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21/04/2003 - 17h33

Morre a cantora de jazz americana Nina Simone

da France Presse, em Paris

A cantora de jazz Nina Simone morreu hoje aos 70 anos em sua casa, no sul da França, de causas naturais, informou seu empresário.

''É com muito pesar e tristeza que anunciamos a morte da legendária cantora de jazz, a grande Nina Simone, que faleceu esta manhã em sua casa de Carry-le-Rouet (sul da França)'', afirma o comunicado de Clifton Henderson.

''Nina Simone não se sentia muito bem há algum tempo'', informou seu empresário, que não quis dar mais detalhes sobre as causas da morte.

A última aparição em público de Nina Simone aconteceu em julho de 2002 na Polônia. A cantora subiu ao palco pela última vez em agosto de 2000, na França, no Festival de Jazz In Marciac (Gers, sudoeste).

Simone, nascida em 1933 no estado americano da Carolina do Norte, ficou mundialmente conhecida por sua interpretação de ''My Baby Just Cares for Me'', assim como por sua versão de ''I Put A Spell on You''. Também fez sucesso com ''I Love You Porgy'', uma música de George Gershwin.

A seu repertório, a cantora acrescentou grandes obras francesas, como ''Ne me quitte pas'', do belga Jacques Brel.

Além de ser uma das grandes vozes femininas do jazz, Nina Simone era uma das militantes mais comprometidas do movimento ''Black Power'' nos Estados Unidos.

Nascida como Eunice Waymon, a cantora foi rebatizada Nina Simone aos 20 anos (em homenagem a Simone Signoret, sua atriz preferida) por cantar ''a música do diabo'' nos cabarés de Nova York, Filadélfia e Atlantic City, escondida de seus pais, um casal de pastores metodistas.

Sua poderosa voz seduziu rapidamente o público internacional. Por outro lado, Simone levava uma vida de mulher negra com determinação, enfrentando diversas dificuldades. Por isso perdeu muitas coisas: dinheiro, amantes e inclusive sua dignidade, pois seu marido, um policial nova-iorquino, a espancava.

No entanto, foi a batalha pelos direitos civis que a privou de seus amigos: Luther King, Stokely Carmichael, Malcolm X. "Meus amigos estão todos mortos ou no exílio. Se pudesse ter escolhido, teria sido assassina, teria respondido golpe a golpe", escreveu em suas memórias.

Na África, "sua casa ancestral", Nina Simone também se comprometeu com a luta contra as desigualdades e a intolerância.

Simone viveu na Libéria durante quatro anos, e depois na Holanda, França e Tunísia. Ela afirmava que gostaria de morrer no continente de seus ancestrais. A cantora passou a morar em Carry-Le Rouet, sul da França, há dez anos.

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