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16/05/2003
-
03h42
da Folha de S.Paulo
Na noite do dia 10 de setembro de 2001, as primeiras 50 mil cópias de "Stupid White Men" (algo como "branquelas estúpidos", em inglês) saíram da gráfica. Dez ou 12 horas depois, as torres do World Trade Center caíam e o novo livro de Michael Moore começava a sofrer uma série de censuras da editora HarperCollins.
A obra, lançada agora na Bienal do Livro do Rio, é uma crítica sem meios-termos aos branquelas, à sociedade, às empresas, ao modo de vida e ao "presidente" americano, George W. Bush, que Moore crava sempre entre aspas porque "Al Gore é o presidente eleito dos Estados Unidos. Ele recebeu 539.898 votos a mais que Bush."
A reação da editora, após o 11 de setembro, foi "não está em sintonia com o povo americano", "o clima político do país mudou", "seria desejável reescrever até 50%", "retirar as menções ríspidas a Bush", "dar um tom mais ameno às suas discordâncias" e, finalmente, "branquelas não são o problema neste momento".
No livro, Moore dá números e cifras para provar seus pontos de vista contra a intolerância, o preconceito, o desrespeito ao ambiente, à educação e tudo o mais. Moore é politicamente correto, ainda que às avessas. Um dos motes do livro, por exemplo, é que os brancos são aterrorizantes.
"Todas as pessoas que já me causaram algum mal --o patrão que me despediu, o professor que me bombou, o menino que jogou uma pedra no meu olho, o executivo que não renovou meu programa na TV, o bêbado que me atropelou (...)-- cada um desses indivíduos era branco! Coincidência? Acho que não!"
E conclui, à frente: "Empregue apenas negros. Não contratarei mais brancos. Como posso escrever o que escrevi quando fiz pouco ou nada para corrigir o problema em meu próprio quintal?".
Moore não admite no prefácio do livro, mas o fato é que essa censura caiu do céu para um homem que se notabilizou em criar polêmicas. Descoberta a reprovação da editora, a obra pulou direto para a lista dos mais vendidos do "New York Times" e lá ficou um ano. Ganhou, na Inglaterra, o prêmio de Book of the Year do British Book Awards e ajudou a catapultar o filme "Tiros em Columbine", lançado no ano seguinte.
STUPID WHITE MEN - UMA NAÇÃO DE IDIOTAS
Autor: Michael Moore
Editora: Francis
Quanto: R$ 34 (288 págs.)
Especial
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Textos de Michael Moore atacam brancos e Bush
IVAN FINOTTIda Folha de S.Paulo
Na noite do dia 10 de setembro de 2001, as primeiras 50 mil cópias de "Stupid White Men" (algo como "branquelas estúpidos", em inglês) saíram da gráfica. Dez ou 12 horas depois, as torres do World Trade Center caíam e o novo livro de Michael Moore começava a sofrer uma série de censuras da editora HarperCollins.
A obra, lançada agora na Bienal do Livro do Rio, é uma crítica sem meios-termos aos branquelas, à sociedade, às empresas, ao modo de vida e ao "presidente" americano, George W. Bush, que Moore crava sempre entre aspas porque "Al Gore é o presidente eleito dos Estados Unidos. Ele recebeu 539.898 votos a mais que Bush."
A reação da editora, após o 11 de setembro, foi "não está em sintonia com o povo americano", "o clima político do país mudou", "seria desejável reescrever até 50%", "retirar as menções ríspidas a Bush", "dar um tom mais ameno às suas discordâncias" e, finalmente, "branquelas não são o problema neste momento".
No livro, Moore dá números e cifras para provar seus pontos de vista contra a intolerância, o preconceito, o desrespeito ao ambiente, à educação e tudo o mais. Moore é politicamente correto, ainda que às avessas. Um dos motes do livro, por exemplo, é que os brancos são aterrorizantes.
"Todas as pessoas que já me causaram algum mal --o patrão que me despediu, o professor que me bombou, o menino que jogou uma pedra no meu olho, o executivo que não renovou meu programa na TV, o bêbado que me atropelou (...)-- cada um desses indivíduos era branco! Coincidência? Acho que não!"
E conclui, à frente: "Empregue apenas negros. Não contratarei mais brancos. Como posso escrever o que escrevi quando fiz pouco ou nada para corrigir o problema em meu próprio quintal?".
Moore não admite no prefácio do livro, mas o fato é que essa censura caiu do céu para um homem que se notabilizou em criar polêmicas. Descoberta a reprovação da editora, a obra pulou direto para a lista dos mais vendidos do "New York Times" e lá ficou um ano. Ganhou, na Inglaterra, o prêmio de Book of the Year do British Book Awards e ajudou a catapultar o filme "Tiros em Columbine", lançado no ano seguinte.
STUPID WHITE MEN - UMA NAÇÃO DE IDIOTAS
Autor: Michael Moore
Editora: Francis
Quanto: R$ 34 (288 págs.)
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