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29/08/2003 - 10h01

Kings of Leon prega a "salvação" do rock

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LÚCIO RIBEIRO
colunista da Folha

O mais novo nome a excitar o rock não vem da fábrica de boas bandas de Nova York (Strokes, Yeah Yeah Yeahs), nem tem formação bizarra de guitarra e bateria e só (White Stripes). Não é britpop choroso (Coldplay), não fala aos ETs (Radiohead).

A música pop tem o orgulho de apresentar o Kings of Leon, um quarteto à antiga de som incrivelmente básico e uma história bastante rica, que por si só já desperta o interesse. Para resumir:

1. a banda é um caso de família, formada por membros do clã Followill: três irmãos e um primo;

2. vem do improvável Tennessee (EUA);

3. é uma espécie de boy band das guitarras, pois o integrante mais velho tem 22 anos. O mais novo tem 16;

4. o histórico familiar dos garotos inclui o céu e o inferno. O pai, depois de amargar temporada entre drogas pesadas e prisão, encontrou a "salvação" e virou pastor, passando a percorrer a região do Mississippi para pregar a palavra do Senhor, com os meninos no banco de trás.

Para uma banda que tem apenas um ano e meio de vida, o Kings of Leon já tem uma carreira impressionante. Neste ano arrancaram elogiosas críticas em apresentações no gigante festival britânico Glastonbury e no itinerante Lollapalooza, americano. O álbum de estréia, "Youth & Young Manhood", que sai no Brasil, alcançou o terceiro lugar na parada inglesa dos mais vendidos.

A Folha conversou com o teenager Matthew Followill, considerado genial prodígio da guitarra. O Kings of Leon estava em Salt Lake City para mais um show de uma turnê americana. Matthew, 18, é o primo, no grupo.

Folha - Há uma grande badalação no rock em torno do Kings of Leon. Vocês já eram "kings" (reis) antes mesmo de lançar o primeiro disco. Isso assusta um grupo jovem como vocês, ou vocês querem mais é se divertir com esse oba-oba?
Matthew Followill -
Está engraçado, na verdade. É incrível toda essa atenção para uma banda como a nossa, que faz um rock básico. A parte ruim é que temos que trabalhar bastante para justificar essa expectativa. Mas é maravilhoso viajar bastante, conhecer novas pessoas e ficar até tarde nos bares e clubes.

Folha - Descreva o primeiro álbum do Kings of Leon, que está sendo lançado agora.
Followill -
Ele é apenas um disco muito simples de rock à moda antiga, com tudo no lugar: duas guitarras, bateria e baixo. E feito com muita diversão. Não entendo por que essa excitação toda por causa de um disco de rock tão simples. Talvez até seja por isso mesmo. Há uma nova onda legal de rock retrô e acho que nos colocaram dentro dela.

Folha - Sobre a banda vir de uma família de pastores, é verdade que quando a mãe dos outros Followill não estava no carro botando para tocar música evangélica o pai colocava Rolling Stones e Jimi Hendrix?
Followill -
Viemos de uma criação bem difícil, pobre e religiosa. Quando você vive em condições como essa, só tem a igreja para se agarrar. Além disso, a música sempre esteve presente em nossas vidas.

Passamos a infância ou cantando em corais ou ouvindo música gospel dentro do carro. E, quando minha tia não estava com a gente, meu tio botava em estações de rádios de rock velho, que ele gosta. Aprendemos a gostar de rock assim.

Folha - O que mais vocês ouvem na música?
Followill -
Gostamos de rock antigo, como Allman Brothers e Neil Young. As pessoas dizem que somos o Lynyrd Skynyrd [banda do Alabama de country rock, dos anos 70] tocando como os Strokes. Não acho que tenha algo a ver. Eu nem conhecia os Strokes quando gravamos o disco. Mas de todo modo eu adoro Lynyrd Skynyrd e Strokes, hoje.

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