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23/09/2003
-
17h01
GUILHERME GORGULHO
da Folha Online
A dificuldade é grande, mas a vontade de inserir a capital do país no circuito de grandes festivais de música, com artistas internacionais, longe do eixo Rio-São Paulo, levou à concretização do Brasília Music Festival (BMF).
Os brasilienses poderão conferir, entre 25 e 27 de setembro, no Autódromo Internacional de Brasília, shows de artistas como Alanis Morissette, Pretenders, Simply Red, Live e vários outros grupos brasileiros.
Vencer o obstáculo de se conquistar confiança e apoio de patrocinadores --que duvidavam da capacidade de um evento deste porte atrair um público suficiente para garantir o retorno-- foi o passo inicial para que o projeto deslanchasse.
"A porta foi fechada na nossa cara, mas com insistência, conseguimos ver que o evento é viável", afirma o produtor Rafael Reisman, 33, que trabalhou com o empresário Roberto Medina em duas edições do Rock in Rio.
Depois de fechar contrato com a cantora canadense Alanis Morissette, a tendência da organização do festival foi direcioná-lo para um público jovem, mas nem tanto, apesar da inclusão de artistas que despontaram no cenário pop mais recentemente.
"Após a Alanis, ocorreu um efeito cascata que permitiu o crescimento para um público dos anos 80 e 90. Entretanto, com o tempo, tivemos que abrir um dia mais jovem, no sábado [27]", disse Reisman. A idéia inicial era de apenas dois dias, mas foram escalados também a banda americana Live e os brasileiros Charlie Brown Jr., Ultraje a Rigor e Tihuana para encerrar o BMF.
Tradição brasiliense
De fato, apesar de deslocada do eixo de grandes eventos do Brasil, Brasília foi responsável pelo surgimento de importantes grupos do pop-rock nacional, como Legião Urbana, Plebe Rude, Cássia Eller e Capital Inicial, que toca na abertura do evento (25).
Também tocam no BMF Titãs, Jota Quest, Fernanda Abreu e Supla, além de nove bandas locais que mostram seu trabalho no Palco Alternativo. Estes grupos, de Brasília e Goiânia, foram selecionadas em concursos promovidos por rádios da região. A banda Móveis Coloniais de Acaju foi escolhida pela organização para se apresentar no palco principal no sábado.
Simultaneamente aos shows nos palcos Brasília e Alternativo, os fãs da música eletrônica também terão espaço no BMF. A Arena Eletrônica reunirá DJs como The EZ Rollers, Heaven e Asad Rizvi, além de brasileiros como Marky, Gabo, Carlo D'Allenese, Patife e Anderson Noise, entre outros.
Sobre as críticas de que o BMF não trás nenhum novo nome de peso da atualidade, a produção do festival alega problemas de agenda dos artistas. Strokes, Linkin Park e Audioslave foram algumas das bandas contatadas que não puderam vir ao Brasil nesta edição, lamenta Reisman. A intenção da produção do festival repetir o evento a cada dois anos, entre Olimpíadas e Copas do Mundo.
Engajamento
As questões da cidadania e da inclusão social também são bandeiras do BMF, que espera arrecadar 100 toneladas de alimentos para o programa Fome Zero. O público que quiser pagar meia-entrada deve doar dois quilos de alimentos não perecíveis na entrada do festival.
O BMF também está patrocinando o "Projeto Quem Lê Mais, Ouve Melhor", que construirá uma biblioteca-modelo no Núcleo Bandeirante, cidade-satélite do Distrito Federal, com 5% da verba do patrocínio do festival.
Além disso, outra ação neste sentido vem de uma parceria com o Unodoc (Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime). É o "Desligue-se das drogas, ligue-se na música!", que veiculará filmes nos telões e TVs espalhadas nos 250 mil metros quadrados do festival.
