald (Alemanha), para os quais foi deportado pelos nazistas quando adolescente, marcou sua vida e obra.

Deportado em 1944 para Auschwitz, foi libertado em Buchenwald, em 1945. Depois de regressar à Hungria, trabalhou, a partir de 1948, no jornal "Vilagossag", de Budapeste, do qual foi demitido em 1951, quando a publicação foi designada órgão do Partido Comunista.

Em seguida, trabalhou como tradutor de alemão, traduzindo Nietzsche, Hofmannsthal, Schnitzler, Freud, Wittgenstein e Canetti, que influenciaram sua obra literária.

Em 1975, Kertesz publicou seu primeiro romance, "Sem Destino", baseado em sua própria experiência nos campos de extermínio. A respeito, o escritor afirma que, quando faz o projeto de um novo romance, "sempre pensa em Auschwitz".

Em 1988, publicou "O Fracasso", segunda obra de uma trilogia completada em 1990 com "Kaddish por Uma Criança Não Nascida" ("kaddish" é o nome da oração judaica pelos mortos), publicado no Brasil. Nesta terceira parte, reaparece Gyorgy Koves, o personagem principal de "Sem Destino".

Kertesz também é autor de "Diário da Galera", relato publicado em 1992 e que abrange os anos de 1961 a 1991, e do monólogo "Outro", publicado em 1997. Depois da queda do comunismo na Hungria, em 1989-90, recopilou suas conferências e ensaios em "O Holocausto Como Cultura", publicado em 1993. Entre suas obras cabe destacar também "Um Instante de Silêncio no Paredão".

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