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20/06/2003 - 06h01

Novo livro inaugura período "dark" na trajetória de Harry Potter

DIEGO ASSIS
da Folha de S.Paulo
ROBERTO DIAS
da Folha de S.Paulo, em Nova York

O pior está por vir. Anunciado por sua própria autora, a escritora J.K. Rowling, 37, como a virada definitiva na vida do jovem Harry Potter, "Harry Potter and the Order of the Phoenix" (Harry Potter e a Ordem da Fênix) chega hoje às livrarias de todo o mundo com um aviso fúnebre: alguém muito próximo do herói irá morrer.

Seis anos depois da publicação de "Harry Potter e a Pedra Filosofal", livro que deflagrou o culto mundial ao jovem bruxo da escola de Hogwarts, o quinto e maior volume até agora da saga de Potter marca uma nova fase na vida do protagonista, já um "mocinho" de 15 anos, e da própria Rowling, que afirmou em entrevistas que este seria o início de um período mais "dark", destinado a durar até o sétimo e supostamente último livro da série. Mas também os leitores envelhecem, não?

A perda da inocência --ou da adolescência-- também já derruba os cabelos dos executivos de Hollywood, que fecharam um acordo de três filmes com o trio de atores-mirins Daniel Radcliffe (Harry Potter), Rupert Grint (Ron Weasley) e Emma Watson (Hermione Granger) todos rodeando os 14 anos atualmente. Se renovassem o contrato para os próximos filmes, teriam quase 18 anos na adaptação de "A Ordem da Fênix", que tem previsão para chegar aos cinemas em 2007.

Enquanto isso...

No mercado de Harry Potter, nem tudo são trevas. Às 11h de hoje, a New York Public Library começa a exibir um livro elevado ao status de relíquia. Ele é semelhante a 8,5 milhões de outros livros recentemente impressos nos EUA, à diferença da curta dedicatória: "À população de Nova York, com amor e admiração de J.K. Rowling".

É a única cópia americana autografada de "Harry Potter and the Order of the Phoenix".

A peça que será exibida nesta manhã em Nova York é também uma amostra da milionária e detalhadamente planejada campanha de marketing de um livro destinado a quebrar recordes.

A Scholastic, editora americana da série, usou até o translado do livro para os EUA, na semana passada, como instrumento de marketing do lançamento.

Executivos seus acompanharam o transporte do livro da Escócia (onde mora a autora da série) até Londres, e de lá para os EUA. Ao ser embarcado, um piloto da British Airways foi "recebê-lo", para manter a obra em "segurança" durante o vôo. Quando chegou a Nova York, foi colocado em uma van e embarcado para um lugar não-identificado, onde fica até esta manhã.

A campanha publicitária atinge nesta noite seu auge. Em Nova York, haverá contagem regressiva em Times Square até o início das vendas, culminando com um anúncio num telão da praça no primeiro minuto do sábado. Simultaneamente, outro telão fará o mesmo em Los Angeles.

Ao distribuir o livro, a editora colocou-o em caixas lacradas com avisos de que não devem ser abertas até esta noite. Mas uma mercearia no Brooklyn, um dos distritos de Nova York, inadvertidamente colocou à venda suas quatro cópias. Uma delas chegou ao tablóide "Daily News", que reproduziu duas páginas do livro.

Foi o suficiente para a editora e a autora abrirem processo contra o jornal pedindo US$ 100 milhões de indenização, alegando que a divulgação frustrou uma campanha estimada em US$ 3 milhões.

O "vazamento" somou-se a dois outros casos ocorridos nos últimos dias. No Canadá, uma mulher disse ter comprado um exemplar no Wal Mart --o supermercado abriu investigação interna sobre o caso. Na Inglaterra, um homem furtou 7.680 exemplares de um depósito.

Os episódios só aumentaram o barulho em torno de um lançamento marcado também por anúncios como o feito pelo correio inglês, que vai colocar vans extras em operação para aliviar o trabalho dos carteiros. A edição lançada hoje à noite pesa cerca de um quilo e tem 890 páginas divididas em 38 capítulos.

Sua tiragem inicial, recorde, já ofusca o barulho causado pela autobiografia de Hillary Clinton. O livro já detém também o maior número de reservas feitas para uma obra na Amazon. Nos EUA, o livro custa US$ 29,99 (R$ 87).

Os quatro primeiros títulos da série venderam 192 milhões de cópias (80% delas nos EUA) em 55 línguas.

Lançada em 1998, a série transformou sua autora, J.K. Rowling, 37, então uma mãe solteira desempregada, em uma das mulheres mais ricas do Reino Unido. Ela ainda planeja escrever outros dois volumes da série.

Harry Potter, o personagem-título, é um órfão britânico que se descobre mago após seus pais terem sido mortos pelo vilão do enredo, Voldemort.
O lançamento desta noite vale apenas para a edição em inglês. Mesmo assim, livrarias de todo o mundo ficarão abertas durante a noite para vender as edições. No Brasil, o livro só será publicado em português em novembro.

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