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07/08/2003
-
08h41
Em "Borandá", a Fraternal Cia. de Artes e Malas-Artes radicaliza o seu Projeto de Pesquisa da Comédia Popular Brasileira, lançado em 1993. O espetáculo enverga para o drama, mais especificamente para o melodrama.
"Não temos preconceito com gêneros. A comédia popular pressupõe uma tragicidade", afirma Ednaldo Freire.
Esse auto do migrante, como define seu autor, Luís Alberto de Abreu, deve surpreender o público que acompanha a Fraternal. As sagas familiares "Tião" e "Maria Déia" são de extração mais dramática, uma subversão da comédia decorrida da própria pesquisa de campo.
"Só a comédia não daria conta", reconhece Abreu, 51. Inicialmente, a dramaturgia estava centrada na fábula mítica "Galatéia", mas os depoimentos mudaram os rumos do texto.
O atalho não é novidade para a companhia. Freire lembra que alguns espetáculos traziam "pausas dramáticas" em plena comédia, caso de "Sacra Folia", no qual uma das passagens remetia à chacina da Candelária (93).
"Borandá", no entanto, quer preservar a estrutura narrativa em favor de um painel épico de homens e mulheres que pisam mundos diferentes e, ao mesmo tempo, não são de lugar nenhum.
Cinco atores-saltimbancos revezam a voz do narrador e os papéis, por vezes dirigindo-se diretamente à platéia, à la Brecht, ignoram o que se entende no teatro por "quarta parede".
"Em meio a tudo isso, há o resgate da palavra em detrimento do espetacular", afirma o ator Luti Angelelli, 37.
A Fraternal é uma das companhias contempladas pelo Programa de Fomento ao Teatro na Cidade de São Paulo.
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Fraternal Companhia espelha saga de retirantes em "Borandá"
Fraternal cruza o melodrama e a comédia em peça
da Folha de S.PauloEm "Borandá", a Fraternal Cia. de Artes e Malas-Artes radicaliza o seu Projeto de Pesquisa da Comédia Popular Brasileira, lançado em 1993. O espetáculo enverga para o drama, mais especificamente para o melodrama.
"Não temos preconceito com gêneros. A comédia popular pressupõe uma tragicidade", afirma Ednaldo Freire.
Esse auto do migrante, como define seu autor, Luís Alberto de Abreu, deve surpreender o público que acompanha a Fraternal. As sagas familiares "Tião" e "Maria Déia" são de extração mais dramática, uma subversão da comédia decorrida da própria pesquisa de campo.
"Só a comédia não daria conta", reconhece Abreu, 51. Inicialmente, a dramaturgia estava centrada na fábula mítica "Galatéia", mas os depoimentos mudaram os rumos do texto.
O atalho não é novidade para a companhia. Freire lembra que alguns espetáculos traziam "pausas dramáticas" em plena comédia, caso de "Sacra Folia", no qual uma das passagens remetia à chacina da Candelária (93).
"Borandá", no entanto, quer preservar a estrutura narrativa em favor de um painel épico de homens e mulheres que pisam mundos diferentes e, ao mesmo tempo, não são de lugar nenhum.
Cinco atores-saltimbancos revezam a voz do narrador e os papéis, por vezes dirigindo-se diretamente à platéia, à la Brecht, ignoram o que se entende no teatro por "quarta parede".
"Em meio a tudo isso, há o resgate da palavra em detrimento do espetacular", afirma o ator Luti Angelelli, 37.
A Fraternal é uma das companhias contempladas pelo Programa de Fomento ao Teatro na Cidade de São Paulo.
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