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21/05/2003 - 16h21

Paloma Jorge Amado escreve sobre as comidas dos livros do pai

GIOVANA MOLLONA
free-lance para a Folha Online

O livro "A Comida Baiana de Jorge Amado (ou O Livro de Cozinha de Pedro Archanjo com as Merendas de Dona Flor)", lançamento da editora Record na Bienal do Livro, não é a primeira incursão de Paloma Jorge Amado no universo culinário apresentado nas histórias de seu pai.

Em 2000, a escritora também lançou "As Frutas de Jorge Amado" (Cia. das Letras), onde apresenta por meio de uma extensa pesquisa da obra do pai todos os sabores, ingredientes e combinações de pratos que davam água na boca nos personagens do autor.

"Sou fã de gastronomia. Só lá em casa tenho uns 400 livros sobre o assunto", disse Paloma.

A idéia de fazer "A Comida Baiana..." surgiu quando Paloma ganhou um livro francês intitulado "Le Cahier de Recettes de Mme. Maigret", do escritor francês Courtine, que relacionava os pratos favoritos do inspetor Maigret, personagem de George Simedon.

No novo livro, Paloma não só apresenta os ingredientes de cada receita e o modo de preparo, como indica em quais obras do pai --que morreu em 2001-- os quitutes aparecem, além de reproduzir trechos de alguns dos livros como ilustração.

Tamanho esmero, claro, não poderia deixar de fora uma degustação, ou melhor, várias. "Preparei e provei diversas das receitas do livro. É claro que acabei engordando também", afirmou.

A obra consumiu seis anos de estudo que, tamanha a quantidade de informações coletadas, Paloma chegou a pensar em transformá-lo em tese acadêmica. A pesquisa jamais se restringiu aos aspectos gastronômicos de cada prato e incluiu também dados sobre a cultura e os costumes locais.

As consultoras de Paloma foram as quituteiras que o próprio Jorge Amado conversava enquanto escrevia os seus livros, entre elas Dadá, que mantém restaurantes em Salvador, e Dona Canô, mãe de Caetano Veloso e Maria Bethânia, que vive em Santo Amaro da Purificação (BA), cada uma opinando numa especialidade.

No livro, encontram-se receitas como as tradicionais moquecas da Bahia e sobremesas típicas como a cocada-puxa (feita com coco verde) e o doce de banana.

Jorge Amado ainda estava vivo na época em que Paloma escrevia o livro. "Papai soube que estava escrevendo, mas não acreditou muito. Dei a ele a primeira versão e ele adorou. Só pediu que escrevesse mais textos meus", disse.

Trilogia

Tanto o livro sobre frutas como o de comida baiana fazem parte do projeto de uma trilogia que tem como próximo passo um livro de comidas de rituais.

No próximo volume, a idéia será aprofundar as pesquisas a respeito das influências africanas na Bahia, comparando o que se come na terra de Jorge Amado com o que está na mesa de lugares como Cuba e Haiti. Mas, enquanto a autora organiza o seu roteiro de viagens àqueles países, outro livro já está quase pronto.

O tema será a quituteira Dadá. "Será a segunda vez que me dedicarei ao talento de Dadá [a quituteira já tem um livro no mercado, o 'Tempero de Dadá', que foi organizado e apresentado por Paloma], que é a chefe de cozinha mais extraordinária da nova geração", afirmou Paloma, que também pretende trabalhar em outro projeto sobre "A Casa do Lago", hotel localizado no interior de São Paulo que tem a cozinha assinada por Diva Nassar.

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