BRASÍLIA MUSIC FESTIVAL
Onde: Autódromo Internacional de Brasília
Quando: de 25 a 27 de setembro
Quanto: de R$ 50 a R$ 240
Informações: www.bmf2003.com.br
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Brasília Music Festival quer deslocar eixo de grandes shows do país
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da Folha Online
A dificuldade é grande, mas a vontade de inserir a capital do país no circuito de grandes festivais de música, com artistas internacionais, longe do eixo Rio-São Paulo, levou à concretização do Brasília Music Festival (BMF).
Os brasilienses poderão conferir, entre 25 e 27 de setembro, no Autódromo Internacional de Brasília, shows de artistas como Alanis Morissette, Pretenders, Simply Red, Live e vários outros grupos brasileiros.
Vencer o obstáculo de se conquistar confiança e apoio de patrocinadores --que duvidavam da capacidade de um evento deste porte atrair um público suficiente para garantir o retorno-- foi o passo inicial para que o projeto deslanchasse.
"A porta foi fechada na nossa cara, mas com insistência, conseguimos ver que o evento é viável", afirma o produtor Rafael Reisman, 33, que trabalhou com o empresário Roberto Medina em duas edições do Rock in Rio.
Depois de fechar contrato com a cantora canadense Alanis Morissette, a tendência da organização do festival foi direcioná-lo para um público jovem, mas nem tanto, apesar da inclusão de artistas que despontaram no cenário pop mais recentemente.
"Após a Alanis, ocorreu um efeito cascata que permitiu o crescimento para um público dos anos 80 e 90. Entretanto, com o tempo, tivemos que abrir um dia mais jovem, no sábado [27]", disse Reisman. A idéia inicial era de apenas dois dias, mas foram escalados também a banda americana Live e os brasileiros Charlie Brown Jr., Ultraje a Rigor e Tihuana para encerrar o BMF.
Tradição brasiliense
De fato, apesar de deslocada do eixo de grandes eventos do Brasil, Brasília foi responsável pelo surgimento de importantes grupos do pop-rock nacional, como Legião Urbana, Plebe Rude, Cássia Eller e Capital Inicial, que toca na abertura do evento (25).
Também tocam no BMF Titãs, Jota Quest, Fernanda Abreu e Supla, além de nove bandas locais que mostram seu trabalho no Palco Alternativo. Estes grupos, de Brasília e Goiânia, foram selecionadas em concursos promovidos por rádios da região. A banda Móveis Coloniais de Acaju foi escolhida pela organização para se apresentar no palco principal no sábado.
Simultaneamente aos shows nos palcos Brasília e Alternativo, os fãs da música eletrônica também terão espaço no BMF. A Arena Eletrônica reunirá DJs como The EZ Rollers, Heaven e Asad Rizvi, além de brasileiros como Marky, Gabo, Carlo D'Allenese, Patife e Anderson Noise, entre outros.
Sobre as críticas de que o BMF não trás nenhum novo nome de peso da atualidade, a produção do festival alega problemas de agenda dos artistas. Strokes, Linkin Park e Audioslave foram algumas das bandas contatadas que não puderam vir ao Brasil nesta edição, lamenta Reisman. A intenção da produção do festival repetir o evento a cada dois anos, entre Olimpíadas e Copas do Mundo.
Engajamento
As questões da cidadania e da inclusão social também são bandeiras do BMF, que espera arrecadar 100 toneladas de alimentos para o programa Fome Zero. O público que quiser pagar meia-entrada deve doar dois quilos de alimentos não perecíveis na entrada do festival.
O BMF também está patrocinando o "Projeto Quem Lê Mais, Ouve Melhor", que construirá uma biblioteca-modelo no Núcleo Bandeirante, cidade-satélite do Distrito Federal, com 5% da verba do patrocínio do festival.
Além disso, outra ação neste sentido vem de uma parceria com o Unodoc (Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime). É o "Desligue-se das drogas, ligue-se na música!", que veiculará filmes nos telões e TVs espalhadas nos 250 mil metros quadrados do festival.
BRASÍLIA MUSIC FESTIVAL
Onde: Autódromo Internacional de Brasília
Quando: de 25 a 27 de setembro
Quanto: de R$ 50 a R$ 240
Informações: www.bmf2003.com.br
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